A necessidade de os países africanos se prepararem face às implicações derivadas da chamada transição energética constitui um imperativo cujas exigências e estratégias se mostram, hoje, urgentes e inadiáveis.
Nesta fase atribulada do Mundo, em que escasseia o que devia abundar e há excesso do que existe para ser excepção, os bons exemplos são preteridos a favor do vulgar, até do condenável.
Ao Mundo, na esmagadora maioria dos segmentos que o preenchem, faltam-lhes referências. As que existem são minorias. Por isso mesmo, com frequência, maioritariamente sufocadas, marginalizadas, perseguidas, de maneira velada ou descarada.
Os praticantes e cultores do faz de conta, tal como os da submissão, não os toleram. Recorrem a todas as manigâncias para os subtrair. O "nós” a favor do ”eu” caiu em desuso. Em contrapartida, fanfarronices e vaidades alastram-se, de modo galopante, impondo-se à moral. São uma espécie de larva de vulcão que, após extinto, deixa poeiras venenosas.
Ao Mundo faltam referências, exemplos a seguir, não deuses, simplesmente pessoas, com defeitos e virtudes. Incapazes, contudo, de se porem em bicos de pés, procurarem, a todo o custo, as "luzes da ribalta” em forma de câmaras de televisão ou fotográfica, injustificados títulos de imprensa. Ao invés, optam pela sobriedade e sobrepõem o "nós” ao "eu”.
A vulgaridade, revelam as evidências, espalhou-se, tal qual gangrena, por todos os continentes, dos ditos mais evoluídos aos menos. As excepções são isso mesmo. Pepetela, em recente entrevista à Zimbo, referiu Che Guevara, argentino de nascimento, Julius Nyerere, tanzaniano, e o angolano Câmara Pires como referências de História mundial recente. Qualquer deles devia figurar em compêndios escolares de todo o Mundo, em zonas nas quais as opressões mais se sentiram.
Dos três exemplos citados, o primeiro continua a ser, porventura, o mais conhecido. Por enquanto… pois, pela maneira como a História tem vindo a ser contada e escrita, não tarda que nem a camisola com o rosto estampado e a boina com a estrela o lembrem. O segundo, talvez seja recordado por alguns dos que, de uma ou outra forma, participaram nas lutas de libertação nacional. Garante quem o conheceu ser cortês, calmo, um sábio. Do terceiro, ainda hão-de de ser incomparavelmente menos a saberem quem foi, sequer que existiu.
Câmara Pires integrou, pasme-se, no único Governo Republicano que houve em Espanha. Porquê? Pelo apego à liberdade. Essa é a causa que o levou a participar na guerra contra a ditadura monárquica. Foi, provavelmente, o único angolano a fazê-lo.
A derrota não lhe esmoreceu o sentido de justiça, nem o amor pátrio. Pelo contrário, o compromisso com a libertação de Angola do jugo colonial manteve-se. Homem culto, de fácil trato, a guerra em Espanha não lhe deixou apenas amarguras. Permitiu-lhe estabelecer conhecimentos e amizades com outros internacionalistas que lhe foram úteis nas ajudas a compatriotas, designadamente estudantes que fugiam de Portugal, passando por Espanha, França, Alemanha antes de rumarem a outros destinos, um dos quais as diversas frentes de luta armada contra a ocupação portuguesa, como recordou Pepetela na entrevista à Zimbo.
Câmara Pires é figura grande da nossa História que não pode continuar esquecido. Nem pelas gerações de hoje, nem das dos amanhãs todos que se seguem. São exemplos como os dele que merecem ser propagandeados, seguidos, estudados, principalmente nestes dias que vivemos cercados de enfatuados, com e sem fato, de vaidades que substituem vergonhas caídas em desuso.
Assembleia Nacional, Governo, forças políticas, estabelecimentos de ensino de diferentes graus, organizações civis, no fundo, todos nós, cada um, servindo-se dos meios de que dispõe, tem a obrigação moral de divulgar figuras mundiais, africanas, angolanas que honram passados e presentes, pela forma de estarem na vida e permanecem no esquecimento.
Câmara Pires não foi o único. Mesmo entre nós, houve outras figuras ignoradas pelo presente que têm de começar a ser enaltecidas. Sobretudo as que optaram pelo "nós” e detrimento do "eu”.
Seja o primeiro a comentar esta notícia!
Faça login para introduzir o seu comentário.
LoginA estrada que atravessa o bairro da Samba, em algumas zonas, é larga: naquele dia, nos seus três carris, os carros estavam parados, tão juntos e uns atrás de outros como se fossem segmentos de várias centopeias multiformes, a repousar sobre o asfalto a brilhar.
Hoje, os desafios energéticos que os Estados enfrentam, desde às economias avançadas às emergentes, são monumentais e vão incidir significativamente nas decisões e escolhas em causa, relativamente à contínua dependência dos combustíveis fôsseis ou a gradual mudança para as energias limpas.
A escura madrugada cede, de forma muito tímida, o lugar à manhã, que se advinha muito cinzenta e nublada, capaz de dificultar a vida ao “pássaro de ferro”, que levará o chefe do Estado-Maior às zonas do Sul do país, a fim de cumprir, dentre várias, a missão de falar para a tropa em parada. O objectivo é elevar o moral do efectivo, tendo em atenção a operação de grande vulto que está na forja.
A educação deve ser passada de geração para geração, um testemunho que permite que os filhos, quando chegarem à idade adulta, sejam o espelho daquilo que receberam, podendo, assim, transmitir, ciclicamente, a mesma mensagem aos seus filhos”, disse há dias a directora-geral adjunta do INAC, Elisa Gourgel.
O Petro de Luanda sagrou-se, nesta quarta-feira, campeã do Girabola, 12 anos depois, ao derrotar o Sagrada Esperança da Lunda-Norte por 3-1, no Estádio Nacional 11 de Novembro, em Luanda, referente ao encerramento da 26ª jornada.
O jurista Bali Chionga considerou, nesta quarta-feira, em Luanda, ser fundamental que os jornalistas tenham o conhecimento da Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais, entre outros dispositivos legais, para permitir que a informação seja transmitida com rigor e objectividade.
O Presidente da República, João Lourenço, nomeou, nesta quarta-feira, Jesus Manuel Teixeira para o cargo de Administrador Executivo da Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG), em substituição de Jardel Silvério Duarte.
O Executivo vai criar condições para a cobertura e divulgação do processo eleitoral em toda a extensão do território nacional, com a missão de informar, educar e promover a participação de todos os cidadãos a este compromisso de cidadania.
O embaixador de Angola no Ruanda, Eduardo Octávio, anunciou, terça-feira(17), em Luanda, que o país vai receber, nos próximos dias, o primeiro voo de ligação directa com a cidade de Kigali, capital do Ruanda, como resultado do acordo assinado entre os dois países, em Maio de 2018.