Cultura

Fesc Kianda idealiza novas estratégias de organização

Francisco Pedro

Jornalista

O director do Festival Internacional de Curtas-metragens (Fesc Kianda), Vânio de Almeida, reconheceu, terça-feira, em Luanda, que a qualidade organizacional da quarta edição não foi a mais desejada por falta de patrocínios.

01/02/2023  Última atualização 13H45
Realizador Denis Miala (à esquerda) com o actor Imperador © Fotografia por: DR

A intenção da organização, de acordo com o director do Fesc Kianda, era oferecer um jantar quer na abertura quer no encerramento do festival, num espaço semelhante à Casa 70, para acolher mais profissionais, cinéfilos e amantes da sétima arte.

Este ano, "o que nós auguramos, nem metade conseguimos cumprir, embora tenha sido possível premiarmos as 15 categorias anunciadas”, referiu, tendo adiantado que, por pouco, o festival seria cancelado por falta de patrocínios, mas "decidimos organizar, muito acima da hora, apesar das diversas dificuldades”.

Dignificar os profissionais envolvidos nas produções cinematográficas, com prémios em valor monetário, bem como promover o intercâmbio a nível dos profissionais e cinéfilos da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) constam entre as perspectivas para a próxima edição do festival, segundo o responsável. O filme "Moça”, de Denis Miala, foi o mais premiado nessa recém terminada edição, com sete estatuetas de madeira esculpida figura de uma sereia (kianda)  e igual diplomas. Além de melhor filme, a ficção foi distinguida com os prémios de melhor realizador, edição, actor (José Inácio), fotografia, arte e caracterização.

Entre os premiados, destacam-se, também, os prémios de melhor roteiro para o filme "O Poder do Perdão”, de Cristo Lozão, melhor efeitos especiais para "Agente Secreto”, de Yuri Fernandes Brasão, melhor documentário, "Atrás das Redes”, de Sandra Saquita, melhor figurino, "Fale Agora ou Cala-se Para Sempre”, do brasileiro Beto Besant, melhor som, "Kambwa”, melhor trilha sonora, "20 Minutos”, da Kamba Studio, melhor actriz, Liany Li, e melhor produção, "Herói Esquecido”.

A 4ª edição do Festival Internacional de Curta-metragem (Fesc Kianda), que decorreu  de 20 a 27 do mês passado, no Instituto Guimarães Rosa, ex-Centro Cultural Brasil-Angola, apresentou 36 filmes dos membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que retratam diversos assuntos da nossa realidade dos países.

A abertura do festival ficou marcada com uma homenagem ao cineasta angolano Asdrúbal Rebelo, pelos seus feitos no cinema nacional.

O evento, que atribuiu 25 distinções e certificados de participação ao Melhor filme, realizador, actor, actriz, figurino e fotografia, tem como objectivo incentivar a produção nacional, distribuição e difusão de obras cinematográficas e audiovisuais.

O Fesc Kianda promoveu, igualmente, o debate sobre o mercado de distribuição e a exibição cinematográfica nacional, bem como incentivou a sociedade a apreciar e divulgar as obras de cinema e audiovisual na CPLP, incitar o investimento, atrair financiamento, bem como garantir que se faça intercâmbio dentro e fora da comunidade.

Promovido VS Lequeus Audiovisual, o evento analisou questões relacionadas com a sétima arte, entre estudantes e profissionais da área.

Participam no festival, que decorreu sob o lema "Cinema como fonte de desenvolvimento”, artistas do Brasil, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné Bissau. São parceiros do Fesc Kianda a Administração Municipal de Luanda, o Instituto Guimarães Rosa (Ex-CCBA) e o Horizonte Njinga Mbande. A terceira edição realizou-se em Janeiro de 2022 e o homenageado foi o cineasta angolano Nguxi dos Santos.

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