Cultura

FestiSumbe leva público ao delírio com mega espectáculo

Carlos Bastos | Sumbe

Jornalista

O Festival Internacional de Música do Sumbe (FestiSumbe), edição 2023, que a partir deste ano se realiza no mês de Maio, por ocasião das festividades alusivas à elevação do Sumbe à categoria de cidade, proporcionou um ambiente festivo aos habitantes da província, e não só.

28/05/2023  Última atualização 07H10
O Festival Internacional de Música do Sumbe (FestiSumbe), edição 2023, que a partir deste ano se realiza no mês de Maio, por ocasião das festividades alusivas à elevação do Sumbe à categoria de cidade, proporcionou um ambiente festivo aos habitantes da pr © Fotografia por: DR
Num novo formato, o FestiSumbe, que decorre desde sexta-feira, na marginal do Sumbe, voltou a animar o público, que acorreu em massa ao evento, em que cada um procurou dar calor ao seu ídolo.

O mega espectáculo encerra hoje. No primeiro dia, teve início às 21 horas. Após as regras protocolares, deu honras da casa a artista Velita Fonveira, no estilo kilapanga, interpretando "Se eu visse meu pai”, seguido de NJ, também músico local, que interpretou "Moças do bairro”.

Maniras do Arraso deu sequência ao espectáculo, e com o público já animado, apresentou do repertório a sua  melhor composição, intitulada "Mpanga Nguyé”.

Perto das 22 horas entrava em cena o músico Fulinho, também filho desta província, radicado em Luanda, interpretando "Kima Kyeto” e "Kixinda”, sendo bastante aplaudido pelo público.

Nolasco do Rosário, um "habitué” do FestiSumbe, não deixou os seus créditos em mãos alheias, soube dar o melhor do seu repertório, ao interpretar os temas "Pecado” e "Sumbe marginal”, músicas que se tornaram um hino no seio dos espectadores.

Doze minutos depois, a artista Heroide subiu ao palco para interpretar temas no estilo tradicional, intitulados "Puita” e "Likolo”, canções e danças recebidas com entusiasmo e fulgor pelo público.

Proletário, um dos músicos sonantes que mais actuou no FestiSumbe, tomou conta do palco. Correspondeu às expectativas dos convivas, sobretudo dos anciãos, os "kotas”, ao interpretar as célebres canções "Scania 111”, "Kimbombeia” e "As kizombadas”. No fim da actuação elogiou a organização por ter convidado músicos  locais  e de outras províncias, representando várias gerações, considerando a maneira mais viável de desenvolver e fortalecer o intercâmbio entre os artistas locais, nacionais e internacionais.

Cerca das 23 horas, e com o ambiente já aquecido, era anunciada a actuação do músico Cristo, artista querido pelo público do Sumbe, tendo saciado a sede de fãs. Interpretou "Na minha banda”, "No meu bairro” e por último "Astro da minha vida”. O público agradeceu a actuação do músico com fortes aplausos.

Não escondendo a satisfação, Cristo manifestou, ao Jornal de Angola, a satisfação por ter sido convidado e, também, pela forma como a organização integrou artistas de várias gerações.

"Estou satisfeito pela forma como a organização procurou, nesta edição, juntar artistas da velha e nova gerações, o que transmite a sensação de passagem de testemunho. Louvo a iniciativa de o FestiSumbe ser a janela para  promover e  divulgar a música angolana, no país e além fronteiras”, disse.

Às 23h15 subiu ao palco Telma Lee,  que a seu jeito cativou o público, que a acompanhou do princípio ao fim. Interpretou "Meu vício”, "Tatuagem” e "Sou tua”. No fim mostrou-se satisfeita por actuar pela primeira no FestiSumbe. "Levo uma impressão positiva sobre o nível organizacional, apesar de alguns percalços próprios de um  espectáculo da dimensão do FestiSumbe”, disse.

Com a mesma adrenalina, o músico Livongh foi ao palco com os melhores temas do seu repertório, não deixando também seus créditos em mãos alheias, ao interpretar "Coladeira”, "Ana Maria” e "Micaela”.

Às 22h35, o veterano Bessa Teixeira, vindo do Planalto Central, subiu ao palco para justificar o espaço conquistado na alma dos habitantes do Cuanza-Sul, e justificou isso ao cantar "Sangatiti”, "Mbunge” e  "Sulunla”.

O grupo "Etu tweza”, proveniente de Luanda, com o estilo de dança tradicional, subiu ao palco dando o melhor que tinha preparado para o evento. Era meia-noite e 18 minutos, a vez de actuação do Dr.Malinga e Uhuro, proveniente da África do Sul, com o estilo afrohouse. Fez vibrar os convivas interpretando "The sound”, "we still want bbi to happen”, "Kenyatta”, "Petronella”, "Angilalanga izolo”, "Solalekseni”, entre outras.

A seguir,  J. Buanda interpretou "Lili” e "África minha terra”. O músico Phathar Mak, muito aplaudido pela camada jovem, interpretou "Amizade acima de tudo”, "Respeito”, "Grande dia”, "Depois 43” e homenageou Mamborró com a canção "Retrato”.

Seguiram-se as actuações de Baixinho Requintado e Guerra Branco, ambos interpretaram as músicas "Levanta a mão” e "Invejoso”.

Depois da uma hora da madrugada foi anunciada a entrada em cena do músico Sam Mangwana, que, entre aplausos, soube proporcionar momentos alegres com o estilo rumba. Sem fugir à regra didáctica e pedagógica, os jovens acompanharam as estrofes das músicas  "Querida Pátria”, "Morena” e a célebre canção "Tio António”. Embora não tenha aceitado falar à imprensa, a actuação foi peculiar, dando lições aos artistas mais jovens.

Eram duas horas da madrugada, quando chegou a vez do músico Kanda, estreante no FestiSumbe, e muito querido pelo público, algo demonstrado quando interpretou "A mulher que estou a casar” e "Pardon”, conhecido como "Motema Nangay”.

Hélder Sukumula, vindo das Acácias Rubras, interpretou, no estilo "sungura”, os temas "Ndavaluka” e "Kulandela”. O público não se conteve e aplaudiu o cantor durante largos momentos. O relógio marcava 2h26 quando foi anunciada a actuação do músico congolês democrático Racine Nsunda, que  interpretou "Maria balança”, "Roketou” e "Service”, que arrancaram do público fortes aplausos.

Cerca das três horas, e com o público a demonstrar algum cansaço, subiu ao palco Mago de Sousa, que transmitiu forte vibração e reanimou os convivas, ao interpretar   "Carolina”, "Par perfeito”, "Silêncio” e "Fé”, acompanhado pelo público do princípio ao fim.

Halison Paixão é, também, um dos músicos queridos do  festival, subiu ao palco por volta das 3h15, tendo interpretado as canções "Alma gémea”, "Minha Maria” e "Doce amor”, transmitindo aos fãs o ambiente de alegria.

Maya Zuda, também estreante do FestiSumbe, subiu ao palco momentos depois, cantando "Simba wé”, "Conselhos” e "Aleluia”. Outra voz muito esperada, Moniz de Almeida, voltou a dar o melhor que os fãs aguardavam com ansiedade, com a interpretação de "Guilhermina”, "Morainha” e "Ngapa”, aplaudido e acompanhado em todos os momentos pelos espectadores.

  Baló Januário e Preto Show à madrugada

Madrugada adentro, era chegada a hora do músico Balo Januário, com os temas que tocam os corações de todos, sobretudo mulheres, pela mensagem que transmite sobre o quotidiano, episódios da zona rural e urbana. Interpretou "Na casa da mana”, "Era boa pessoa” e "Azar da Belita”.

O grupo tradicional Kumbi Lixia, que na maioria dos temas interpreta a realidade histórica da região da Quibala, da província do Cuanza-Sul,  subiu ao palco para interpretar os temas "O nosso male”, "Tchau” e "Telefone”.

Preto Show subiu ao palco e procurou responder à ansiedade dos fãs, sobretudo a camada jovem. Mereceu aplausos e durante a actuação as forças da ordem tiveram que redobrar as medidas de segurança, devido à euforia dos jovens, que pretendiam o aconchego do artista.

O primeiro dia do festival encerrou com chave de ouro, em que o  DJ Lolo, apesar da hora avançada, conseguiu impressionar o público com as canções "Bono”, em homenagem ao Estado-Maior do Kuduro, Nagrelha, e por último interpretou a música "Liamba”, que se tornou no do festival. Os músicos foram acompanhados pelas banda FM e Livongh.

O FestiSumbe foi criado em 2002 e até 2021 era realizado em alusão ao dia da província do Cuanza-Sul, que se assinala no dia 15 de Setembro. Este ano, o novo formato passou a ser realizado em alusão aos 67 anos da cidade do Sumbe.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Cultura