Economia

Feiras removem práticas monopolistas do mercado

O Governo promove a realização de feiras e mercados rurais, por figurarem entre os mecanismos de mercado com mais potencial para o país elevar os níveis de escoamento da produção agrícola, estabilizar os preços e remover as práticas monopolistas na oferta de bens essenciais, declarou o ministro da Indústria e Comércio, ontem, na Quibala, Cuanza-Sul.

27/03/2021  Última atualização 10H10
Ministro da Indústria e Comércio e o governador do Cuanza-Sul na abertura do certame © Fotografia por: Ministro da Indústria e Comercio com governador, Job Capapinha
Victor Fernandes, que falava na abertura da 3ª Feira de Escoamento de Produtos do Campo do Cuanza-Sul, uma acção do Governo daquela província que encerra amanhã, no terceiro dia de actividades, apontou como benefícios adicionais dessas realizações a regularidade da oferta, aumento da produção nacional na estrutura do consumo final e a agregação de produtores e distribuidores.

Os efeitos multiplicadores podem expandir-se ao mercado do frete para o transporte de mercadorias, referidos pelo ministro,  agentes agregadores com meios rolantes, bem como na identificação das acções de empreendedorismo em prol das exportações, na criação de bolsas de mercadorias locais e regionais e fomento de cadeias de valores de vários produtos.

Segundo Victor Fernandes, à luz dessa evolução, os resultados podem achar-se na garantia de emprego e transferência de rendimentos, socialização, troca de experiências e valores culturais, além da redução das importações de bens alimentares e consequente racionalização dos gastos em divisas. O governador do Cuanza-Sul, Job Capapinha, garantiu, naquela ocasião, total apoio das autoridades provinciais à agricultura familiar através da distribuição de insumos agrícolas, assistência técnica e preparação de terras, bem como na investigação para o melhoramento de sementes, visando maximizar a produção.

Job Capapinha lembrou que, com as potencialidades hídricas e a fertilidade dos solos, o Cuanza-Sul pode  produzir em todas as épocas do ano, sendo, contudo, necessários investimentos na revitalização dos canais de irrigação existentes e na criação de outros, "em pontos estratégicos,  para que a produção seja feita em todas as épocas do ano e garantir a segurança alimentar”.


Qualidade de exportação
O secretário permanente da Feira de Escoamento de Produtos do Campo do Cuanza-Sul, Honorato Kondjassile, declarou que o certame conta com a participação de 198 expositores, mais 78 que na edição anterior, havendo mostras de cereais, tubérculos, citrinos, produtos do mar, como peixe e mariscos, bem como leguminosas com valor para consumo e exportação.

"Temos exposta uma vasta gama de bens produzidos localmente, pelo que a feira abre um espaço privilegiado para a assinatura de contratos de parcerias entre produtores e comerciantes, bem como para a troca de experiências”, frisou.
De tal forma, que o representante do Fundo das Nações Unidas Para a Alimentação de Agricultura (FAO) em Angola, Miltin Bellow, elogiou a organização da feira, considerando ser "uma realização actual e promissora”, a julgar pelos resultados que podem ser alcançados.

"A FAO considera a realização desta Feira do Campo de Escoamento de Produtos uma iniciativa acertada, tendo em conta o alcance esperado, na senda dos objectivos do milénio”, disse, recordando que o organismo internacional tem contribuído para a formação de formadores no meio rural para fortalecer as iniciativas do Governo Provincial do Cuanza-Sul.


  CESTA BÁSICA
Reserva Estratégica estabiliza os preços

O Governo prepara a criação de uma Reserva Estratégica Alimentar para influenciar a redução dos preços dos produtos da cesta básica no país anunciou, em Luanda, o ministro da Indústria e Comércio.
Victor Fernandes, que falava no final de um encontro com dignitários dos Emirados Árabes Unidos, na quarta-feira, revelou que o processo já está quase na recta final da execução, faltando a abertura de um concurso público internacional para se escolher a entidade que vai gerir a Reserva.

Quanto à redução de produtos em algumas superfícies comerciais, o ministro afirmou que esta realidade "não é generalizada, porque na maior parte dos supermercados existem produtos suficientes”.
De acordo com o governante, o mercado regista pouca procura de produtos por causa da redução drástica do poder de compra dos consumidores, embora os preços continuem a subir quase todos os dias.

Esse facto ocorre porque os operadores precisam de manter as margens de lucro do negócio,  cabendo ao Governo, reafirmou, criar as condições para que se ajuste os preços dos produtos no mercado nacional.
"A subida ou descida dos preços dos produtos ou serviços no mercado nacional tem a ver com a questão da procura e oferta de cada realidade do país”, assumiu.

Casimiro José | Quibala

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