Sociedade

Garantido financiamento para o reinício das obras

Jaquelino Figueiredo | Mbanza Kongo

Jornalista

A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, garantiu, ontem, em Mbanza Kongo, que o financiamento para o reinício das obras de conclusão do Hospital Geral do Zaire, paralisadas em 2014, está assegurado através de uma linha de crédito da própria empresa construtora, a VAMED.

24/02/2024  Última atualização 12H20
Ministra da Saúde constatou o andamento das obras que tinham sido paralisadas © Fotografia por: GARCIA MAYATOKO | EDIÇÕES NOVEMBRO | MBANZA KONGO

Sílvia Lutucuta falava à imprensa no final da visita de constatação das obras daquela unidade hospitalar com capacidade para 290 camas, cujos trabalhos, iniciados em 2012, conheceram uma paralisação em 2014, em consequência de constrangimentos financeiros.

Após a resolução do problema, a ministra anunciou a retoma das obras orçadas em mais de 87 milhões de euros, e cuja conclusão está prevista para Agosto do próximo ano.

"Agora temos um financiamento garantido da empresa VAMED e, através dos seus bancos correspondentes, temos uma linha de crédito que vai funcionar para este hospital. Temos o visto do Tribunal de Contas e estamos já a fazer os desembolsos”, assegurou. De acordo com Sílvia Lutucuta, todas as questões precedentes necessárias para continuar com as obras foram cumpridas e, em função disso, o empreiteiro garantiu concluir a construção e entregar o estabelecimento hospitalar em Agosto de 2025.

A governante disse acreditar que, com 50% dos equipamentos para o seu apetrechamento, já na província, vai haver um bom empenho do empreiteiro, daí a razão da sua visita para, por um lado, pressionar e, por outro, acompanhar o andamento da obra tão esperada, não só pela população do Zaire, mas por todo o país.

Relativamente à execução física, ressaltou, a obra encontra-se a 21 por cento. Os acessos para aquele hospital foram discutidos com o Governo local e respectivas equipas técnicas, assim como a questão da energia eléctrica, água e drenagem das águas pluviais e residuais.

"Pensamos que vamos ter aqui uma unidade sanitária muito diferenciada, do ponto de vista técnico. Vamos trabalhar no sentido de dotar os nossos profissionais de competências necessárias para poderem exercer medicina com todo o seu saber aqui nesta unidade, prestar serviços de qualidade e humanizados e, também,  boas condições de trabalho para os nossos profissionais”, assegurou.

A ministra adiantou que já se trabalha, igualmente, a fim de que haja uma quota financeira para o funcionamento do hospital a partir do próximo ano, devendo, para tal, estar inscrita no Orçamento Geral do Estado de 2025.

Sílvia Lutucuta assegurou, também, a reabilitação do actual Hospital Provincial "Maria Eugénia Neto”, em Mbanza Kongo, tão logo o Hospital Geral do Zaire entre em funcionamento em 2025, com vista a manter a rede hospitalar funcional.

"Precisamos de ter vários níveis de atenção hospitalar a funcionar em rede, nível primário, nível secundário e nível terciário, porque o Hospital Geral do Zaire será de nível terciário, para atender a alta complexidade. Vamos precisar continuar a média e a baixa complexidade no  Hospital  Provincial, nos hospitais municipais e centros de saúde”, esclareceu.

Ministra preocupada com a cólera

A ministra da Saúde mostrou-se preocupada com o facto de a província do Zaire constituir-se na porta de entrada da cólera no território nacional, tendo em conta a complexidade de ilhas existentes  no município do Soyo.

"É uma preocupação, porque o Zaire costuma ser a porta de entrada da cólera no nosso país. As primeiras epidemias de cólera no passado começaram aqui no Zaire. Temos uma série de ilhas no município do Soyo que põem a nossa fronteira mais vulnerável”, afirmou Sílvia Lutucuta, referindo-se à fronteira do Luvo como uma das principais preocupações.

A governante garantiu, entretanto, que equipas formadas por técnicos da Saúde, membros dos Órgãos de Defesa e Segurança, Administração Geral Tributária (AGT) e do Governo local estão em vigilância permanente para ir tomando as medidas de contenção.

Sílvia Lutucuta disse que o país leva muito a sério a questão da cólera, daí ter feito um alerta nacional, no mês passado, tão logo a situação da doença piorou na região da SADC. Lembrou que foram logo constituídas comissões para a  prevenção, quer a nível nacional, quer provincial e municipal.

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