Cultura

Filipe Zau destaca potencial cultural do Huambo

Estácio Camassete | Huambo

Jornalista

O ministro da Cultura e Turismo considerou a cidade do Huambo como potencial do sector a nível nacional, devido aos projectos que estão a ser idealizados, além do vasto repertório tradicional que a província preserva desde a antiguidade.

19/03/2023  Última atualização 09H28
Delegação chefiada pelo ministro da Cultura e Turismo está a inteirar-se do estado de conservação das infra-estruturas © Fotografia por: DÉLIO VIEIRA DIAS| EDIÇÕES NOVEMBRO | HUAMBO

Filipe Zau, que falava à margem da visita de três dias à capital do Planalto Central, descreveu ter uma boa imagem das obras do Centro Cultural, que vai dignificar o sector na região, e estão em fase de conclusão.

"O Centro Cultural do Huambo é um postal da cidade e tem condições de ser uma instituição séria para diversos trabalhos culturais”, assegurou.

De acordo com o titular da Cultura, a cidade do Huambo é uma área de alta significância cultural, além dos reinos e "ombalas”, que têm a lógica de unir a tradição, modernidade, ancestralidade e contemporaneidade.

"É um jogo endógeno de se olhar para a tradição e não perder a ideia da modernidade”, frisou o governante, que entende que o Centro Cultural seja um verdadeiro ponto de estudo, de desenvolvimento de todo o tipo de actividades de entretenimento e que por isso deve fazer parte da agenda das famílias.

Filipe Zau manifestou, igualmente, a preocupação de garantir a manutenção das infra-estruturas controladas pelo Ministério da Cultura e Turismo, bem como o desígnio de se olhar para os recursos humanos para a funcionalidade das estruturas e elevar o sector na província.

No primeiro dia de trabalho, Filipe Zau foi recebido pela governadora provincial, Lotti Nolika, tendo sido informado sobre o ponto de situação da execução das obras do Centro Cultural do Huambo.

Ontem, o ministro constatou o andamento das obras do Museu Regional do Huambo, paralisado há mais de quatros anos, bem como o Arquivo Histórico Constantino Camoli.

O ministro e a sua comitiva visitaram, também, a histórica pedra "Kandumbu”, no município da Chicala Cholohanga, as ruínas das salas de cinema São João e Ruacaná, bem assim como a "ombala” grande do reino do Huambo.

 

  "Cultura e Turismo andam de mãos dadas”

O ministro considerou que cultura e turismo andam de mãos dadas, pois, na sua óptica,  "não há cultura sem turismo e vice-versa. Apesar de o turismo ser mais exigente, por necessitar de garantias de água, segurança, saneamento básico, formação do pessoal, vias de acesso e comunicações, para que o investimento na área apareça”, assegurou.

Para o titular da Cultura, turismo é essencialmente empresarial e que não é bem o Estado que tem de promover, mas sim os empresários nacionais ou estrangeiros que devem investir para garantir a sua efectivação.

Acrescentou que o turismo só se desenvolve quando encontra um conjunto de infra-estruturas básicas que lhe permitem avançar. No entanto, lembra que com o fomento de turismo, arrecada-se mais dinheiro para continuar a desenvolver muitos outros elementos ligados com a cultura de um determinado povo.

"Para nós, o turismo é uma grande fonte de empregabilidade para a camada juvenil. Por isso, é preciso fomentar o turismo, para que os visitantes possam chegar e a cultura vai criar outro espaço para ser mais forte”, frisou.

Na óptica de Filipe Zau a cultura é um factor dinâmico e que só pode surgir com formação. Daí aponta a necessidade de se criar no Huambo uma escola de artes, bem como uma orquestra infantil, para que possa sustentar uma outra de Luanda, uma vez que o país não tem uma orquestra nacional.

Sobre as obras do Museu Regional do Huambo, paralisadas há mais de quatro anos, Filipe Zau disse ser necessário encontrar vida para esta infra-estrutura. Para tal, disse ser necessário encontrar forma de inscrevê-lo no orçamento da província ou do ministério. "As coisas, por vezes, não andam, não é porque a gente não queira, elas precisam de financiamentos, para tal, para se projectar algo é preciso dinheiro”, frisou.

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