A Associação dos Hotéis e Resorts de Angola (AHRA) queixou-se, esta quarta-feira, das baixas taxas de ocupação, ausência de créditos financeiros bonificados, falta de uma central logística e de energia e água canalizada, em algumas zonas, para alavancar o sector.
A conferência "Doing Business in Angola" que decorreu, terça-feira, em Lisboa, reuniu empresários portugueses de destaque com experiência consolidada e aqueles que aspiram ingressar no mercado angolano.
O reforço da consistência dos instrumentos de política monetária do Banco Nacional de Angola (BNA), consolidação de medidas fiscais tendentes a melhorar o ambiente de negócios e mudança estrutural com vista à redução da influência do sector petrolífero na economia configuram como as principais recomendações do Relatório Económico Anual 2022 do Centro de Investigação Económica da Universidade Lusíada (CINVESTEC).
Esta situação, segundo o relatório, ainda não garante sustentabilidade, num contexto em que as exportações do referido sector cresceram 49 por cento, correspondente a 50,1 mil milhões de dólares, face aos 33,6 mil milhões no período homólogo de 2021.
O relatório dá ainda relevância ao crescimento atribuído às exportações de diamantes na ordem dos 26 por cento, em relação a 2021 e 60 por cento comparado com o período homólogo de 2019, numa altura em que o CINEVESTEC alega que "as restantes exportações não têm comparabilidade com os anos anteriores”.
A fonte sustenta a conclusão com o facto de o investimento angolano no exterior, excluindo reservas, ter passado de 31,3 para 35,4 mil milhões de dólares, o que reflecte um aumento de 2,9 mil milhões (8,9 por cento), em resultado do acréscimo do crédito comercial (3,1 mil milhões), como resultado dos fluxos do barril de petróleo.
O estudo faz ainda menção ao aumento dos depósitos no exterior fixado em 0,9 mil milhões, assim como à redução da carteira de investimento em 1,1 mil milhões, em consequência dos fenómenos de valorização e desvalorização dos activos, sem descurar a subida do crédito comercial para 9,9 mil milhões de USD, correspondentes a 20% das exportações no exercício económico, com redução d o crédito médio para 72 dias.
Investimento directo estrangeiro
O Investimento Directo Estrangeiro (IDE) em Angola contraiu, no ano transacto, 7,7 por cento, ou seja, de 78 para 72 mil milhões de dólares (6 mil milhões), devido essencialmente às rubricas de Investimento Directo, em que se enquadra uma redução de 6,1 mil milhões de dólares (29,4 por cento), segundo o Relatório do CINEVESTEC.
"O Investimento Directo Estrangeiro não-petrolífero foi de apenas 197 milhões, apresentando um desempenho mais expressivo no quarto trimestre, face aos 248 milhões em 2021 e 641 milhões no ano anterior (2019), um indicador que reafirma a urgência em alterar significativamente o ambiente de negócios no sentido de captar poupanças, quer externas, quer internas”, refere o relatório.
A balança de rendimentos primários, revela o estudo, situou-se em -8,7 mil milhões de dólares, aumentando o seu saldo negativo em 50 por cento em relação a 2021 e 16 por cento face a 2019. A balança de rendimentos de trabalho melhorou cerca de 4,0 por cento, em comparação a 2021.
Relativamente a 2019, observa-se um aumento de 1.758 empregos, com uma perda de 251 mil empregos formais e um aumento de 2.008 "empregos” informais. O crescimento do emprego formal mostra uma clara desaceleração no terceiro trimestre e um novo decréscimo no semestre seguinte. Nos últimos 12 meses, o emprego formal aumentou apenas 180 mil postos de trabalho, o que é muito pouco para uma fase pós-pandemia.
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