Cultura

Filme “Moça” ganha sete prémios no Fesc Kianda

A cerimónia de encerramento da 4° edição do Fesc-Kianda, aconteceu na última sexta-feira, no Instituto Guimaraes Rosa, ex-Centro Cultural Brasil-Angola, onde foram premiadas as melhores cinematográficas de curta duração da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

31/01/2023  Última atualização 07H40
Cartaz do filme de Denis F. Miala que arrebatou sete trófeus © Fotografia por: DR
A noite, que contou com a presença do administrador das Ingombotas, viu o filme "Moça”, do realizador Denis F. Miala, arrebatar 7 dos 15 prémios.

Nesta celebração, o actor, José Inácio "Imperador”, protagonista principal do filme, mostrou-se entusiasmado e afirmou que estava confiante que o filme arrebataria vários prémios. "Vamos voltar mais” disse Imperador ao descer do palco, após a recepção do segundo prémio. E de facto, o actor e o realizador do filme, Denis Miala, voltaram a subir novamente 5 vezes ao palco, sobre os aplausos da plateia que reconhecia o mérito do filme. "Moça” foi gravado em Luanda em 2021, e foi oficialmente lançado em 2022. A obra participou em vários festivais internacionais e nacionais nos quais sempre arrancou elogios e aplausos do público que se prenderam nesta história de uma moça que assombra a cidade de Luanda, com sede de vingança.

Disponível no YouTube, fazem parte do elenco os atores José Dange, Asfelcia Dalila Contreiras, Ladilson Manuel e Gaspar Wão.

O filme levou os prémios de Melhor filme, Melhor actor, Melhor fotografia, Melhor realizador, Melhor caraterização, Melhor edição e melhor direcção de arte.

Este ano, o Fsec-Kianda homenageou o realizador Asdrúbal Rebelo, uma das grandes referências na sétima arte em Angola. Asdrúbal Rebelo nasceu em Luanda a 7 de Janeiro de 1953, tendo passado pela antiga Escola Industrial, onde frequentou o curso de Pintura Decorativa, o que o levou, antes de se dedicar ao cinema, à profissão de desenhador e decorador de interiores, na Junta de Acção Social do Trabalho de Angola (JASTA) em 1973.

Em 1974, quando entra para a TPA, a cenografia foi a sua primeira arte. Depois foi operador de câmara de vídeo e realizador de programas para crianças e fez filmes sobre os problemas dos mais novos.

Depois desta experiência, a marca dos seus filmes e programas de televisão passaram a assentar, na generalidade, no universo real e sonhador das crianças, razão pela qual criou o emblemático "Futuro da Nação”, o primeiro programa infantil da Televisão Pública de Angola (TPA), precedido da história ficcional "A caminho da escola”.

Do conjunto da sua filmografia constam os seguintes trabalhos: "Nascidos na Luta”, "A Luta Continua”, "O Balão”, "Vento de Esperança”, "Filhos da Rua”, "Levanta, Voa e Vamos”, "Velhos Tempos, Novos Tempos”, "Museus” e "Escrever a Vida”.

Asdrúbal Rebelo frequentou em 1975 um curso de Cinema e Televisão, orientado pelos franceses Bruno Moel, Antoine Bonfanti e Marcel Trillat, técnicos da Unicité. Para amadurecer as suas teorias e práticas, ele e seus contemporâneos dedicaram-se bastante à leitura, ao visionamento de filmes e debates com Luandino Vieira, Edmundo Rocha e Ruy Duarte de Carvalho. Como reconhecimento das suas competências profissionais, foi admitido a frequentar o terceiro ano da Faculdade de Cinema, da Universidade Carolina, Checoslováquia, em 1983 e 1984. Entre as distinções internacionais, destacam-se um Globo de Prata para o documentário "Levanta, Voa e Vamos”, em 1988, no Festival de Aveiro, em Portugal. Em 1990 é atribuído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) o prémio de melhor documentário pelo filme "Escrever a Vida” e Menção Especial do júri para "Ilha a Ilha”, na Mostra Atlântica da Televisão dos Açores. Asdrúbal Rebelo participou no Festival Mundial da Juventude e Estudantes em Cuba, 1978, e na Semana do Cinema Angolano, na Bulgária, 1981.

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