O presidente da Associação de Teatro do Cuanza-Sul (APROTKS), Noé Arão, mostrou-se preocupado, quinta-feira, na cidade do Sumbe, com a falta de salas de espectáculos adequadas para a exibição de peças de teatro.
"Existem vários tipos de palcos para o teatro, mas nós utilizamos constantemente os mesmos espaços e por vezes com muitas debilidades e que não estão a altura das exigências do público amante das artes cénicas”, frisou.
O responsável da APROTKS considera que outras dificuldades têm a ver com as condições que propiciam a exibição de um espectáculo de teatro, como as dimensões requeridas, luz e cenário, além dos acessórios que dão a grandeza da exibição. "O teatro é exibido em palcos com dimensões específicas e com as luzes que requerem a um posicionamento técnico, tendo como acessórios as cortinas ou bambolinas, respeitando uma certa distância entre o palco e o público”, disse, salientando que as debilidades que assolam o teatro são tantas, o que pode vir a ser pior no futuro, caso não se inverta a actual situação.
Noé Arão entende que deve haver maiores investimentos para potenciar os fazedores de teatro, sobre novas técnicas para que a província, em particular, e o país, em geral, enquadram-se nos padrões internacionais.
Para o alcance desse desiderato, defendeu, deve investir-se na criação de espaços para exibição de espectáculos e a formação contínua dos fazedores de teatro, que passa pela criação de complexo artístico, que inclui salas para as oficinas e formações.
O responsável da APROTKS reconheceu que o teatro produzido na província tem qualidade, apontando como exemplos, a participação dos grupos de teatro em festivais nacionais e internacionais. "Temos de reconhecer que o teatro feito no Cuanza-Sul nos orgulha a nós, mas também ao resto do país, embora reconheçamos que existem ainda alguns aspectos por aprimorar”, frisou.
Falta de quotização dos grupos
No que toca à quotização, Noé Arão defende a necessidade dos grupos de teatro do Cuanza-Sul transformarem-se em instituições com capacidades de produzirem rendimentos para a sobrevivência da associação e dos respectivos grupos.
"A falta de quotização dos grupos é um problema que deriva da pouca exibição dos mesmos e para inverter-se o quadro tem de haver actividades regulares para poderem cumprir com as suas obrigações, por esse motivo defendemos a transformação dos grupos em instituições capazes de gerarem rendimentos”, disse.
O presidente da APROTKS garantiu que os grupos de teatro têm recebido apoios do Governo do Cuanza-Sul, através do Gabinete Provincial da Cultura, sobretudo quando participam em eventos nacionais e internacionais, onde representam a província. "O Governo tem apoiado a Cultura, em particular o teatro. Quando surgiu o auditório Armando Dembo, afecto ao Governo provincial, tivemos a abertura do governador Job Capapinha para a utilização da sala para eventos de teatro e temos a garantia da existência de um projecto de construção de um complexo artístico na província. Estamos a aguardar pela concretização do projecto, que visa abrir espaços para a massificação da cultura”, frisou.
Segundo Noé Arão, a província do Cuanza-Sul conta com 37 grupos de teatro, sendo os municípios do Sumbe e Amboim com maior representatividade em termos de colectivos de artes.
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