A Associação dos Hotéis e Resorts de Angola (AHRA) queixou-se, esta quarta-feira, das baixas taxas de ocupação, ausência de créditos financeiros bonificados, falta de uma central logística e de energia e água canalizada, em algumas zonas, para alavancar o sector.
A conferência "Doing Business in Angola" que decorreu, terça-feira, em Lisboa, reuniu empresários portugueses de destaque com experiência consolidada e aqueles que aspiram ingressar no mercado angolano.
O Executivo angolano tem como prioridade até ao ano de 2027 tornar a região do Okavango nos municípios do Dirico, Mavinga e Rivungo, na província do Cuando Cubango, numa zona estratégica de interesse de investimentos para o desenvolvimento do turismo no país.
Para o efeito, foram identificadas numa primeira fase seis principais áreas de interesse turístico para receberem investimentos nacionais e estrangeiros, nomeadamente nas localidades de Luengue e Licua (Mavinga), Mucusso e Chamavera (Dirico) e Mbambangando e Bico de Angola (Rivungo).
O secretário de Estado para o Turismo, Hélder Marcelino disse que o Executivo naquilo que é a sua função pretende criar durante o quinquénio 2022/2027, as infra-estruturas básicas para que o sector privado, sobretudo encontre espaço e se sinta estimulado a investir nesta região.
Hélder Marcelino, que falava no final da primeira edição do concurso de pesca desportiva no município do Dirico, a cerca de 600 quilómetros da cidade de Menongue, acrescentou que o Executivo fará todo o esforço para que os empresários encontrem facilidades para apostar nos seus negócios, quer sejam lodges, hotéis, resorts e outros empreendimentos.
Garantiu que já existem recursos financeiros para levar os principais serviços sociais básicos à região do Okavango, com realce para a reabilitação de estradas e aeródromos, construção de sistemas de fornecimento de energia eléctrica e água potável, assim como serviços de telefonia móvel, para o desenvolvimento turístico na região do Okavango.
"Sabemos que os recursos nunca são suficientes e as necessidades é que são sempre ilimitadas. Neste sentido, teremos de contar com fontes alternativas que vão para além da principal que é o Orçamento Geral do Estado (OGE), reconheceu.
O secretário de Estado do Turismo destacou que neste sentido o Ministério de tutela vai empenhar-se para conseguir fontes alternativas e tornar a região do Okavango num dos melhores locais de atracção turística do Projecto Okavango/Zambeze (KAZA), tendo em vista o potencial que a mesma ostenta em termo de recursos hídricos, florestais e faunísticos em abundância.
Hélder Marcelino disse que por este facto a sua instituição está a trabalhar com o Ministério das Obras Públicas com o intuito de melhorar o mais rápido possível as vias de acesso à região do Okavango, tendo em conta que o grande impasse que faz com que muitos homens de negócios não invistam nas principais áreas turísticas da província do Cuando Cubango. Fez saber que já existe uma iniciativa de ordem fiscal, como também da defesa económica que poderá impulssionar o empreendedorismo na região do Okavango.
No que diz respeito especificamente ao turismo, disse que já foi simplificado todo o processo de licenciamento, tendo em vista que hoje é muito mais fácil licenciar os operadores turísticos da central em Luanda. "Esta é a forma acertada que encontramos para criar um ambiente de negócios mais favorável aos empresários que pretendem investir neste sector, uma vez que anteriormente muitos se queixavam do facto de haver muita burocracia no momento do licenciamento do seu empreendimento turístico”, disse.
País continua e está cada vez mais aberto aos investimentos
Na visão do secretário de Estado, Hélder Marcelino, o país está aberto e interessado em receber investimento privado estrangeiro no que diz respeito à região do Okavango e espera contar sobretudo com o apoio daqueles empresários ou investidores dos países vizinhos que partilham os mesmos valores e que diariamente desenvolvem relações de todas as dimensões, como a Namíbia.
O gestor assegurou que a nível do Ministério da Cultura e Turismo existe toda a disponibilidade de dialogar com os investidores interessados, ainda que isto implique uma deslocação à Namíbia ou um outro país para o efeito.
Hélder Marcelino garantiu que o governo da província do Cuando Cubango pode contar com o apoio e disponibilidade do Ministério da Cultura e Turismo para a dinamização e desenvolvimento do turismo na região do Okavango.
Esta é para muitos uma localidade do futuro.
Construção de postos fronteiriços
O chefe de departamento para a administração e serviços gerais da Agência Nacional para a Gestão da Região do Okavango (ANAGERO) no Cuando Cubango, Elias Paulo disse que a construção de infra-estruturas de apoio para atender os assuntos fronteiriços constitui também uma prioridade que se deve ter em conta para a promoção do turismo. Elias Paulo defendeu que neste momento urge a necessidade de construir postos fronteiriços devidamente apetrechados na sede municipal do Dirico, no Mucusso, Chamavera e no Bico de Angola, localidades fronteiriças com a República da Namíbia e que constituem o corredor onde circulam muitos turistas estrangeiros.
Apontou que a construção destes postos fronteiriços têm como objectivo fundamental permitir com que os cidadãos estrangeiros possam entrar e sair legalmente do território nacional. Fez saber que a ANAGERO tem recebido a solicitações de muitos empresários estrangeiros que pretendem investir nas áreas do eco-turismo e agro-negócio nos locais definidos de interesse turístico do Okavango, sobretudo os namibianos, sul-africanos, alemães e franceses.
Recordou que a ANAGERO tem como missão proceder ao aproveitamento do potencial turístico e ambiental que a região angolana do Okavango possui, alicerçado na utilização dos recursos naturais, tendo em conta os princípios da racionalização.
Exploração de petróleo
O secretário de Estado para o sector do Turismo descartou a possibilidade de se explorar o petróleo na região do Okavango na província do Cuando Cubango, depois que confirmada recentemente a existência do ouro negro nesta parcela do país.
Informou que ouve um debate sobre a exploração do petróleo e outros recursos minerais nesta região, mas o Executivo angolano entendeu que é o turismo que constitui a principal fonte de geração de renda e que menos prejudique o ambiente.
Hélder Marcelino disse que é preciso considerar que esta região é potencialmente rica em quase tudo. A conservação ambiental e o clima por serem uma reserva muito importante da biodiversidade global, "tendo em conta os compromissos que o país tem a nível interno, mas também com a comunidade internacional, existe uma abordagem para a conservação da biodiversidade nesta região do Okavango”, proferiu.
Segundo Hélder Marcelino, a uma aposta, muito grande do Executivo que definiu em 2022, a região do Okavango, assim como a localidade do Cabo Ledo, Calandula e o Namibe, como quatro áreas prioritárias para se desenvolver o turismo no país.
O secretário de Estado para o Turismo realçou que por este facto o Executivo tem o compromisso de levar os principais serviços sociais básicos nestas quatro áreas prioritárias, sobretudo estradas, rede de telefonia móvel, energia eléctrica e água potável, para que os empresários possam chegar e instalar os seus empreendimentos sem qualquer constrangimento.
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