Os Estados Unidos podem disponibilizar 3,5 milhões de dólares para Angola aprimorar e modernizar infra-estruturas e a gestão de políticas públicas. A informação foi avançada ontem pela directora da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), Samantha Power, durante uma visita ao Porto do Lobito, na província de Benguela.
A administradora da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) visitou, ontem, antes de viajar para o município do Lobito, a cidade de Benguela. Aqui, Samantha Power enfatizou que os programas estruturantes em andamento no Corredor do Lobito e na Agricultura terão um impacto significativo, retirando milhares de pessoas da fome e da pobreza. Power destacou o lançamento da expansão de cinco milhões de dólares do projecto Mulheres na Agricultura Angolana (WAF) da USAID, que beneficiará as províncias de Benguela, Huambo e Bié. Além de auxiliar Angola, Power ressaltou que essas iniciativas ajudarão a combater a pobreza em diversas famílias ao redor do mundo.
A missão angolana que, desde o dia 8, realiza um Périplo por três países da Europa, fecha hoje, em Paris, capital de França, os contactos de negócios desenvolvidos em busca de novos parceiros e investidores para o mercado nacional.
Depois de ter estado em Praga, na República Checa, e Berlim, na Alemanha, o ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, e a comitiva que lidera estão em Paris, França, com o mesmo objectivo: manter contactos com parceiros locais interessados na economia nacional e mobilizar as comunidades angolanas a servirem de embaixadores da nova mensagem que o país quer ver passada no exterior.
Nos dias de sexta-feira e sábado, a missão esteve em Berlim.
Na capital alemã, os empresários locais manifestarem-se interessados em investir no sector da energia verde e do turismo, assim como na vacinação animal.
A Embaixada de Angola na Alemanha acolheu o Fórum de Negócios que juntou empresas locais e a delegação angolana de alto nível para falar de oportunidades de negócios e de investimentos.
Na ocasião, o ministro Mário Caetano João apresentou o desempenho da economia angolana, a visão estratégica do Plano de Desenvolvimento Nacional, emanada pela estratégia de longo prazo 2050, o compromisso com a melhoria do ambiente de negócios, os Planos de fomento de produção de grãos, PLANAGRÃO, de produção de proteína animal, PLANAPECUÁRIA e das pescas, PLANAPESCA.
A estabilidade macroeconómica que o país vive e a aposta na diversificação da economia só estão a ser possíveis por causa de um factor.
"Esse factor chama-se Presidente da República, João Lourenço, que devido à sua vontade política, o sector produtivo não petrolífero tem tido recursos financeiros para o seu crescimento. É assim que até 2019 não eram financiados mais de 40 projectos, por ano, mas esse número subiu significativamente a partir de 2020 ao ponto de só em 2022 terem sido financiados mais mil projectos”, destacou o ministro Mário Caetano João.
Apelou aos empresários a investirem em Angola, porque além do mercado interno e potencial produtivo, trata-se de um espaço que representa uma porta de entrada para o mercado da SADC, que comporta mais de 300 milhões de consumidores e movimenta anualmente 750 mil milhões de dólares.
Embaixada
No Fórum de Negócios, a embaixadora de Angola na República Federal da Alemanha e República Checa, Balbina da Silva, reforçou o apelo aos homens de negócios para que invistam no país.
A diplomata reiterou os apelos feitos pelos ministros e demais integrantes da missão, que são representantes de sectores estratégicos da economia angolana, e, sobretudo, a existência de um ambiente político e económico bastante favorável, por força de reformas empreendidas, corajosamente, pelo Governo.
A missão em contactos de negócios é também integrada pelo secretário de Estado para a Cooperação Internacional e Comunidades Angolanas, Domingos Custódio Vieira Lopes, a presidente da Comissão Executiva do Banco de De- senvolvimento de Angola, Patrícia Almeida, o decano da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica de Angola, Augusto Caetano João, representantes da Agência de Regulação, Certificação de Carga e Logística de Angola (ARCCLA) e do Banco BAI.
AIPEX mostra incentivos para investidores
O presidente do Conselho de Administração da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX), Lello Francisco, apresentou, no Fórum Angola – Alemanha, os incentivos fiscais e as facilidades e apoio que a Agência oferece a quem queira investir no país.
Na ocasião, o presidente da Comissão Executivo da Bolsa da Dívida e de Valores de Angola (BODIVA), Walter Pacheco, mostrou ser uma outra forma de se investir em Angola, sobretudo, além do processo de privatizações das empresas públicas, que está em curso, os empresários também podem investir no sector agrário através da bolsa de valores.
Para o delegado da Economia Alemã em Angola, Vandré Spellmeier, que participou na organização do evento, a presença activa dos investidores ao fórum revela o alto interesso alemão pelo mercado angolano, nas áreas que correspondem aos pilares da vi- são estratégica do PDN 2023/2027, nomeadamente, capital humano, diversificação da economia, sobretudo na produção e exportação de hidrogénio verde, e infra-estruturas.
Andrei Rampel, do Banco Helaba, disse que acompanhou com atenção as informações partilhadas e por isso o banco que representa está disponível para financiar a aquisição de equipamentos de origem europeia.
Casper von Korff, representante de uma multinacional alemã de produtos turísticos a retalho, quer ver o seu negócio no Novo Aeroporto Internacional de Luanda.
O fórum seguiu-se de um momento de "networking”, no qual a Zona Económica Especial (ZEE) Luanda Bengo conseguiu captar potenciais investidores, entre os quais se encontra "uma empresa alemã vocacionada à produção de materiais para a recuperação de estradas que se quer instalar na ZEE. Há ainda a destacar uma outra empresa farmacêutica que manifestou, também, o forte interesse em instalar laboratório de produção de vacinas veterinárias na nossa Zona Económica Especial, segundo revelou Adriano Celso Borja, administrador da ZEE.
Participaram também como oradores do fórum o secretário de Estado para o Comércio, Amadeu Nunes, e o secretário de Estado para Agricultura e Pecuária, João Cunha.
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