Economia

Fórum comercial África-EUA previsto para Novembro

A África do Sul acolhe um Fórum Comercial Estados Unidos (EUA)-África, em Novembro, apesar de um apelo anterior de legisladores norte-americanos para que o encontro seja adiado, devido ao que disseram ser o aprofundamento do relacionamento militar do país com a Rússia.

22/09/2023  Última atualização 07H25
Fórum África-EUA, para Novembro © Fotografia por: Arquivo
A capital económica da África do Sul, Joanesburgo, recebe o Fórum de Cooperação Económica e Comercial EUA-África Subsaariana, de 2 a 4 de Novembro, disseram autoridades norte-americanas e sul-africanas numa declaração conjunta, na quarta-feira.

A reunião discute o futuro da Lei de Crescimento e Oportunidades para África (AGOA), a principal iniciativa comercial de Washington para o continente, que concede acesso livre de tarifas ao mercado dos Estados Unidos, um programa que expira a 30 de Setembro de 2025.

"Como disse o Presidente Biden, o futuro é África”, afirmou a representante comercial dos Estados Unidos, Katherine Tai, no comunicado, adiantando que espera visitar a África do Sul para "discutir as oportunidades para tornar a AGOA mais transformador".

Na sequência do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, em Fevereiro de 2022, as autoridades dos EUA e da Europa tentaram envolver governos africanos para contrapor as acções de Moscovo, mas a maioria dos Estados do continente evitou tomar partido.

Apesar da neutralidade declarada de Pretória, a percepção de laços estreitos entre a Rússia e a África do Sul, um importante parceiro comercial dos EUA em África, irritou Washington, de acordo com a agência Reuters.

Numa carta de Junho, os principais membros da Câmara dos Representantes e do Senado dos EUA pediram à Administração Biden para escolher outro local para o Fórum Comercial EUA-África.

Apontando as operações navais conjuntas entre a África do Sul, China e Rússia, em Fevereiro, e os planos de receber o Presidente russo Vladimir Putin na cimeira dos  BRICS, sugeriram, também, que os benefícios comerciais da África do Sul ao abrigo da AGOA fossem revogados.

Os legisladores pareciam apoiar uma acusação explosiva do embaixador dos EUA na África do Sul, segundo a qual um navio russo sob sanções recolheu armas numa base naval sul-africana, no ano passado.

No final, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, não viajou para a Cimeira dos BRICS em Setembro e  uma investigação sul-africana sobre a suposta entrega de armas revelou  que a acusação era infundada.

Na declaração de quarta-feira, Ebrahim Patel, ministro do Comércio da África do Sul, tentou virar a página do incidente, apelando à prorrogação da AGOA. "Uma extensão da AGOA para além de 2025, promoverá o investimento interno na África e proporcionará benefícios tanto aos Estados Unidos, quanto aos países africanos”, disse.

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