"Volto a apelar para maior solidariedade para os compatriotas deslocados”, declarou o Chefe de Estado moçambicano, na inauguração de uma fábrica de farinha em Malema, na província de Nampula, segundo a Lusa.

No discurso, o Chefe de Estado moçambicano criticou, também, a disseminação de informações falsas sobre o conflito armado em Cabo Delgado, pedindo bom senso, principalmente nas redes sociais. Filipe Nyusi pediu que os moçambicanos se concentrem no desenvolvimento do país, acrescentando que a região começa a sentir o impacto das incursões armadas em Cabo Delgado.
"Já há pessoas nos países vizinhos que começam a pensar duas vezes para vir a Moçambique”, declarou.

O total de deslocados registados após o ataque armado a Palma, até agora, subiu para 20.558, anunciou, ontem, a Organização Internacional das Migrações (OIM) na mais recente actualização sobre a crise humanitária, citada pela Lusa, no dia em que Portugal anunciou já ter dez militares no terreno e quando a União Europeia anunciou, para hoje,  a discussão sobre a situação em Cabo Delgado.

O corredor que parte de Palma em direcção a Oeste via Nangade e depois para Sudoeste, para Mueda e Montepuez, continua a ser o principal eixo de fuga do distrito atacado a 24 de Março. Ainda segundo a OIM, 75 por cento dos deslocados vivem com famílias de acolhimento e há 664 idosos registados.

Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo jihadista Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou, também, mais de 2.500 mortes.