O uso de falsos perfis nas redes sociais, sobretudo no Facebook, para crimes, como burla, planificação de raptos e violações a mulheres, passou a ganhar contornos alarmantes nos últimos anos, no país, com vários cidadãos a queixarem-se, reiteradas vezes, da falsificação das contas por indivíduos estranhos, que as usam para extorquir os amigos.
As reformas económicas operadas pelo Executivo angolano despertam o interesse do sector privado francês, revelou, em Luanda, o conselheiro para os Assuntos Globais do Presidente de França, na antevisão à visita de Emmanuel Macron ao país, no âmbito de uma digressão africana, a partir de 5 de Março, que inclui, também, o Gabão, a RDC e a República do Congo.
A Fundação Dr. António Agostinho Neto e a Fundação Kenneth Kaunda pretendem, no futuro, rubricar vários protocolos de cooperação, assentes nos domínios da promoção da Investigação Científica, Educação Patriótica, Tecnologia e Cultura. A intenção foi manifestada pelas partes durante um encontro de cortesia mantido, na terça-feira, numa sala de reuniões do Hotel Intercontinental, em Lusaka, capital da Zâmbia.
A Fundação Dr. António Agostinho Neto esteve representada pela presidente da instituição, Maria Eugénia Neto, o administrador Amarildo da Conceição e a directora Cheron Campos. Pela parte zambiana fizeram-se representar os filhos do primeiro Presidente da Zâmbia, nomeadamente, Kaweche Kaunda e Tilgengi Kaun-da, o director nacional dos museus da Zâmbia, George Mudenda, a representante dos Recursos Estrangeiros e Negócios, Clara Mubanba, e do sector Tradicional e da Cultura do Ministério do Turismo da Zâmbia esteve Cosmas Lukupulo.
Como o encontro foi mantido pela primeira vez entre as instituições, ainda não foi possível fazer nenhum tipo de acordo de cooperação, mas ficou a intenção de nos próximos tempos as partes intensificarem os mecanismos para futuros acordos.
O administrador da Fundação Dr. António Agostinho Neto, Amarildo da Conceição, começou por fazer um resumo dos objectivos da instituição, que foi criada em 2007. De acordo com Amarildo da Conceição, o propósito é a promoção de pesquisas e divulgação da vida e obra do primeiro Presidente da Angola, Agostinho Neto. A promoção de actividades que possam melhorar o bem-estar dos angolanos, disse, é outro dos objectivos da fundação.
Amarildo da Conceição explicou que uma das visões da instituição é incentivar a criação, inovação e a investigação científica e tecnológica. A ideia, disse, é promover actividades que possam agregar mais conhecimentos para o desenvolvimento humano em Angola. A promoção dos direitos do cidadão, frisou, é também outro dos objectivos da criação da fundação. Ressaltou que a fundação está aberta a parcerias com outras instituições similares no continente e no resto do mundo. Destacou, igualmente, que têm todo o prazer de poder colaborar com a Fundação Kenneth Kaunda na materialização de vários projectos, sobretudo pelo facto de o primeiro Presidente zambiano ter sido um "irmão para Agostinho Neto”.
Por isso, explicou, a instituição vai continuar a apoiar e trabalhar para que no curto prazo seja colocado no país também um busto do Presidente Kaunda. "Estamos ligados historicamente e a nossa acção ao longo dos 15 anos de existência tem sido a promoção da investigação sobre a vida de Neto, que depois dá origem à publicação de trabalhos editoriais em DVD, livros e discos”, explicou
Ambiente e Patriotismo
A Fundação, disse, tem estado, igualmente, a trabalhar na defesa do Ambiente, pelo facto do primeiro Presidente de Angola ter sido uma pessoas muito dedicada às causas ligadas à protecção do meio ambiente no país. Por este facto, referiu, a viúva do Presidente Neto, Maria Eugénia Neto, agora presidente da Fundação, tem procurado dar continuidade ao legado de Neto nas questões de cariz ambiental.
Explicou ainda as razões que levam a Fundação a apostado muito nas questões sociais e pesquisa sobre a vida e obra do Fundador da Nação Angolana. Amarildo da Conceição disse que a aposta reside no facto de muitos jovens desconhecerem a figura do primeiro Presidente angolano e a falta de formação patriótica.
Desta forma, lembrou, espera-se que a juventude, sobretudo, participe e esteja mais engajada na construção do desenvolvimento do país.
Sendo assim, disse, os trabalhos de investigação já geraram cerca de 60 livros e DVD sobre o a vida e obra de Agostinho Neto, que foram distribuídos de forma gratuita em bibliotecas, mediatecas, centros culturais e missões diplomática, para levar a informação sobre a vida e obra de Neto. Explicou que em Angola, semanalmente, se faz a promoção do projecto "Sábados nos Musseques”, título de um dos poemas de Agostinho Neto, em que se leva para as escolas públicas e as zonas mais distantes da cidade informações sobre a figura de Neto. "O programa é acompanhado dos materiais produzidos pela Fundação”, disse.
Deu ainda detalhes sobre o projecto "Arquivo Oral”, que está essencialmente ligado à recolha de depoimentos de pessoas que privaram com Neto. Infelizmente, disse, não foi possível fazer a recolha de depoimentos do Presidente Kaunda, por questões administrativas na época. Trabalhos similares, frisou, já foram desenvolvidos na Tanzânia, onde se colheu vários depoimentos de importantes nacionalistas daquele país.
Reciprocidade
As pesquisas, sublinhou, estão a ser produzidas em DVD e vai culminar com a colocação de um busto de Neto na Tanzânia. O mesmo trabalho, disse, foi feito em Cabo Verde, Argélia, Cuba, Portugal e Namíbia, com a recolha de vários depoimentos de nacionalistas desses países. "Todos esses trabalhos foram distribuídos nos países onde foram feitas as recolhas dos dados, nas missões diplomáticas angolanas e tem servido para a geração de conhecimentos em torno da figura de Neto nas comunidades. Sabemos da intenção de colocar um busto do Presidente Kaunda em Angola, como forma de reprocidade e fortalecer os laços de amizade entre os povos e vamos usar as nossas influências para ajudar a materialização do projecto da vossa Fundação”, prometeu Amarildo da Conceição.
Pela experiência angolana, o administrador da Fundação Dr. António Agostinho Neto Amarildo da Conceição aconselhou que a questão da colocação do busto do Presidente Kaunda em Angola seja da autoria do Governo zambiano. "Esse contacto deve iniciar através da Embaixada de Angola na Zâmbia, que trabalhou arduamente no processo para o descerramento do busto de Neto em Lusaka. Julgamos que a nossa Embaixada tem conhecimento e experiência na matéria, que pode ser transmitida ao Governo zambiano e à própria Fundação do Presidente Kenneth Kaunda no processo de descerramento do busto em Angola”.
Por via da Embaixada angolana acreditada na Zâmbia, disse, devem ser contactados os Ministérios das Relações Exteriores para facilitar o processo. "Todos esses passos devem ser notificados também à nossa Fundação, para o acompanhamento do processo e fazer as devidas intervenções. Podemos ajudar por ser um país irmão e uma questão de reprocidade, por termos sido muito bem recebidos em Lusaka e queremos ter o prazer de receber um busto no Presidente Kaunda em Angola”, disse.
Acrescentou que recentemente a Fundação esteve envolvida num outro projecto de colocação do busto em Angola de Simón Bolívar. Com a intervenção da Fundação Dr. António Agostinho Neto, o acto de descerramento do busto de Simón Bolívar pode acontecer dentro de dois meses. "Fizemos isso porque o povo venezuelano acolheu um busto do Presidente Neto no Centro histórico de Carracas. Por dever de reciprocidade e irmandade sentimos a necessidade de retribuir o gesto e ajudar o Governo venezuelano a ter um busto de Simón Bolívar em Angola”, disse.
Factor de inspiração
Tilgengi Kaunda, um dos filhos do antigo estadista zambiano e representante da Fundação Kenneth Kaunda, disse que se sentem "privilegiados e bastante confortáveis pelo apoio moral da Fundação Agostinho Neto, em especial da viúva, Maria Eugénia Neto. "Estamos felizes porque a Fundação tem procurado deixar um legado positivo às novas gerações”, disse. Acrescentou que a Fundação Keneth Kaunda tem como foco ajudar as crianças desfavorecidas, sobretudo aquelas que padecem do HIV. "Foi algo terrível no país, porque quando se começaram a detectar os primeiros casos, as pessoas escondiam-se, razão pela qual tão logo o Presidente Kaunda se reformou da vida política activa, decidiu criar a fundação com o objectivo de ajudar todos aqueles que tinham a doença, no sentido de dar-lhes formação e educação”, disse Tilgengi Kaunda.
Depois da morte do pai, sublinhou, os filhos decidiram dar continuidade ao projecto. "Estamos bastante inspirados pela visão e a forma como a vossa fundação tem sido administrada”, ressaltou, sublinhando que a Fundação Kaunda deve ter como exemplo a forma como a Fundação Agostinho Neto tem estado a trabalhar em prol das comunidades.
Tilgengi Kaunda disse que é responsabilidade dos africanos trabalhar em conjunto para o desenvolvimento das nações, reafirmando que o trabalho desenvolvido pela Fundação Dr. António Agostinho Neto tem sido um "factor de inspiração”.
Empenho dos zambianos
O director nacional dos museus zambianos, George Mudenda, explicou que o Governo local está a trabalhar em parceria com a Fundação Kenneth Kaunda no sentido da materialização do busto do Presidente Kaunda em Angola. Por isso, disse, foi criada uma comissão.
Quanto ao busto do Presidente Neto, George Muden-da explicou que a principal preocupação era saber onde colocar, mas finalmente, por via do Gabinete Presidencial, decidiu-se que deveria ser descerrado no Museu Nacional da Zâmbia. Num encontro promovido pelo Presidente da República, Hakainde Hichilema, ficou a ideia do descerramento do busto do Presidente Kaunda em Angola. "Recentemente recebemos uma comunicação do Gabinete do Presidente a procurar saber em que passo está o processo do descerramen-
to do busto do Presidente Kaunda em Angola. Também nós levamos essa mesma preocupação à Embaixada de Angola na Zâmbia”, disse George Mudenda. A informação foi que o assunto deveria ser debatido entre as fundações. "Precisamos de mais detalhes sobre de quem é a responsabilidade de erguer o busto em Angola”, acrescentou, sublinhando que o busto é importante para fortalecer a cooperação entre as nações.
Neto eternizado na Zâmbia
A juventude e os estudantes zambianos passaram, desde terça-feira, a conhecer melhor a vida e obra do primeiro Presidente de Angola, depois do descerramento de um busto do Fundador da Nação Angolana defronte ao Museu Nacional de Lusaka.
A cerimónia foi presenciada pelo ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, pela presidente da Fundação Dr. António Agostinho Neto, Maria Eugénia Neto, pelo embaixador de Angola na Zâmbia, Azevedo Xavier Francisco, e testemunhada por diplomatas em representação de diferentes países do continente.
Coube aos ministros do Desenvolvimento das Águas e Saneamento da Zâmbia, Mike Mposha, e da Cultura e Turismo de Angola o corte da fita da inauguração do busto. A cerimónia encerrou com a oferta de material bibliográfico e audiovisual da Fundação Dr. António Agostinho Neto ao Museu Nacional da Zâmbia. O busto do Presidente Neto, feito de bronze, tem uma altura de 100 cm, pesa 154 Kg e foi esculpido pelos artesãos Won Thae Sop e Kim Sol Go. Foi feito em Luanda, em 2015, sob a supervisão da viúva do primeiro Presidente de Angola, Maria Eugénia Neto.
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