Cultura

Fernanda Ribeiro vence Prémio Revelação Literária UCCLA

A escritora brasileira Fernanda Ribeiro é a vencedora da 9ª edição do prémio Revelação Literária UCCLA-CMLisboa com o romance "Cantagalo", uma "alegoria de todo o Brasil", anunciou a organização das cidades da lusofonia na quarta-feira.

30/03/2024  Última atualização 12H10
Fernanda Ribeiro venceu com o romance “Cantagalo” © Fotografia por: DR

O júri do prémio deste ano atribuiu ainda duas menções honrosas, a primeira à poesia do brasileiro Frederico da Cruz Vieira de Sousa, com o título "Chão de Saibro”, e outra ao romance A Sintaxe da Guerra, do angolano Joaquim Njungo Jeremias, de 29 anos, natural do Luena, província do Moxico.

Cantagalo é, segundo o júri, "um romance de família, com Praxedes, nome obtuso, como centro da ficção. História de peripécias rápidas, diálogos vivos, o que atravessa este livro como rio subterrâneo é não só a condição feminina e a questão da escrita, mas a própria condição do livro como possibilidade de escapar a uma vida vazia, concreta, feita de cenas sem sentido nesse lugar - Cantagalo - que é alegoria de todo o Brasil. Tudo numa dicção autêntica, um modo de pôr as personagens a falar que lembra, de facto, um outro mundo”, lê-se na nota divulgada à imprensa.

Relativamente às menções honrosas, o júri destaca em Chão de Saibro as "experiências gráficas da poesia visual, da experimentação icónica do texto, transformado em verdadeiro texto-trama, tecido de palavras", considerando o livro de Frederico Vieira de Sousa um conjunto de poemas "o som e seus jogos se sobrepõem ao significado".

No romance A Sintaxe da Guerra, do angolano de 29 anos Joaquim Njungo Jeremias, de acordo com o júri do prémio, "África canta a sua dor" e os protagonistas "são alegorias de todos os que enfrentaram a guerra colonial".

"Trata-se de descobrir neste livro de prosa descritiva, de diálogos intensos, de fotografias ao interior de vários infernos, um modo de narrar que articula o performativo com o romance social, onde a mensagem da antiguerra é só o nível mais óbvio desta voz comprometida", afirma o júri.

O concurso para a edição do prémio deste ano foi lançado a  7 de Maio de 2023 e encerrado a  3 de  Dezembro, tendo sido recebidas 168 candidaturas oriundas de 15 países na Ásia (Timor-Leste); África (países de língua portuguesa e Senegal); América (Brasil); Europa (Alemanha, Polónia, Holanda, Reino Unido, Suíça); e Médio Oriente (Israel).

O corpo de júri desta edição foi composto pelo brasileiro Domício Proença, o caboverdiano Germano Almeida, o angolano Hélder Simbad, a santomense Inocência Mata, o português Pires Laranjeira,  o moçambicano Luís Carlos Patraquim, o timorense Luís Costa; guineense Tony Tcheka, o macaense  Yao Jing Ming, aos quais se juntaram João Pinto Sousa, pelo Movimento 800 anos da Língua Portuguesa, e Rui Lourido, em representação da  UCCLA.

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