A história do jogo ficou resumida no primeiro tempo, onde os campeões nacionais foram capazes de finalizar, num desafio totalmente dominado por si.

Os tricolores entraram com um único sentido, ou seja, com apetência para a baliza defendida por Júnior e cedo começaram a criar situações de perigo. O velho adágio "em casa mandamos nós” foi utilizado pelo conjunto orientado por Alexandre Santos que mostrou vontade em resolver o desafio ainda no primeiro tempo.

Assim sendo, o golo surgiu de forma natural, aos 15 minutos, por intermédio de Jaredi, na marcação de um livre directo, não dando hipótese ao guarda-redes da formação congolesa.

Nem mesmo a vantagem abrandou o ritmo dos petrolíferos, que ambicionavam mais golos, talvez, aproveitar para marcar os golos que não aconteceram nos jogos anteriores, onde dominou por completo.

As duas equipas tinham objectivos diferentes nesta partida. Os tricolores queriam terminar de cabeça erguida a sua campanha na prova, que passava por uma vitória,  enquanto os congoleses democráticos aproveitaram para rodar os jogadores menos utilizados na Liga dos Clubes Campeões Africanos e preparar a próxima edição.

A pouca presença de adeptos nas bancadas do Estádio 11 de Novembro pode ser justificada pela posição que ambas equipas ocupavam na tabela de classificação, 3º e 4º, com quatro pontos.

Tiago Azulão e Tó Carneiro estiveram perto do golo, mas não tiveram a pontaria afinada para bater Júnior, pois a bola levou a direcção errada.

No segundo tempo, os campeões nacionais entraram com a mesma postura ofensiva, mas voltaram a claudicar na finalização, com remates a saírem ao lado da baliza de Júnior.

O maior domínio de posse de bola não se traduziu em golos, tal como aconteceu nos desafios anteriores da formação de Alexandre Santos, que era quem ditava as rédeas do jogo.

A equipa do Vita Club jogou o quanto baste, criou poucas situações de golo, mas sempre esteve dentro do jogo, acreditando que poderia igualar o marcador e sair de Luanda com um empate.

Os dois técnicos mexeram no xadrez das respectivas equipas. Alexandre Santos, cuja equipa procurava aumentar o número de golos, colocou Gilberto, ao passo que os congoleses democráticos tentavam a igualdade.

Apesar das substituições, o técnico Raoul Shungu não conseguiu impedir a segunda derrota frente aos tricolores na competição, terminando na última posição do Grupo A, com 4 pontos. 

FICHA TÉCNICA

Estádio: 11 de Novembro

Arbitro: Messie Jessie

Assistente: Elvis Nguegoue  e Styven Moyo

4° Árbitro: Pierre Nguiene

Petro de Luanda: Hugo Marques; Edidie Afonso,  Miguel, Pedro Pinto e Tó Carneiro; Alex Soares, Ito e Carlinhos; Anderson, Jaredi e Tiago Azulão (C).

Treinador: Alexandre Santos.

Substituição: Tó Carneiro por Pedro (59´), Anderson por Yano (60´), Azulão por Gilberto (70´), Carlinhos por Mindinho (85´) e Alex Soares por Megue (85´).

Acção disciplinar: Cartão amarelo a Anderson Cruz (29´), Tó Carneiro (46´), Alex Soares (71´) e Miguel (74´).  

AS Vita Club:  Júnior; Varel Rozan, Merveille Wamba, Ebunga Simbi e Marouf Tchakei; Ayamo Soglongbe, Mpoyi Ntumba,  Mujinga e Mbomba Motu; Modeste Osako e Emous Tadeu.

Treinador: Jean Pierre Shungu

Substituição: Merveille Kikasa por Ngoma Manianga (46'), Glody Mujinga por Temopele Medina (46´), Emous Tadeu por Franck Matemba (74´).

Acção disciplinar: Merveille Kikasa (37´), Zabre Ismael (50´), Mpoyi Ntumba (77´) e Themopele Medina (52´)

Intervalo: 1-0

Resultado final: 1-0

JEAN SHUNGU
Treinador do Vita Club já pensa na próxima época

Jean Pierre Shungu,  treinador do AS Vita Club, referiu que apesar do resultado, o jogo com o Petro de Luanda, ontem, no Estádio 11 de Novembro, serviu como avaliação da sua equipa.

De acordo com Jean Shungu, como a equipa não tinha muito a ganhar, a equipa técnica trouxe um grupo com atletas com pouca experiência, pois, já pensam nos próximo compromissos, quer a nível da RD Congo, quer da Confederação Africana de Futebol (CAF).

"Como havia dito no lançamento do jogo, trouxemos jogadores com pouca experiência, então este jogo serviu para avaliar os meus jogadores para as próximas competições”, disse.

A última posição ocupada pela equipa da RD Congo no Grupo A, com 4 pontos, não entristece Jean Shungu. Bastante realista, o treinador do AS Vita Club de Kinshasa assegurou que já pensa no trabalho para melhorar em vários aspectos, pois, espera obter melhores resultados em futuras participações.   

"Terminámos no último lugar do grupo, com 4 pontos, não é uma boa posição, é verdade, mas vamos trabalhar daqui em diante, pois, o nosso objectivo passa por melhorar em muitos aspectos para obter bons resultados”, reiterou.

O AS Vita Club perdeu os dois desafios com o Petro de Luanda. Na primeira volta, o campeão nacional venceu por 2-1, duelo disputado em Brazzaville.

No geral, a equipa congolesa democrática obteve uma vitória, um empate e quatro derrotas em seis partidas.       

ALEXANDRE SANTOS
"Fizemos um bom jogo”

O treinador do Petro de Luanda, Alexandre Santos mostrou-se satisfeito com o desempenho da equipa frente ao AS Vita Club de Kinshasa, jogo disputado, ontem, no Estádio 11 de Novembro, válido para a sexta e última jornada do Grupo A da Liga dos Clubes Campeões Africanos de futebol.

Alexandre Santos enalteceu a qualidade apresentada pelos campeões nacionais, quer do ponto de vista defensivo, quer ofensivo, embora tenha lamentado, mais uma vez, a fraca pontaria dos tricolores na competição.

"Fizemos um bom jogo. A equipa mostrou muita qualidade colectiva. Quer a defender, como atacar, tivemos muitas oportunidades de golos mas, infelizmente, não foram concretizadas. Estou satisfeito pelo futebol apresentado pelos meus atletas”, disse.

Terminada a campanha na Liga dos Campeões Africanos, o”número um” da equipa técnica do Petro de Luanda garantiu que o objectivo da equipa, agora, passa pela conquista do Girabola.

"O que queremos é nos focar no Campeonato Nacional e conquistá-lo para representar novamente o país nas competições africanas. Este ano não conseguimos obter os mesmos resultados do ano passado, mas tenho a certeza que na próxima época será diferente. Espero que os angolanos estejam satisfeitos, pelo menos com aquilo que demonstrámos, com bravura, intensidade, valentia e a qualidade na Liga dos Campeões”, sublinhou.