Os traços histórico-culturais de Angola desde as ancestralidades civilizacionais, às lutas pela conquista da independência, à paz e aos elementos caracterizadores dos novos tempos de desenvolvimento do país vão ganhar, doravante, maior impulso e representatividade no Museu das Civilizações Negras, em Dakar, Senegal.
A Brigada Jovem de Literatura do Huambo realiza no domingo, dia do Herói Nacional, no município da Ecunha, o acto provincial literário, onde vai abordar temas sobre a vida, a obra a dimensão cultural e patriótica do Fundador da Nação.
A abertura da jornada, na última sexta-feira, foi marcada com a saudação poética dos fazedores das letras, no Largo Doutor António Agostinho Neto, na cidade do Huambo, onde está localizada a estátua do Fundador da Nação e onde foram declamados poemas em homenagem ao fundador da Nação.Para o efeito, o delegado provincial da Brigada Jovem de Literatura no Huambo, Afonso Kachequele Lenguessa, assegurou que durante o encontro vai se realizar uma fogueira patriótica, com declamação de poesia de Agostinho Neto.
Para o acto provincial literário, no município da Ecunha, foram convidados trovadores e vai contar, igualmente, com a inauguração de uma exposição de obras literárias do Poeta Maior, palestras e jograis. Vão, igualmente, ser oferecidos livros da autoria de Agostinho a várias instituições.
O responsável lembrou que durante a jornada, a Brigada Jovem de Literatura vai também promover várias actividades em instituições de ensino, para dar a conhecer o real papel que Agostinho Neto teve na conquista da Independência Nacional.
"A Brigada Jovem de Literatura olha com muita admiração a figura Agostinho Neto como seu mentor. Por isso realiza várias iniciativas para exaltar o nome do primeiro Presidente”, disse Afonso Kachequele Lenguessa, destacando que uma dessas iniciativas é, igualmente, a realização de uma fogueira literária denominada "Chamas de Neto”.
Durante a fogueira literária, referiu, os poetas estarão numa espécie de jango para reflectir e transmitir aos jovens toda a trajectória do Poeta Maior. Frisou que neste serão cultural vão participar não só poetas, mas, também, amantes da literatura angolana e fazedores de cultura, já que o espaço vai servir para interpretar temas musicais e peças de teatro.
Os jovens de vários estratos sociais e estudantes terão a oportunidade de receber durante a fogueira literária a riqueza poética de Agostinho Neto, que deve ser preservada bem como difundida por várias gerações. O momento da explosão poética vai ser o ponto mais alto para honrar o patrono da Brigada Jovem de Literatura, segundo fez saber Afonso Cachequele Lenguessa.
"Agostinho Neto é o expoente máximo da poesia no país, porque através das suas obras este género literário acordou e ficou valorizado cada vez mais”, disse.
Afonso Lenguessa lembrou que Agostinho Neto inspirou a alma do povo angolano e com os seus escritos incentivou a nação angolana no combate anticolonial, mostrando ao mundo que a segregação racial é um mal que deve ser combatido. Isto, disse, por ter dado conta, desde cedo, que todos os homens nascem com a mesma dignidade e não é a raça que os deve dividir.
Por outro lado, justificou que a humanidade é um elemento que deve unir os homens, sem olhar a cor da pele, já que a poética de Agostinho Neto não se restringe apenas a Angola. "Um desses exemplos é o poema ‘Adeus a hora da largada’, onde destaca todas as mães negras cujos filhos partiram para fora da África pela acção da escravatura que assolou o continente berço, bem como todas as pessoas subjugadas no mundo”, disse.
Afonso Kachequele Lenguessa manifestou, por outro lado, que Agostinho Neto fez da poesia um instrumento para humanizar e chamar a consciência de todos, de modo a saber que o mundo é um lugar de todos e os homens têm a mesma dignidade e que ninguém merece a escravatura.
Relançamento da literatura e divulgação
O delegado da Brigada Jovem de Literatura no Huambo não hesitou em destacar Agostinho Neto como quem relançou a literatura angolana, porque no tempo colonial, não havia a liberdade de os angolanos escreverem sobre as suas vivências nos musseques, bem como as suas lamúrias.
"Lendo Agostinho Neto você percebe a nossa história, a essência da humanidade e o amor que deve existir. Na sua literatura tem a verdadeira angolanidade e africanidade, resumidos no modo da nossa vivência”, disse.
A esse respeito, acrescentou que a grandeza literária do fundador da Nação, apesar de ser divulgada, não está a ser explorada como deveria. Disse haver estudantes que pouco ou nada sabem sobre a vida e obra do primeiro Presidente de Angola, apontando daí a necessidade de se divulgar mais as informações sobre os seus feitos.
"O Guia Imortal apenas é lembrado no mês de Setembro ao longo do programa da celebração do seu aniversário natalício, 17 de Setembro, e no dia da sua morte, 10 de Setembro. Ele merece ser vivido todos os dias da vida dos angolanos e os seus ensinamentos devem ser eternizados”, apelou Afonso Lenguessa.
Para tal, entende que as crianças devem aprender nas escolas a ler e a declamar os poemas de Agostinho Neto, uma forma de cultivar o patriotismo aos mais novos. O delegado da Brigada Jovem de Literatura do Huambo destacou três obras do Presidente António Agostinho Neto, nomeadamente "Sagrada Esperança”, "Renúncia Impossível” e "Náuseas”, pela profundidade característica na abordagem.
A esse nível realça que na obra "Sagrada Esperança”, o autor alerta aos angolanos à confiança de que a escravatura um dia iria acabar e o futuro seria melhor, enquanto em "Renúncia Impossível” encoraja a não abdicação da angolanidade, por entender que a pátria deve ser sempre colocada em primeiro lugar nas intenções dos seus filhos.
Quanto ao de contos "Náuseas”, o autor da poesia "Havemos de Voltar” retrata o horror que o mar representou para a história da colonização da África. "Se o mar para os portugueses é o lugar de vitória, para os africanos é um espaço que trouxe o colonizador através dos barcos e levou os seus filhos para fora do continente berço, para as plantações de café, de cana-de-açúcar e nunca mais foram vistos”, assinalou.
Lembrou que foi igualmente no mar onde foram atirados e morreram milhares de negros. "Por isso, é chamado de kalunga (morte) na língua umbundu e noutras nativas de Angola, porque muita gente que nele desapareceu, jamais voltou”, concluiu.
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