Sociedade

Forças Armadas envolvidas no combate à praga de gafanhotos

Lourenço Manuel | Menongue

Jornalista

Uma companhia da 5ª Divisão de Infantaria Motorizada das Forças Armadas Angolanas (FAA) está destacada na sede municipal do Dirico, para auxiliar a equipa multissectorial do Governo no combate à praga de gafanhotos que assola a região Sul e Leste da província do Cuando Cubango.

22/04/2021  Última atualização 12H08
Praga de gafanhotos arrasou grande parte das culturas na província do Cuando Cubango © Fotografia por: DR
O comandante da 5ª Divisão das FAA, tenente-general João Fonseca, disse, ontem, ao Jornal de Angola, que a Comissão Multissectorial, que coordena a actividade,  montou o quartel-general no Dirico, onde, com ajuda de três aeronaves, um helicóptero e viaturas do tipo Kamaz, vão procurar conter as nuvens de gafanhotos que estão "a tirar o sono” aos camponeses.

Acrescentou que efectivos das FAA, quadros do Ministério da Agricultura  e do Fundo das Nações Unidas para Alimentação (FAO) estão a trabalhar no mapeamento das zonas atingidas pela praga de gafanhotos nos municípios do Cuangar, Calai, Dirico, Rivungo e Mavinga.

De acordo com o tenente-general João Fonseca, dos meios aéreos recebidos está, também, uma aeronave de reconhecimento que, na segunda-feira, identificou uma grande nuvem de gafanhotos a Leste da sede municipal do Cuangar, mas não foi possível aniquilá-la devido à presença de camponeses nos campos de cultivo.

"Para se fazer a pulverização, os efectivos precisam de certificar-se, primeiro, se a zona está habitada ou se existem camponeses nas lavras, razão pela qual as áreas afectadas pela praga devem, inicialmente, ser evacuadas para que a pulverização possa ocorrer”.

Além da vigilância aérea, os efectivos das FAA, em coordenação com os restantes membros da Comissão Multissectorial, também estão a fazer um reconhecimento terrestre para facilitar a identificação das larvas deixadas pelos gafanhotos adultos, para serem destruídas, sublinhando que sem isso todo esforço é inútil.

O representante da FAO na região, Januário José Cassanga, disse que a pulverização propriamente dita terá início no dia 26 deste mês, mas não descartou a hipótese de vir acontecer antes, se as equipas se certificarem de que a zona afectada pela praga de gafanhotos não tem presença humana.
Além da praga de gafanhotos, referiu, grande parte das culturas foi arrasada pela seca e inundações, com prejuízos acima das 35 mil toneladas de alimentos diversos da produção agrícola de 2020/2021.

Os gafanhotos adultos têm vida útil de 180 dias, movimentam-se bastante e por onde passam deixam milhares de larvas. Por essa razão, disse Januário José Cassanga, além dos meios aéreos, outras equipas estão a efectuar o trabalho de campo, que consiste na mobilização da população que reside nas proximidades das zonas de cultivo, para abandonarem por algum tempo,  as suas residências, bem como na recolha de informações da presença ou não de gafanhotos.

Antes da utilização dos meios aéreos, o governo do Cuando Cubango recebeu do Ministério da Agricultura e Pescas, três viaturas de marca Land-Cruser apetrechadas com quatro máquinas nebulizadores a motor, 15 Atomizadores Dorsal a combustível e manual, 50 unidades de fato de protecção e igual número de botas. 

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