Desporto

Girabola'2020/21: Colossos disputam clássico dominado pela pandemia

1º de Agosto e Petro de Luanda, as traves-mestras do desporto angolano, em particular do futebol, escrevem domingo, às 17h00, no Estádio Nacional 11 de Novembro, o capítulo 80 do clássico dos clássicos, com a pandemia da Covid-19 como pano de fundo.

06/02/2021  Última atualização 20H12
Eternos rivais aquecem esta tarde o Estádio 11 de Novembro © Fotografia por: DR
Os arqui-rivais travam uma disputa desigual, tudo porque os militares saem de longa paragem, por força da quarentena institucional a que foram submetidos, a seguir ao jogo frente aos sul-africanos do Kaizer Chiefs, na derradeira eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga dos Clubes Campeões, enquanto os petrolíferos atravessam um período de fartura.  

Com apenas três pontos somados, fruto da vitória conquistada no único desafio disputado na competição, os rubro e negros à ordens do português Paulo Duarte, retido em Portugal devido ao encerramento das ligações áreas, são chamados a responder de que massa competitiva são feitos.  

O adiamento da partida da ronda passada, diante do FC Bravos do Maquis, a meio da semana, por dificuldades de transportação da equipa do Moxico, obrigou os detentores do título a regressarem ao activo exactamente no emparceiramento mais aguardado. E os prognósticos apontam, de forma esmagadora, para a supremacia dos tricolores orientados pelo espanhol Antonio Cosano, face à disparidade de ritmo e volume de jogo. 

Copo meio cheio

O que a teoria do treino e da competição aponta como vantagem do Petro, por estar adiantado na criação de automatismos, pode ser um trunfo do 1º de Agosto, que dispõe de informação abundante do adversário, enquanto do seu lado é tudo incógnita, dado o facto de não jogar há oito jornadas. Estamos diante da lógica do "copo meio cheio meio vazio”, por isso a conclusão depende da perspectiva escolhida.  

Em quase 40 anos de rivalidade com história, os registos da maior refrega do desporto angolano assinalam 32 vitórias dos petrolíferos, 25 dos militares e 22 empates. O último frente-a-frente para o campeonato foi vencido pelo Petro, por 2-0, numa época amputada pela pandemia que assola o mundo, daí não ter sido disputado o desafio da segunda volta, na altura considerado da consagração.  

O "Trumuno fora de Época”, torneio disputado em Novembro na capital, à guisa de ensaio, depois do longo defeso, foi festejado pela equipa do Eixo-Viário, mercê da vitória de 2-1, sobre o conjunto do Rio Seco, cujo foco está na conquista do "penta”, feito exibido com exclusividade nas hostes dos rivais, que se gabam de serem dos poucos no mundo lusófono.  

Capitão fora de cena

Do 1º de Agosto, moldado por Mário Soares, com o auxílio de Filipe Nzanza e Ivo Traça, espera-se o "onze” mais competitivo que for possível extrair da mistura entre o grupo de jogadores saídos da quarentena e os que ficaram a treinar. O Petro de Luanda, apesar de privado dos préstimos do "capitão” Job, expulso diante do Progresso Sambizanga, tem qualidade de sobra para colocar em campo uma equipa capaz de exigir o máximo empenho do adversário. 

Num cenário de incerteza, a sugerir um desequilíbrio susceptível de proporcionar um desfecho com números inflacionados, a favor do líder isolado do Girabola, estão criadas, no contexto histórico e da rivalidade, as condições para uma tarde e princípio de noite de futebol de prato cheio. E o público, limitado a dez por cento da capacidade do estádio, está convidado a fazer a festa da bola.


  TREINADOR DO PETRO
Toni Cosano minimiza pressão


O treinador do Petro de Luanda Toni Cosano descartou pressão no seio da equipa que vai defrontar hoje o clássico dos clássicos.
"É um jogo grande, acontece o que acontecer, vai ser muito decisivo, estamos tranquilos e satisfeitos pelos resultados que temos tido, o adversário pode ter um pouco mais de pressão devido a quarentena, nós não temos pressão nenhuma, estamos decididos a continuar com essa dinâmica de vitória, não precisamos falar muito temos um foco para cumprir” garantiu.

O espanhol disse que durante a sessão de treino deu para avaliar algumas falhas do adversário e aprimorar as técnicas, ofensivas e defensivas que os seus comandados poderão ter em conta. "Conversámos muito no aprimoramento das técnicas e alguns pormenores com os atletas para ver certos defeitos do adversário. Este tipo de jogo os jogadores conhecem-se muito bem e sabem das debilidades de cada um. Vamos dar o nosso máximo e fazer o trabalho que tem que ser feito” prometeu.

Apesar de algumas baixas como a do capitão Job e outros, a boa nova é que o central Matuila está em condições de fazer parte dos convocados, ressarcido de uma lesão é uma das apostas do treinador espanhol uma vez que o central Wilson não recupera do desconforto físico. " O Job está num nível muito alto em termos de assistência e de golo, mas teve o cartão vermelho no jogo contra o Progresso. Como tenho dito, temos muitos jogadores com diversas opções para atingirmos o nosso objectivo.

Edvaldo Lemos

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Desporto