Sociedade

Famílias em áreas de risco vão ter casas em Bom Jesus e Cabiri

Manuela Mateus

Mais de 100 famílias, que viviam no perímetro do Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto, no município de Icolo e Bengo, província de Luanda, vão ser realojadas na povoação de N’golome, comuna de Bom Jesus, onde estão a ser construídas 1.500 casas sociais do tipo T3.

25/05/2024  Última atualização 14H25
Ministro visita obras de construção das residências sociais © Fotografia por: Adriano cahuli | edições novembro

As referidas famílias foram retiradas, há mais de um ano, do perímetro do novo aeroporto internacional e transferidas para a povoação de N’golome, onde aguardam pela entrega das novas casas, em construção a cerca de 500 metros do espaço em que vivem, provisoriamente, em tendas e casebres de chapa.  

O grau de execução física da construção de casas em N’golome foi constatado, na manhã de ontem, pelo ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, Carlos Alberto dos Santos, que começou naquela povoação uma visita de campo ao município de Icolo e Bengo.

No âmbito da visita de campo, o ministro Carlos Alberto dos Santos constatou, igualmente, o grau de execução física da obra de reabilitação do troço entre Catete e Maria Teresa, da Estrada Nacional 230 e da construção de 1.500 casas sociais na comuna de Cabiri, cujo projecto contempla um hospital, duas escolas e uma esquadra da Polícia.

Na povoação de N’golome, estão a ser construídas, além de 1.500 casas, um hospital, duas escolas e uma unidade policial, num investimento de mais de 75 milhões de dólares.

A obra em execução na povoação de N’golome começou em Outubro de 2023 e vai estar concluída no prazo de 15 meses.

A execução física da mesma está em 9,8 por cento, informação transmitida ao ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação pelo coordenador técnico da obra, Edivaldo Cassendo, que recebeu o governante em representação da empresa construtora.

O ministro Carlos Alberto dos Santos ouviu de Eduardo Cassendo que a obra está numa ordem de execução física de apenas 9,8 por cento por não ter sido feito, pelo dono, o pagamento conforme a cláusula do contrato”. Resultado: estão erguidas, até agora, apenas 100 casas.  

Quem manifestou tristeza com o atraso verificado na execução física da obra foi João Domingos, de 63 anos, que disse esperar que haja celeridade no pagamento ao empreiteiro, para a conclusão da obra no período previsto.

"Já queremos sair de onde estamos a viver provisoriamente”, comentou, com tristeza, João Domingos.

O ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação declarou que há uma dinâmica na construção, mas que não está a ser acompanhada, no que diz respeito à execução financeira.

O titular da pasta das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação confirmou que as 1.500 casas em construção, em N’golome, vão ser distribuídas às famílias que viviam nas imediações do Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto.

"A nossa presença, aqui, hoje, é para ultrapassar alguns transtornos, a fim de conseguirmos soluções financeiras mais céleres, que permitam que a obra ande mais rápido", acentuou o ministro.

Carlos Alberto dos Santos declarou que, por terem sido já identificados os constrangimentos, o departamento ministerial que dirige "vai encontrar, com os departamentos ministeriais que cuidam desta área [financeira], soluções para a concretização do projecto”.

Na comuna de Cabiri, para onde partiu depois de ter constatado o grau de execução da obra de reabilitação do troço Catete-Maria Teresa, o ministro recebeu, de forma detalhada, informações sobre o andamento da construção de também 1.500 moradias, que vão ser distribuídas a famílias que vivem em casebres e tendas no Distrito Urbano do Zango, município de Viana. O ministro saiu do local visivelmente satisfeito, por ter ficado a saber que o projecto segue a bom ritmo, estando o contrato a ser cumprido, informação avançada por um técnico da empresa a quem foi adjudicada a obra.

Sobre a Estrada Nacional 230, o ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação reconheceu que "os trabalhos estão a decorrer em condições satisfatórias”, sendo prova disso o facto de, num raio de dez quilómetros, ter sido já colocada a primeira camada de betão, permitindo, assim, uma melhoria à circulação de viaturas.

Ainda sobre a reabilitação da Estrada Nacional 230, o ministro explicou que a execução física da obra tem, actualmente, o dobro da execução financeira, uma realidade que, no seu entender, "não deve constituir motivo” para que a obra seja paralisada. "Fazer 54 quilómetros de estrada, assim como reparar e construir algumas passagens hidráulicas, leva tempo”, declarou o ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, que disse estar a conclusão da obra prevista para o próximo ano.

O ministro anunciou que, mensalmente, vai fazer uma visita de campo, para se inteirar do andamento das obras em curso na província de Luanda.

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