Economia

Feira Agro-pecuária do Namibe junta expositores nacionais

A edição 2023 da Feira Agro-pecuária e Leilão de Gado do Namibe decorre, desde sexta-feira, no recinto da feira do gado, em Moçâmedes, com cerca de 100 expositores oriundos das províncias de Luanda, Benguela, Cunene, Huíla e os da anfitriã (Namibe).

26/03/2023  Última atualização 10H02
Produtores agrícolas locais também expuseram boa parte da fruticultura que é feita no Namibe © Fotografia por: DR

O evento decorre no âmbito das Festas do Mar da Cidade do Namibe, que, anualmente, congrega um grande número de investidores locais e de zonas vizinhas, além dos oriundos da capital do país.

Um total de 200 animais, sobretudo gado bovino,  está patente na feira para ser leiloado.

No acto de abertura do certame, o presidente da Cooperativa Pecuária do Namibe, João Ernesto dos Santos, realçou que, além destas actividades, se inserem nas Festas do Mar, também faz parte do programa nacional das cooperativas pecuárias de Angola. A província fez jus ao dar o arranque do movimento nacional sobre as feiras do gado

no país, conforme declarou João Ernesto dos Santos.

Na ocasião, a Cooperativa do Namibe agradeceu, profunda e emocionalmente, por todo o apoio brindado pelo governador Archer Mangueira, para que a actividade fosse uma realidade e pudesse realizar-se na "Terra da Felicidade”. Sem o auxílio do Governo, conforme fez saber o líder associativo, não seria possível tal concretização.

A estratégia e dinâmica do governador provincial também foi, efusivamente, aplaudida, pelo facto de ter concordado e autorizado, para que o recinto (da feira do gado) pudesse estar sob gestão da Cooperativa Agro-pecuária do Namibe.

 

Federação Nacional

Já o presidente da Federação Nacional das Cooperativas Pecuárias de Angola, Salvador Rodrigues, disse ter vindo acompanhar o grande desafio lançado pelo governador da província dos Namibe, e prontamente correspondido em aproximadamente um mês e, daí, a sua efectivação, embora reconheça haver algumas falhas "residuais”, mas o facto de organizarem e estar presente neste acto, "já é uma vitória”.

Salvador Rodrigues prometeu continuar a caminhar e prosseguir com essa civilidade e com este "grande movimento”, na certeza de que o amanhã será sempre melhor. Reforçou que a agro-pecuária sempre teve um negócio bom e rentável. Lembrou que o movimento desta Federação criado há sensivelmente um ano é um desafio lançado pelo Titular do Poder Executivo no sentido de reorganizar a cadeia agro-pecuária de Angola, pois "não queria que ficasse somente com o Estado, mas lançar o sector privado nesta demanda, com vista a ter uma produção sustentável e diminuir significativamente as importações”.

   O desafio foi lançado, as cooperativas foram criadas, e resta é trabalhar, uma vez o próprio Governo pós à disposição a já anunciada linha de financiamento do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), cerca de 300 milhões de kwanzas, para cobrir várias cadeias agro-pecuárias.

  Por este facto incentivou os criadores de gado a organizarem os processos e projectos e, com ajuda das autoridades locais, no caso, os Governos, para puder ter um potencial pecuário com uma produção muito séria nas respectivas províncias, podendo evacuar os pecuristas tradicionais para os matadouros condignos e processar a "nossa boa carne” e meter no circuito com a qualidade desejada, argumentou Salvador Rodrigues.

 

Governador satisfeito

Por sua vez, o governador Archer Mangueira, que prestigiou a abertura do evento, felicitou o presidente da cooperativa pecuária local por ter aceitado o desafio para organizar a feira, enquadrada nas Festas do Mar, com a ajuda do Governo Provincial e a Administração Municipal de Moçâmedes, além dos associados, tornou possível organizar este evento que culmina, sábado, com o leilão do gado.

Na feira, a diversidade de apresentação de produtos incluiu-se também os da esfera da agricultura. Esse estilo que combina o leilão do gado com a exposição de produtos do campo, em simultâneo, é a primeira feira de género, das anteriores realizadas na província, com dimensão maior abrangência.

  "Está aqui uma demonstração que é possível fazer-se no Namibe que por definição uma província da pecuária, e precisamos transformar este potencial (que representa o Namibe no domínio da pecuária) em produto real ou efectivo em”, sublinhou o governante, adiantando a feira ser um dos mecanismos que está ao alcance do Governo da Província, para que de facto possa acontecer essa almejada transformação.

  Há registo da inclusão de criadores tradicionais de gado na feira. Embora ainda tímida, mas que certamente nos próximos eventos terá uma outra dimensão, na medida em que vai transformando a mentalidade destes. O governador precisa que eles sejam verdadeiros criadores de gado, fazendo com que aproveitem a capacidade, experiência e a tradição que têm, para criar a riqueza real, e isto faz-se com trabalho engajamento, interacção e entrosamento, para que estes criadores tradicionais de gado participem destes eventos com "sentido empresarial grande”.

  Archer Mangueira fez saber que, o Estado tem como responsabilidade, continuar apoiar, apoiar, criando mecanismos que permitam que os criadores façam de facto actividades com sucesso, referindo-se à facilidade de financiamento, mas também apoiar, criando infra-estruturas adequadas que permitam o desenvolvimento da actividade privada, que permitam que acções em que estão em carteira dos "nossos empresários” possam ser concretizadas.

 

Gestão da água

O Governo do Namibe, garantiu que  está decidido a desenvolver infra-estruturas que possam de facto, fazer uma gestão sustentável na falta de água, derivada da seca, um fenómeno natural atípico da região sul, mas acentuado na província.

  E quando se refere ao engajamento do Estado aludiu concretamente aos projectos que já estão definidos para resolver os problemas da água, tanto o projecto de reabilitação das 43 barragens e represas, como o "grande projecto de maior dimensão”- a construção de duas grandes barragens, a médio prazo, que, em conjugação com o já referenciado anteriormente, a curto prazo, a reabilitação das 43 barragens vai resolver o tema crítico da gestão da água, na região sul, concretamente no Namibe.

  Associado ao tema das infra-estruturas, também o Governo local tem estado a trabalhar em parceria com as organizações internacionais e outros parceiros, para "irmos resolvendo” o tema do pasto criando condições para a produção de feno a nível da província do Namibe. O governante promete continuar a assumir a sua responsabilidade enquanto fomentadores         da actividade económica, cabendo aos empresários a responsabilidade de desenvolvê-la para que a diversificação económica no país seja de facto uma realidade, para que "deixemos de  importar a carne e os produtos agrícolas e possamos ser auto-sustentáveis no que à agricultura e à pecuária diz respeito".

  A Plana pecuária também veio dar um impulso ao sector privado, porque cria condições sob ponto de vista da facilidade financeira, para que essa auto-suficiência se concretize a breve trecho no país, sublinhou Archer Mangueira, para anunciar que no Namibe, o Governo local está apostado a ser uma província de referência no que à diversificação económica e à auto-suficiência alimentar diz respeito.            

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Economia