Cultura

Exposição de Uólofe Griot viaja pela identidade da “Rainha Njinga”

Uma passagem pela identidade de uma das heroínas mais emblemáticas da história de Angola, através da observação de quatro quadros pintados em diferentes contextos, marcaram, na quarta-feira, no Palácio de Ferro, a inauguração da exposição “ Rainha Njinga” do artista plástico Uólofe Griot, que vai decorrer até o dia 28 de Fevereiro.

28/01/2023  Última atualização 07H00
© Fotografia por: DR
Os quadros da colecção foram divididos em quatro series baseadas em uma filosofia de vida africana, designada "Ubuntu”, traduzida para o português "somos todos nós”. Uma filosofia que visa ensinar a humanidade, sobretudo a africana, a necessidade de viver harmonicamente uns com os outros, para se alcançar grandes feitos como espécie.

O primeiro quadro intitulado "Ubuntu I” descreve a rainha sentada no trono, vigiada pelos servos, observando o reino. Já o "Ubuntu II” retrata a figura de Njinga Mbande em uma batalha, defendendo "a qualquer custo” o território das forças inimigas. O terceiro, traga-a sentada, enquanto uma súbita cuida das suas tranças, ao mesmo tempo, sempre atenta ao reino. Por último, o "Ubuntu IV” representa mais uma vez a rainha dirigindo-se à batalha, ao passo que ergue uma vara de combate.

Com isso, o autor procurou espelhar-se em uma  das figuras que mais lutou para defender o país, e questionar aos angolanos "Quem somos?” "será que temos tanta atenção pela nossa terra como Njinga?, e por via desta, mostrar o real sentido de patriotismo, um valor que o tempo leva” do coração de muitos angolanos.

Do princípio ao fim, a cerimónia de inauguração da exposição decorreu sobre o olhar curioso das crianças e a concentração dos jovens e adultos que tentavam entender cada linha traçada da pintura, a fim de perseguir o real sentido da história por detrás da obra. Ao redor, modelos ilustravam a rainha sentada num trono, vestida com os seus trajes, vigiada pelos súbitos.

A exposição trata-se de um projecto individual, enquadrada nos festejos dos 447 anos da fundação da cidade de Luanda e visa celebrar os 360 anos da morte da Rainha Njinga Mbande. A actividade contou com a presença do Ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, que se mostrou satisfeito com a exposição.

Natural de Luanda, Simão André Sebastião (Uólofe Griot) nasceu em 1989, é artista e designer, formado pela Faculdade de Artes de Angola, e é membro da União Nacional dos Artistas Plásticos de Angola (UNAP). Em 2018 ganhou o Prémio Juventude Ensa Arte na XIV edição. Em 2022, foi no Grande Prémio, primeiro classificado em pintura, no Ensa na XVI edição. As suas obras começam a fazer parte de importantes colecções nacionais públicas e privadas.

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