"Não recebemos nenhuma proposta para dividir os processos de adesão (à OTAN) da Suécia e da Finlândia. Como não recebemos tais declarações, não seria totalmente apropriado fazer um comentário sobre se iremos avaliá-los separadamente”, disse numa entrevista colectiva em Ancara.

Anteriormente, Omer Celik, porta-voz do Partido da Justiça e Desenvolvimento presidido pelo Presidente turco Recep Tayyip Erdogan, disse que a Finlândia continuaria as discussões com a OTAN sobre a sua oferta de adesão separadamente da Suécia.

Na terça-feira a imprensa internacional noticiou que as negociações entre Ancara, Estocolmo e Helsínquia para discutir os pedidos de adesão à OTAN da Suécia e da Finlândia, que estavam marcadas para Fevereiro, foram adiadas indefinidamente.

A 21 de Janeiro, o político dinamarquês Rasmus Paludan, que lidera o partido anti-islâmico de extrema-direita Hard Line, queimou o Alcorão em frente à Embaixada turca durante uma manifestação de protesto. Ele criticou o Presidente Recep Tayyip Erdogan e exibiu uma caricatura do profeta Maomé.

Na segunda-feira, Erdogan disse que a Suécia não deveria esperar nenhum apoio de Ancara para a sua candidatura de adesão à OTAN após as manifestações anti-turcas em Estocolmo.

O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, e o ministro da Defesa, Hulusi Akar, fizeram declarações semelhantes.

Em Maio de 2022, Helsínquia e Estocolmo apresentaram os pedidos de adesão ao bloco militar liderado pelos Estados Unidos, mas o processo foi bloqueado pela Turquia, que exigia que os dois países designassem as organizações curdas como grupos terroristas e extraditassem para Ancara as pessoas suspeitas de terrorismo e envolvidas no golpe de 2016.

As negociações entre Erdogan, o Presidente finlandês Sauli Niinisto, a então Primeira-Ministra sueca, Magdalena Andersson e o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, ocorreram em Madri, a 28 de Junho de 2022.

Como resultado, foi assinado um memorando que possibilita a entrada da Suécia e da Finlândia na OTAN.

Na ocasião, Ancara disse que este memorando não era final e que o Parlamento turco poderia não aprová-lo se os dois países não cumprissem suas obrigações de combater organizações terroristas.