Economia

Estudo recomenda reforço da política monetária

Hélder Jeremias

Jornalista

O reforço da consistência dos instrumentos de política monetária do Banco Nacional de Angola (BNA), consolidação de medidas fiscais tendentes a melhorar o ambiente de negócios e mudança estrutural com vista à redução da influência do sector petrolífero na economia configuram como as principais recomendações do Relatório Económico Anual 2022 do Centro de Investigação Económica da Universidade Lusíada (CINVESTEC).

27/05/2023  Última atualização 07H00
© Fotografia por: DR
De acordo com o estudo apresentado, quinta-feira, em Luanda, os indicadores de crescimento económico registados em 2022 são, grosso modo, atrelados à variação do preço do petróleo, não obstante a estabilidade macroeconómica alcançada.

Esta situação, segundo o relatório, ainda não garante sustentabilidade, num contexto em que as exportações do referido sector cresceram 49 por cento, correspondente a 50,1 mil milhões de dólares, face aos 33,6 mil milhões no período homólogo de 2021.

O relatório dá ainda relevância ao crescimento atribuído às exportações de diamantes na  ordem dos 26 por cento, em relação a 2021 e 60 por cento comparado com o período homólogo de 2019, numa altura em que o CINEVESTEC alega que "as  restantes exportações não têm comparabilidade com os anos anteriores”.

A fonte sustenta a conclusão com o facto de o  investimento angolano no exterior, excluindo reservas, ter passado de 31,3 para 35,4 mil milhões de dólares, o que reflecte um aumento de 2,9 mil milhões (8,9 por cento), em resultado do acréscimo do crédito comercial (3,1 mil milhões), como  resultado dos fluxos do barril de petróleo.

O  estudo faz ainda menção ao aumento dos depósitos no exterior fixado em  0,9 mil milhões, assim como à redução da carteira de investimento  em 1,1 mil milhões,  em consequência  dos fenómenos  de valorização e desvalorização dos activos, sem descurar  a subida do crédito comercial para 9,9 mil milhões de USD, correspondentes a 20% das exportações no exercício económico, com redução d o crédito médio para 72 dias.

 

Investimento directo estrangeiro

O Investimento Directo Estrangeiro (IDE) em Angola contraiu, no ano transacto,  7,7 por cento, ou seja, de 78 para 72 mil milhões de dólares (6 mil milhões), devido essencialmente às rubricas de Investimento Directo, em que se enquadra uma redução de 6,1 mil milhões de dólares (29,4 por cento), segundo o Relatório do CINEVESTEC.

"O Investimento Directo Estrangeiro  não-petrolífero foi de apenas 197 milhões, apresentando um desempenho mais expressivo no quarto trimestre,  face aos  248 milhões em 2021 e 641 milhões no  ano anterior (2019), um indicador que reafirma a urgência em alterar significativamente o ambiente de negócios no sentido de  captar poupanças, quer externas, quer internas”, refere o relatório.

A balança de rendimentos primários, revela o estudo, situou-se  em -8,7 mil milhões de dólares, aumentando o seu saldo negativo em 50 por cento em relação a 2021 e 16 por cento face a 2019. A balança de rendimentos de trabalho melhorou cerca de 4,0 por cento, em comparação a 2021.

Relativamente a 2019, observa-se um aumento de 1.758 empregos, com uma perda de 251 mil empregos formais e um aumento de 2.008  "empregos” informais. O crescimento do emprego formal mostra uma clara desaceleração no terceiro trimestre e um novo decréscimo no  semestre seguinte. Nos últimos 12 meses, o emprego formal aumentou apenas 180 mil postos de trabalho, o que é muito pouco para uma fase pós-pandemia.

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