Política

Feira Tecnológica apresenta soluções para o mercado

Vânia Inácio

Jornalista

A 3ª Edição da Feira de Ideias, Inovação e Empreendedorismo de Base Tecnológica (FIEBAT), alinhada à 8ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, expôs, até sexta-feira, os projectos inovadores das várias universidades públicas e privadas do país, que trazem soluções científicas para impulsionar o desenvolvimento tecnológico para Angola e sustentáveis para o negócio.

02/12/2023  Última atualização 07H50
Vice-Presidente, na 3ª Edição da Feira de Ideias, Inovação © Fotografia por: João Gomes| Edições Novembro
No mesmo recinto onde decorreu a conferência, estiveram representadas 20 instituições do Ensino Superior, com 110 projectos tecnológicos voltados à Agricultura e à Biotecnologia.

Segundo o coordenador da Feira, Jone Heitor, a FIEBAT é um evento bianual que ocorre paralelamente à Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, com o propósito de expor e premiar os melhores trabalhos desenvolvidos nas Instituições de Ensino Superior (IES) do país, em termos de inovação e invenção de ideias de base tecnológica.

O projecto visa ainda incentivar o empreendimento nas IES, fazendo com que toda a investigação feita a este nível se reflicta para a melhoria das condições da sociedade. O responsável realçou que a ideia é estimular os estudantes a saírem das universidades já com start-ups "ou mesmo empresas" para o fomento do empreendedorismo e contribuírem para a diversificação da economia nacional.

Projectos apresentados

Wilma Keta é estudante do quarto ano do curso de Engenharia Civil da Universidade Metodista de Angola (UMA). Ela e mais duas colegas criaram um projecto de energias renováveis por biomassa.

O grupo desenvolveu o projecto para ajudar a solucionar o problema da geração de lixo, sobretudo, em Luanda e pensaram em testar a iniciativa-piloto no mercado do Quilómetro 30, pelo fluxo de resíduos orgânicos produzidos localmente.

A UMA apresentou-se com um total de três projectos, dos quais um aparelho de conversão de energia eléctrica de potência para kwanza, desenvolvido por 12 mentores. O programa despertou a curiosidade de muitos visitantes, pois permite, também, controlar o consumo de energia a partir de um telemóvel.

Farinha integral a base de tubérculos

Pensando numa forma de melhor aproveitar a produção em grande escala da batata-doce em Malanje, os estudantes criaram a farinha integral à base deste tubérculo para o fabrico de biscoitos, papas, entre outros. O produto é considerado uma inovação por substituir, parcialmente, a farinha de trigo. Pelo alto valor nutricional, o produto é direccionado, sobretudo, para as crianças em idade escolar.

Estação meteorológica

Adilson Francisco Paulo é o responsável pelo laboratório de investigação da Faculdade de Engenharia da Universidade Agostinho Neto e expôs, nesta feira, uma estação meteorológica e um triturador plástico.

Com a estação meteorológica, permite-se fazer o controlo de parâmetros ambientais como temperatura, pressão e humidade, em tempo real, diferente dos que fazem a previsão de tempo. Conforme explicou, o aparelho funciona como um aplicativo que pode ser instalado no telemóvel e possui um pânico de sensores, capaz de detectar o clima de uma área específica.

Quanto ao triturador plástico, Adilson Francisco Paulo, esclareceu que já há no mercado, mas os que existem são dimensionados para triturar um saco de plástico. A nova máquina é talhada para triturar plásticos de dimensão mais reduzida.

Universidade Privada de Angola

O decano da Faculdade de Ciências da Saúde da UPRA, Rodrigues Leonardo, apresentou-se com manequins que permitem aos alunos, desde o segundo ano da licenciatura, simular todos os procedimentos práticos de forma real, antes do contacto com o doente.

De acordo com Rodrigues Leonardo, diferente do ensino ortodoxo, em que o estudante pratica o que aprendeu, directamente, com o paciente, por via do simulador, o discente de Medicina da UPRA desenvolve habilidades, garantindo segurança no exercício das funções.

"Isso garante segurança ao doente. Ou seja, o doente vai ser manuseado por um estudante que já tem domínio de tudo e tem prática. Por outro lado, diminui o estresse no estudante, pois vai para o estágio já com alguma segurança", referiu o decano da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Privada de Angola.

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