Dos 11 títulos de Angola, Ângelo conquistou oito, Luanda’1989, Cairo’1991, Nairobi’1993, Argel’1995, Luanda’1999, Argel’2001, Alexandria’2003 e Argel’2005.

Próximos do seu registo histórico estão dois companheiros com os quais partilhou o balneário. O lendário Jean Jacques da Conceição e Carlos Almeida, ambos com sete troféus.

Ângelo é o segundo angolano eternizado no hall of fame (passeio da fama), em Springfield, estado de Massachusetts, nos Estados Unidos. A notícia caiu com estrondo, pois era manhã cedo, 5h05, quando a celeridade de costume das redes sociais se fez sentir.

Na madrugada de ontem, o destino fez parar o coração de um dos capitães mais memoráveis do "cinco nacional”.

De 1,98 metros, e sem conseguir precisar o peso por conta da condição de saúde, o extremo-poste foi incapaz de driblar, como fazia com mestria em campo, o adversário mais temido pelos seres humanos.

Nos rectângulos de jogo distinguia-se pela qualidade do jogo interior, onde impunha-se com garra, sobre opositores mais corpulentos.

Ângelo tornou-se no patriarca do clã Victoriano, onde se destacam os também ex-basquetebolistas Justino Victoriano "Puna” e Edmar Victoriano "Baduna”, com quem disputava de forma acérrima inúmeras jogadas.

Com a Selecção Nacional disputou três campeonatos do mundo, Argentina’1990, Canadá’1994 e Estados Unidos’1998 e disputou os Jogos Olímpicos de Barcelona’1992 (Espanha), Atlanta’1996 (Estados Unidos), Sidney’2000 (Austrália) e Atenas’2004 (Grécia).

O craque, natural de Luanda, começou a dar os primeiros batimentos na bola em tenra idade, com amigos no bairro da Maianga. O Petro Atlético de Luanda foi o clube onde aos 16 anos, se iniciou e ganhou notoriedade.

No histórico da carreira constam também passagens pelo Atlético Sport Aviação (ASA) e 1.ºde Agosto, último clube que representou e ao serviço do qual se aposentou.

Ângelo deixou as quadras em 2007, em 2009, é indicado treinador-adjunto da equipa sénior masculina de basquetebol do 1.º de Agosto, na altura orientado pelo português Luís Magalhães.

Ângelo era distinto e delgado na abordagem das jogadas. Não era de smashes, mas era letal, sobretudo nos lançamentos dos três pontos, área em que sequer era especialista.

Em 2023, dias antes do arranque do Campeonato do Mundo, jogado em três países, Filipinas, Indonésia e Japão, o órgão reitor da modalidade no mundo decidiu homenageá-lo pelos feitos.

Victoriano jogou ao lado de Jean Jacques da Conceição, Aníbal Moreira, José Carlos Guimarães, David Dias, Nelson Sardinha, Manuel Sousa "Necas”, Edmar Victoriano "Baduna”, Justino Victoriano "Puna”, Ivo Alfredo, Paulo Macedo, Sílvio Lemos, Garcia Domingos, Benjamin Avó, Victor de Carvalho, Benjamin Romano, José Neto, Honorato Troso, Mário Belarmino, João Filho, Jacinto Olim "Jabila”, Cristóvão Suingue, Herlander Coimbra, Walter Costa, Miguel Lutonda, Olímpio Cipriano, Carlos Morais, Eduardo Mingas, Joaquim Gomes "Kikas”, Armando Costa e outros nomes sonantes.

Dos adversários, destaque para Michael Jordan, Reggie Miller, Magic Johnson, Charles Barkley, Larry Bird, Karl Malone, Clyde Drexler, Scottie Pippen, David Robinson, Patrick Ewin, John Stockton,Chris Mullin,  Christian Laettner, só para citar esses de nacionalidade norte-americana.

Pois na longa carreira defrontou outros nomes sonantes como Paul Gasol, e os africanos Tunji Awojobi, Etienne Pereira e outros.