Política

Exaltado papel do Cônego Manuel das Neves na luta pela Independência Nacional

Sérgio V. Dias | Huambo

Jornalista

A governadora do Huambo destacou, ontem, nesta cidade, o papel desempenhado pelo Cónego Manuel das Neves na luta contra o regime colonial português, salientando que o padre católico nos momentos mais difíceis da história do país não hesitou em arriscar a sua própria vida para que Angola se tornasse hoje num Estado independente e soberano.

07/02/2023  Última atualização 06H00
Governadora elogia iniciativa pelo contributo à História de Angola © Fotografia por: Joaquim Armando| Edições Novembro
Ao discursar na conferência sobre o papel central desempenhado pelo Cônego Manuel das Neves no processo de luta contra a opressão colonial portuguesa, no auditório do Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED), Lotti Nolika manifestou satisfação pela realização da conferência na província do Huambo, por ser uma das regiões do país que mais sofreu com as agruras do colonialismo.

"A região do Planalto Central era o território preferencial do colonialismo para capturar escravos e por via de contrato eram enviados às roças de cacau em São Tomé”, lembrou Lotti Nolika durante a conferência promovida pela Edições Novembro, e teve como prelector o historiador português José da Silveira Lopes, no quadro do programa de circulação do conhecimento estruturante sobre o país nos mais diversos domínios.

Com o início da luta armada, o colonialismo português viu-se forçado a fazer "reformas profundas” no seu sistema, abolindo o estatuto de indígena e o contrato, referiu a governadora do Huambo, salientando que foi com base nessas reformas que a província do Huambo se transformou em importante centro universitário.

Lotti Nolika disse esperar que a iniciativa da Edições Novembro prossiga e permita trazer para a cidade do Huambo mais especialistas nacionais ou estrangeiros, para debater temas de carácter histórico, cultural, económico e social de grande impacto na vida das populações.

Sobre o simbolismo histórico do 4 de Fevereiro, a governante lembrou o acontecimento heroico levado a cabo por um punhado de nacionalistas, que abriu caminho para a luta de Libertação Nacional e, consequentemente, para a Independência Nacional.

Aos responsáveis do Governo local, académicos e investigadores, a governadora do Huambo elogiou a geração que se sacrificou em nome do país, do povo e da Bandeira Nacional.

O evento que também contou com o apoio do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social visou dotar os jovens de conhecimentos sobre o processo da luta armada contra o colonialismo português.

Escolha do Huambo foi propositada

O presidente do Conselho de Administração da Edições Novembro, Drumond Jaime, justificou a realização da conferência na cidade do Huambo com o facto desta região possuir das maiores cifras da população estudantil no país.

"O Huambo é uma cidade importante do ponto de vista académico e o segundo centro universitário de Angola depois de Luanda”, referiu o PCA da Edições Novembro, acrescentando ser este dos motivos que fez com que se levasse para aquela circunscrição o debate sobre a luta armada e o nacionalismo angolano.

Sobre o prelector da conferência, o PCA da Edições Novembro disse ser uma pessoa que tem pesquisado muito, nos últimos tempos, sobre o processo de luta de libertação e o nacionalismo angolano.

O presidente do Conselho de Administração da Edições Novembro prometeu, em próximas oportunidades, promover debates sobre o nacionalismo angolano e o processo de luta armada pela Independência Nacional para outras regiões do país.

O principal orador da conferência, o historiador português José da Silveira Lopes, destacou o papel decisivo do nacionalista Cônego Manuel das Neves em todo o processo que culminou com a Independência do país.

"Cônego Manuel das Neves teve uma actividade política intensa junto de todos que na parte final dos anos 50 e princípio dos anos 60 lutaram pela Independência do país”, afirmou o historiador português.

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