O reconhecimento foi expresso durante o culto ecuménico de acção de graças, alusiva aos 21 anos da paz efectiva em Angola, a assinalar-se a 4 do corrente mês, tendo realçado que as igrejas se constituíram como principal força moralizadora na difusão do perdão, amor e unidade entre os angolanos.

"As igrejas jogaram um papel incomensurável na difusão do perdão, amor, unidade e reconciliação entre os angolanos, até então desavindos, em consequência do conflito armado que assolou o nosso país”, disse, aproveitando a ocasião para apelar as diferentes confissões religiosas no sentido de continuarem a trabalhar para a promoção da paz no seio das famílias e da sociedade.

Durante o culto ecuménico de acção de graças, promovido pelo Conselho de Igrejas Cristãs em Angola (CICA), reiterou a necessidade dos angolanos continuarem a preservar a unidade e reconciliação nacional, para a salvaguarda da paz conquistada com muito sacrifício a 4 de Abril de 2002, que alegou ser a premissa que permitiu manter o país na rota do desenvolvimento social e económico.

Heitor Alfredo exortou a sociedade para um posicionamento que se alinhe na manutenção da paz, convivência na diversidade e manter a chama de irmandade, a começar nas famílias. "É preciso mantermos a serenidade, característica do angolano, para que a paz que vivemos seja preservada como tesouro de todos, não devendo haver pressa na busca da auto-realização, pois, é a paz que conduz a realização das pessoas, nos mais variados domínios”, frisou.

O vice-governador provincial do Cuanza-Sul, para os Serviços Técnicos e Infra-estruturas, defendeu a necessidade das populações colocarem Deus e paz em primeiro lugar, como forma de consolidar o perdão e dar continuidade às acções do projecto Angola, que vão permitir a realização dos anseios e aspirações dos angolanos.

Quanto aos ganhos, Heitor Alfredo sublinhou, entre outros, a expansão e melhoria dos serviços de saúde, aumento da rede escolar a todos os níveis, construção de estradas, pontes, rede ferroviária, aeroportuária, bem como o estímulo ao sector produtivo e da afirmação do país no contexto internacional.

Fiéis exaltam ganhos

Fiéis das diferentes confissões religiosas, reunidos no culto ecuménico de acção de graças, exaltaram, ontem, na cidade do Sumbe, província do Cuanza-Sul, os ganhos da paz, na perspectiva religiosa e desenvolvimento social, com o país a caminhar num clima de concórdia.

Durante a mensagem bíblica, o pastor da Igreja Pentecostal "Hospital da Fé”, bispo Pascoal Diango, reiterou que a Igreja, como parte integrante da sociedade deve continuar a promover acções que concorram para a mudança de comportamento para a nova era que o país vive.

"Devemos reafirmar que só com mentes renovadas e em comunhão com Deus podemos caminhar firmes e seguros, rumo ao desenvolvimento do nosso país”, disse.

O líder religioso defendeu que as igrejas não se compadecem com actos e comportamentos que comprometam a convivência harmoniosa e fé. "Os cristãos devem abster-se das calúnias, mas sim liderarem o programa da cultura da paz e harmonia nas famílias e na sociedade em geral”, frisou, para quem em muitas igrejas e na sociedade em geral existem pessoas que só vivem criticando e semeando calúnias entre as pessoas e até entre governantes e governados, situação que a Igreja deve reprovar.

O bispo Pascoal Diango sublinhou que o diálogo permanente, a sensibilização e a transmissão de boas mensagens às famílias deve ser o fim único dos líderes religiosos, políticos e governantes, tudo em prol da satisfação dos interesses das pessoas.

"Temos de partir por uma conduta responsável, deixando para trás actos de tecer críticas de forma irresponsável, mas sim agir em bloco para contribuirmos para o desenvolvimento do nosso país” concluiu.

O culto ecuménico de acção de graças contou com a participação de fiéis das Igrejas Bom Deus, Tocoista, Hospital da Fé, IPEU, Presbiteriana Unida de Angola, Assembleia de Deus Pentecostal, Metodista Unida de Angola, Maranata, IECA, bem como de convidados, com destaque aos membros do Governo da Província, representantes de partidos políticos com assento parlamentar e membros da sociedade civil.