Cultura

Feira das Artes incentiva a criação e fomenta o auto-emprego no país

A exposição de produtos criados por artesãs de croché tem sido uma das grandes atracções da Feira Permanente de Auto-emprego, que docorre há cerca de dois meses, de segunda a sábado, na rua Tenente Valadim, por trás do edifício da antiga Cervejeira Biker, na baixa da cidade de Luanda.

11/08/2024  Última atualização 09H07
Feira está a incentivar a promoção dos criadores e de uma gama diversificada de produtos manufacturados, na Baixa de Luanda © Fotografia por: Raimundo Mbiya | Edições Novembro

Verónica Kiala é uma crocheteira que tem exposto as suas criações na feira. Ao observar a diversidade das peças de roupa que ela confecciona, fica evidente que foram produzidas com esmero. O gosto pela criação de artigos de croché, revelou, foi adquirido com os progenitores. Já a habilidade, o carinho e o incentivo para tornar esta actividade o seu ofício de sustento vieram de outros familiares.

Segundo Verónica, estar presente na feira tem possibilitado a troca de experiências. O evento em si tem sido uma oportunidade de valorização das diversas artes, especialmente das que são criadas a partir de produtos manufacturados.

Verónica Kiala sente-se privilegiada por expor os seus produtos e parabeniza o Governo da Província de Luanda pela disponibilização do espaço, onde, confessa, se sente "bastante satisfeita”, pois, mais do que uma promoção do auto-emprego, é um lugar de oportunidades.

A crocheteira, que se considera uma artista de "mão cheia”, devido às suas belas criações, confecciona blusas, calções, vestidos e fatos de banho coloridos, utilizando lã, algodão ou seda, além do uso de uma agulha. O restante vem da sua imaginação e criatividade. Algumas das suas criações são feitas durante o dia na feira.Em sua opinião, o croché simboliza a passagem de valores culturais, pois a maior parte das pessoas que o pratica actualmente aprendeu com as suas mães ou avós.


O impacto dos centros de formação profissional

Em declarações, ontem, ao Jornal de Angola, o empresário e coleccionador de arte Paulo Ribeiro procurou adquirir no local uma peça de artesanato como recordação. Para o coleccionador, é importante a valorização dos pequenos negócios e ofícios.

Paulo Ribeiro destacou a necessidade de se apostar mais na criação de centros de formação no país para ajudar a criar mais emprego e dar a oportunidade à juventude de poder ter um ofício e criar o seu próprio negócio.

Para Paulo Ribeiro, iniciativas do género possibilitam os artesãos mostrarem  a riqueza cultural do país, através das obras de arte e valorizar a classe artística, a troca de experiências e a promoção de novas perspectivas culturais, como forma de fomentar o auto-emprego por via das mais variadas disciplinas artísticas.

Paulo Ribeiro frisou que um dos propósitos da promoção da feira multidisciplinar é dar a possibilidade de algumas artes terem mais abertura no mercado artístico e explorar mais o potencial dos criadores locais para promover o fomento do turismo cultural na capital do país.

Na sua perspectiva, o Executivo deve olhar mais para essa franja da sociedade que muito tem feito para dar a conhecer ao mundo a diversidade cultural do país, através da produção de peças que retratam o modo de vida dos povos, fauna e flora.

A iniciativa tem a parceria da Associação dos Artesãos de Angola, União Nacional dos Artistas Plásticos (UNAP) e do Governo Provincial de Luanda (GPL), no quadro do Programa Integrado de Desenvolvimento Local e de Combate à Pobreza (PIDLCP) do Executivo.
 

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