O Dubai vai começar a construir novos terminais no Aeroporto Internacional Al Maktoum, para convertê-lo no maior do mundo, com capacidade para mais de 260 milhões de passageiros, um projeto avaliado em cerca de 33.000 milhões de dólares.
A Cimeira dos Chefes de Estado de África da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA 21) arrancou este domingo, em Nairobi, capital do Kenya, com a reunião dos ministros das Finanças.
A secretária de Estado-Adjunta expressou a sua admiração pelo “progresso rápido e sólido de Angola”, tendo destacado a importância e a oportunidade para os dois países
A secretária-adjunta do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, Xochitl Torres Smail, afirmou, segunda-feira, em Luanda, durante uma reunião com o ministro da Agricultura e Florestas de Angola, António Francisco de Assis, a intenção do seu país investir no sector agrícola para impulsionar a cadeia de valor. Disse que este investimento visa dar continuidade às iniciativas dos Presidentes João Lourenço e Joe Biden, durante a visita do Presidente angolano à Casa Branca em 2023.
Na reunião de cerca de uma hora, ocorrida na sede do Ministério da Agricultura e Florestas, em que também participou o embaixador americano em Angola, Tulinabo S. Mushingi, as partes analisaram mecanismos para a futura cooperação em áreas como segurança alimentar, alterações climáticas, produção sustentável, acesso à genética animal dos EUA, inventário florestal, merenda escolar, entre outros assuntos.
Em declarações à imprensa após o encontro, Xochitl Torres Smail expressou a sua admiração pelo "progresso rápido e sólido de Angola”, tendo destacado a importância e a oportunidade para ambos os países investirem e colaborarem em projectos mutuamente vantajosos.
Uma das iniciativas mencionadas foi aprimorar os investimentos na pecuária e expandir a produção de ovos, além de melhorar os aspectos genéticos relacionados às carnes de ovinos e caprinos, entre outros pontos.
No que diz respeito à distribuição de merenda escolar em Angola, a representante dos EUA referiu que uma parte significativa dos alimentos deverá ser produzida nos Estados Unidos, enquanto a outra será adquirida localmente. "Estar a investir nas próximas gerações do país é uma oportunidade de parceria que valorizamos”, ressaltou.
Pela primeira vez em Angola, Xochitl Torres Smail veio acompanhada por um uma missão empresarial para prospecção do mercado angolano, tendo em vista a promoção de investimentos no país. São mais de vinte empresários que estão a identificar potenciais áreas de investimento ligadas ao sector da Agricultura e à cadeia de valor alimentar
Os empresários chegaram a Luanda no domingo e já se reuniram com homólogos angolanos, a quem contam obter informações sobre as disponibilidades de investimentos em Angola.
Aposta na ciência
Por sua vez, o ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis, destacou como prioridade para o país a parceria no domínio da investigação científica e formação e capacitação de quadros, um intercâmbio entre os técnicos nacionais e especialistas norte-americanos, que será indispensável, porque vai ajudar a melhorar a actividade agrícola a nível da investigação e pesquisa.
Outra aposta entre ambos os Governos será desenvolvido entre o Ministério da Agricultura e Florestas, sobretudo, no Orçamento de Estado para a Agricultura, com grande aposta no intercâmbio científico e tecnológico, formação e capacitação das instituições do Estado, nomeadamente Instituto de Investigação Agronómica e Instituto dos Serviços Veterinários.
A troca de experiências a nível do desenvolvimento das ciências agropecuárias, segundo o titular da Agricultura, é também um dos principais focos desta cooperação.
Para António Francisco de Assis, essa cooperação é de louvar, porque Angola poderá aprender e colher experiências sobre agricultura a todos os níveis, e como a agricultura é ciência, destacou, será uma mais valia para o país, porque os EUA são os maiores produtores agrícolas do mundo, com destaque para a cultura do milho. "No mundo não existe nenhum outro país que produza níveis iguais aos americanos”, reconheceu António Francisco de Assis, destacando que outra meta a atingir no âmbito desta relação é a aposta no sector privado nacional para beneficiarem de futuros investimentos.
"Angola é ainda petiz na cultura de milho e pretende juntar-se aos Estados Unidos da América para aprender, para que futuramente o país alcance maiores níveis de produção de milho, um meta desejada pelo Executivo”, frisou, sublinhando que este "é um caminho que pode ser concretizado desde que haja engajamento de todas as partes envolvidas no processo”.
Além do encontro com o ministro da Agricultura e Florestas, o programa da subsecretária dos EUA prevê encontros com outros membros do Executivo e empresários para discutir e promover uma agricultura amiga do ambiente.
Em
2022, as exportações de alimentos dos EUA para Angola totalizaram 236,8 milhões
de dólares, tornando-se no sétimo maior mercado africano para os exportadores
dos Estados Unidos da América.
Especialistas
aplaudem intenção americana
Osvaldo Cruz, Nelson Nascimento, Admar Jinguma e Henrique Gime têm a convicção
de que o país vai ser beneficiado com a intenção dos Estados Unidos de investir
no sector agrícola em questões relativas à Segurança Alimentar, às Alterações
Climáticas, à Produção Sustentável, à Concessão de Acesso ao Mercado para
Animais Vivos e à Merenda Escolar, anunciada,
ontem, pela secretária-adjunta do Departamento de Agricultura dos EUA
Osvaldo Cruz- Professor de Finanças Empresariais
"Saímos a ganhar com a transferência de tecnologia”
A utilização da estratégia win/win deve ser o elemento chave para justificar e aprimorar a cooperação entre os países. Os Estados Unidos são actualmente a maior potência económica mundial. Como consequência, estamos diante de uma economia que apresenta um elevado nível tecnológico nas suas propriedades rurais, e não só, utilizando equipamentos de ponta, fertilizantes químicos, técnicas modernas de irrigação, cultivo e todo tipo de biotecnologia disponível para a produção agrícola.
Nesta conformidade, esperamos que o país ganhe ao partilhar experiências de transferência de tecnologia de produção agrícola e processos que promovam a produção sustentável, de modo a transformar Angola num dos países com níveis de produção que possam satisfazer o mercado nacional, tornando deste modo os nossos produtos mais competitivos.
Admar
Jinguma-Secretário-geral do SINPROF
"Serviria para complementar as acções do Governo”
Qualquer suporte direccionado à merenda escolar é bem vindo. Contamos com um programa que consiste em fornecer merendas mensais para os municípios. Porém, considerando a situação do país, com o número de escolas e alunos, a verba disponibilizada pelo Governo para os municípios ainda não é suficiente, o que torna a oferta da merenda insustentável.
Os EUA poderiam fornecer apoio financeiro para que, localmente, pudesse ser avaliado o tipo de alimentação escolar mais adequado para cada região, considerando as suas realidades e particularidades. Isso serviria para complementar as acções do Governo, aumentando a verba destinada aos municípios para que possam atender mais escolas e oferecer merendas diariamente. Cada um dos nossos 164 municípios possui as suas particularidades, como densidade populacional e número de alunos em escolas distintas.
Nelson Nascimento- Especialista em Cybersegurança
"Angola poderá evoluir para agricultura digital”
Acesso às novas tecnologias e Biotecnologia possibilitará aprimorar o ambiente agrícola e de produção em Angola. A tecnologia permitirá que o país avance em direcção à chamada "Agricultura 4.0”, com a implementação de soluções baseadas em tecnologias de informação, que vai facilitar o produtor a obter resultados cada vez mais eficientes no ciclo de produção. Introduzindo, consequentemente, o conceito de agricultura de precisão, que busca optimizar o uso da área de plantio, levando em consideração as características e variações de cada secção do terreno cultivado, possibilitando, assim, ao produtor tomar decisões que maximizem a produção de forma sustentável.
Além disso, Angola poderá evoluir para o que é conhecido como "agricultura digital”, um conjunto de tecnologias que auxiliará o produtor a monitorar de maneira mais detalhada as operações de plantio, pulverização e colheita, por meio de softwares e dispositivos.
Henrique Gime - Director do Instituto dos Serviços Veterinários
"A
genética pura dos EUA representa uma alternativa atractiva”
A autorização de acesso ao mercado para animais vivos e genética dos Estados Unidos promoverá o avanço na produção animal. A genética pura dos EUA representa uma alternativa atractiva para o nosso país, já que um factor crucial para o desenvolvimento da pecuária é, sem dúvida, a genética. Com essa medida, teremos a oportunidade de explorar raças puras, o que, sobretudo do ponto de vista económico, resultará em melhores rendimentos.
Aprimorar a genética será fundamental para caprinos, bovinos, ovinos e aves, ou seja, para toda a cadeia pecuária. Ao utilizar uma genética de qualidade para os rebanhos do Sul de Angola, a robustez dos animais aumenta, melhorando e reduzindo o tempo de abate. Esse procedimento é comum na maioria dos países, pois é essencial considerar o factor genético para o desenvolvimento da pecuária em qualquer nação.
Ana Paulo, Flávia Massua e Waldina de Lassalete
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