Cultura

Filme angolano sobre autismo estreia em Luanda

Victória Ferreira

“Irís - o mergulho no mundo dos autistas” é o título do filme de produção nacional, que estreou no dia 12, no cine Forlaleza, em Luanda, e conta o drama baseado na história de uma mãe de um adolescente autista, uma situação vivida por muitas famílias.

14/04/2024  Última atualização 20H50
© Fotografia por: DR

A película exibida ainda no sábado e domingo, vai estar em cartaz, nas províncias de Benguela, no Huambo e Lubango.

"O filme retrata a mudança  de 360º que tive de refazer na minha vida, após conhecer o diagnóstico do meu filho, hoje com 17 anos, por isso se denomina o mergulho no mundo dos autistas”, disse íris André a protagonista.

No drama Iris André conta a sua própria história e interpreta,  Delma Francisco, uma mulher de 35 anos formada em Comunicação Social, casada, mãe de dois filhos, que vive uma crise na relação quando o marido não aceita o diagnóstico do filho, levando-a ao desespero, tendo de mudar a sua rotina de forma drástica.

Incompreendida pela sociedade, Iris vai a busca de soluções e com uma amiga criam um centro de aconselhamento para apoio de crianças com autismo e outras patologias.

Tal como na vida real, Irís precisou primeiro entender sobre o autismo, conviver com esta condição, o que levou a criar uma instituição para ajudar a cuidar de outras crianças.

Íris André faz parte da organização Coração Azul, uma instituição vocacionada ao apoio de pessoas portadoras de perturbações do espectro autista.

"Nós não só trabalhamos com as crianças, mas apoiámos mães que necessitam de suporte, após o diagnóstico do filho com autismo, e nessa abordagem temos acesso a muita informação de como as pessoas vivem com o autismo”, disse.

Participar do filme significa para Iris o início para uma outra fase do autismo como uma missão na sua vida, tendo já enfrentado vários desafios.

Por outro lado é uma forma de dar voz aquelas famílias que não aceitam o diagnóstico, tendo em conta as diversas formas que gerem as emoções e dificuldades.

 "Quero dizer a elas que ter um filho com autismo, ou numa outra condição, não é o fim do mundo, mas a descoberta de um novo ser para ultrapassar o período e poder ajudar quem realmente precisa”, disse Iris emocionada.

Para a protagonista da história, foi muito difícil no início lidar com uma situação que exige muita entrega.

"Actualmente no país já se fala mais sobre o autismo e existe várias instituições que desenvolvem acções para apoiar pessoas com esta condição.

A produção do filme esteve a cargo da Yellen, uma associação de cineastas de ex-estudantes da Universidade Metodista, com interesse em abordar projectos na área da saúde.

 

 

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