Numa ronda efectuada pelo Jornal de Angola às três circunscrições mencionadas foi possível observar que diversas culturas, em vários campos agrícolas, estão em perigo devido ao excesso de água das chuvas.

Chove de forma torrencial e, como consequência, a produção do campo está a ser arrastada pelas correntes das águas, para a insatisfação dos camponeses, que tudo fazem para a produção, tanto em quantidade como em qualidade dos produtos para sustento familiar e não só.

Há relatos de problemas para as culturas do feijão e diversas hortícolas.

No município do Andulo por exemplo o grito de socorro já se faz sentir lamentando a situação que advogam que, caso prevaleça, trará consequências nefastas.

"O milheiro que se encontra nas semi baixas já não contamos com ele, está a ser destruído. Vai haver mesmo muitas consequências”, disse.

O director municipal da Agricultura Pecuária e Pescas do Andulo, Paulo Chissonde, disse que quando ocorrem chuvas em quantidades muito grandes, eleva-se drasticamente a quantidade de água no solo, bem além daquela que pode ser drenada naturalmente.

Acrescentou que essa condição costuma ser danosa para as sementes, que podem morrer sem germinar ou não conseguir sobreviver após a germinação.

Paulo Chissonde afirmou ainda que a água é essencial para as culturas produtivas de qualquer tipo. Mas o ex-cesso de chuvas pode criar grandes problemas, como acontece actualmente nos municípios de Andulo Cunhinga e Nharêa.

Os índices pluviométricos estão altos e se a situação não melhorar, podem prejudicar ainda mais as culturas.

Paulo Chissonde sublinhou que as culturas anuais representadas principalmente pelas hortaliças e grãos são as mais afectadas.

Realçou que entre os principais efeitos de grandes volumes de chuva, se destacam a perda de produtividade, a qual acontece devido ao baixo crescimento das plantas e, por consequência, da baixa taxa da fotossíntese.

Além do mais, a perda de produtividade é sinónimo de grãos com qualidade menor.

Os agricultores do Bié, agrupados em diversas cooperativas dos nove municípios da província, esperam colher, durante a época agrícola de 2022/2023 perto de 850 mil toneladas de alimentos diversos, segundo dados da direcção provincial da Agricultura local.

O Governo Provincial tem estado a levar a cabo um programa de apoio e incentivos às famílias produtoras, que têm no campo a principal fonte de trabalho para a erradicação da fome e da pobreza.