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Franceses preocupados com assuntos internos

Os franceses estão insatisfeitos com a proposta do Presidente francês, Emmanuel Macron, sobre a possibilidade de enviar tropas ocidentais para lutar na Ucrânia, e manifestaram maior preocupações com a saúde, o poder de compra, a segurança e a imigração.

22/03/2024  Última atualização 12H55
Macron com dificuldades na mobilização de apoio a Kiev © Fotografia por: DR

O director do Instituto Francês de Opinião Pública (IFOP), Frédéric Dabi, que publicou, na terça-feira, a pesquisa, explicou que os comentários do Presidente Macron suscitaram receios em relação ao conflito na Ucrânia, sem garantias de mobilizar os eleitores, e provocaram reacções por parte dos líderes da extrema-direita, acusada de alegadas ligações à Rússia, e de outros partidos adversários, durante a actual campanha para as eleições europeias.

O cabeça de lista do partido de extrema-direita Rassemblement National (RN), Jordan Bardella, criticou os comentários de Macron por serem "levianos, irresponsáveis e cínicos", por isso "devem preocupar o povo francês". O politólogo Bruno Cautrès quer acreditar que o Chefe de Estado "tem muito boas razões para se exprimir desta forma", mas "os seus comentários atingiram um país, onde a desconfiança é elevada e o estado psicológico geral não é bom", num contexto de "crises intermináveis".

Este debate sobre a ajuda à Ucrânia colidiu com o anúncio de cortes orçamentais de 10 mil milhões de euros em 2024 e de 20 mil milhões de euros em 2025, que geraram confusão. "De momento, não vemos qualquer efeito muito benéfico (destas declarações sobre a Ucrânia) para o Executivo", afirmou Cautrès.

Contrariando a opinião de deputados e especialistas que manifestaram preocupação com o nível de equipamento em caso de confronto directo, o chefe do Estado-Maior, Pierre Schill, garantiu num artigo que assinou no jornal Le Monde que o exército "está pronto" para compromissos "mais difíceis".

"Não importam as evoluções na situação internacional, os franceses podem ter a certeza: os seus soldados estarão lá", acrescentou. De acordo com Pierre Schill, a França tem capacidade para reunir 20.000 homens num prazo de 30 dias, tem meios para comandar até 60.000 homens e, de acordo com os registos do exército, no total, dispõe de 121.000 soldados e pode recorrer a 24.000 pessoas em reserva militar.

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