Sociedade

Fábrica de tecidos do Dondo retoma produção depois de 25 anos paralisada

Marcelo Manuel | Ndalatando

Jornalista

A Fábrica de tecidos do Dondo retoma a sua produção depois de 25 anos paralisada, criando mil e 200 postos de trabalho quando atingir a sua capacidade máxima e uma produção de mais de 300 mil peças de roupas por mês.

15/03/2021  Última atualização 18H46
Fábrica de tecidos do Dondo © Fotografia por: DR
O corte da fita inaugural, que marca o relançamento da fábrica têxtil, baptizada com o nome de  Comandante Bula, ex-SATEC, foi feito esta segunda-feira, 15, na cidade do Dondo, Cuanza Norte, pelo ministro do Comércio e Indústria, Victor Fernande

De acordo com Víctor Fernandes, a primeira linha de produção da fábrica tem capacidade de fazer 200 mil camisolas e 150 mil camisas e arranca com 150 trabalhadores.

 

Segundo disse, até  Dezembro, prevê-se a criação de 600 postos de trabalhos, dos mil e 200 previstos, quando atingir os 100 por cento da sua capacidade de produção, cuja segunda fileira terá uma capacidade de produção, em igual período, de 500 mil metros de tecidos jeans.

Nova infra-estrutura

Reconstruída numa área de 88 mil metros quadrados, abarca serviços de fiação, malharia, tingimento, acabamentos, confecção de roupas e uma área de fabrico de tecidos Jeans. 

Victor Fernandes fez saber, igualmente, que a revitalização do projecto foi possível através de um financiamento Japonês, orçado em mais 340 milhões de Dólares, retirados do total geral dos 1,15 mil milhões de Dólares Americanos, que permitiram a reestruturação da Textang, em Luanda e África Têxtil em Benguela, com o propósito de reduzir as importações de roupas a nível do país.

O ministro frisou, também, que a reabilitação do empreendimento enquadra-se no processo de recuperação e reactivação de activos públicos do Estado, em conformidade com o relançamento da indústria têxtil e da fileira do algodão, em Angola.

 "Temos um enorme desafio com a produção do algodão que é a principal matéria-prima e uma soberana oportunidade para o empoderamento das famílias, como resultado da absorção da produção por parte da unidade industrial”, disse.

 

Inauguração histórica

Na ocasião, o governador do Cuanza-Norte, Adriana Mendes de Carvalho, considerou o momento como histórico para a população da região, atendendo às valências económicas que o empreendimento representa para a vida das populações locais. "A inauguração esta fábrica  é uma das maiores conquistas do povo do Cuanza-Norte, pelo facto de permitir a criação de emprego a vários jovens e gerar rendas para as famílias”, enfatizou.

O governante augura agora a necessidade da revitalização das fábricas de vinho e cerveja: Vinelo e Eka, respectivamente,  para a coesão do polo industrial de Cambambe, a par do perímetro irrigado do Mucoso, que em seu entender, podem contribuir para o aumento da produção de citrinos e banana.

Adriano Mendes  de Carvalho sublinhou,  também, que tais unidades produtivas contribuem para  a consolidação da diversificação da economia e diminuição dos índices de pobreza das famílias locais, através da promoção do emprego.

  

Já o gerente da fábrica, Laurence Zlattnerante, afirmou que o empreendimento necessita de 500 toneladas métricas de algodão por mês. Para ele, numa primeira fase a matéria prima será importada do Zimbabwe, Malawi e África do Sul, até que haja condições para produção local suficiente para responder à demanda.

 

A antiga Sociedade Anónima de Tecidos Estampados (SATEC), única do género, no Cuanza Norte, foi criada em 1970, paralisou em 1996 e deixou cerca de mil e 200 desempregados. As obras para o seu relançamento começaram em 2013 e terminaram em 2016, com a formação de mil e 145 jovens em diversas áreas.

 

Fotos: Marcelo Manuel

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