Para o recém-eleito presidente da Associação dos Empresários e Executivos Brasileiros em Angola, o Presidente brasileiro Lula da Silva vai relançar programas de cooperação entre os dois países quando desembarcar em Luanda para uma visita de Estado no próximo mês de Agosto. E também acredita que sejam retomados os financiamentos para Angola, tanto do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social) quanto do rama de Exportações do Brasil, interrompidos há sete anos.
O antropólogo e investigador brasileiro de origem congolesa Kabengele Munanga, que anima uma conferência hoje em Luanda, sob o lema “Origens africanas do Brasil contemporâneo: histórias, línguas, culturas e civilizações”, defende em entrevista que as civilizações africanas tiveram que ser “tribalizadas”, reduzindo o papel dos reinos africanos, para a viabilização da colonização.
Milhares de luandenses nos vários bairros de Luanda vão deixar de percorrer longas distâncias para terem acesso à água potável, com a entrada em funcionamento, ainda este ano, dos sistemas “Bita” e “Quilonga” e a implementação do projecto “ProÁgua”, que vai aumentar a capacidade operacional da EPAL e permitir a substituição de vários equipamentos em três anos, assegurou, ontem, o presidente do Conselho de Administração da empresa pública, Manuel Lopes da Cruz, que falava em alusão ao Dia Mundial da Água, que é hoje assinalado.
Qual é a capacidade de produção de água potável de Luanda?
A capacidade nominal instalada anda à volta dos 780 mil metros cúbicos por dia, totalizando as 15 Estações de Tratamento de Água existentes. Porém algumas dessas infra-estruturas hoje, em função do tempo que foram construídas, estão a funcionar abaixo da sua capacidade nominal, sendo que a produção real anda perto dos 650 mil metros cúbicos de água por dia.
No domínio técnico, que avaliação se pode fazer, hoje, do estado dos equipamentos existentes?
Alguns carecem de substituição. Paralelamente a isso, a EPAL ganhou novos equipamentos com as novas infra-estruturas como a Fase III da Estação de Tratamento de Água de Candelabro, a Estação de Bombagem de Cassaque, os Centros de Distribuição de Água da Vila Flor, Morar II, Sapu, Polo Industrial de Viana e Zango 5. Prevê-se para este ano o início do projecto "ProÁgua”, que visa aumentar a capacidade operacional da EPAL e contempla, também, a substituição de vários equipamentos em três anos.
Em termos de projectos, quais são os de maior vulto? Quais os principais ganhos do Projecto Bita?
Este ano vamos iniciar a construção de dois novos sistemas, o do Bita, cuja primeira fase vai produzir 259.200 metros cúbicos de água por dia, um sistema de abastecimento de água integrado, composto por captação, tratamento, adução e distribuição, que vai ter 100.000 metros cúbicos de armazenamento, 65 quilómetros de condutas adutoras, 3.700 quilómetros de rede de distribuição e 170.000 ligações domiciliares para abastecer 3.800.000 habitantes da zona sul e sudeste de Luanda, no município de Belas, distritos do Quenguela, Vila Verde, Cabolombo, Ramiros, Morro dos Veados, assim como reforçar as zonas do Benfica e Camama. O segundo sistema é o Quilonga Grande, igualmente integrado, que vai aduzir 518.000 metros cúbicos de água dia, para atender a zona Norte e Nordeste de Luanda, inclusive os municípios de Viana, Icolo e Bengo e Cacuaco. Ambos os sistemas têm uma duração de execução de 36 meses.
Quais os principais desafios e perspectivas da empresa?
Entre os desafios da EPAL consta a redução das perdas técnicas, através da criação de zonas de medição e controlo, para poder melhorar a eficiência comercial, especialmente em relação ao aumento da oferta de água. A perspectiva é aumentar em cerca de 770 mil metros cúbicos de água com a construção dos novos sistemas.
Qual tem sido o principal entrave na distribuição da água para todos?
O Programa Água para Todos não está sob a responsabilidade da EPAL. Trata-se de um Programa de âmbito nacional com o objectivo de assegurar o abastecimento de água a 80 por cento da população rural de Angola, que está sob a responsabilidade do Ministério da Energia e Águas. A EPAL tem, sob a sua zona de influência, apenas a província de Luanda e o principal entrave continua a ser o défice de produção para atender à população.
Há algum projecto em carteira para reabilitação das ligações mais antigas?
Em algumas zonas, a rede antiga já foi substituída como no bairro Miramar, Vila Alice, Ingombota e parte do Maculusso. A perspectiva é substituir toda a rede velha por uma nova, tão logo as condições financeiras permitirem.
O desperdício de água ainda é um "mal”. Há medidas para contrapor tal prática?
A EPAL tem estado a fazer campanhas de sensibilização e corte aos clientes que desperdiçam a água. Por outro lado, a instalação de contadores vai permitir aos clientes a ter um comportamento diferente, porque vão ter uma noção do seu consumo e passar a pagar o que efectivamente consomem.
Como tem sido feito o combate ao garimpo ilegal de água?
Para combater o garimpo, a EPAL tem estado a trabalhar com outros órgãos, particularmente a Polícia Nacional, o Serviço de Investigação Criminal, as administrações e comissões de moradores.
Quais são as zonas mais afectadas pela prática? Que sanções têm sido aplicadas aos infractores?
Os municípios mais afectados pelo garimpo de água são o Kilamba Kiaxi, Viana, Talatona e Cacuaco. Hoje temos um elemento a nosso favor, que é o novo código penal e já prevê a responsabilização criminal e as penas a aplicar as pessoas que cometem estes actos. No passado não havia tais sanções. A actividade de combate ao garimpo é conjunta (EPAL e outras entidades) e é da responsabilidade da empresa fazer a desactivação da ligação de água, enquanto as outras entidades encaminham os processos aos órgãos de justiça.
A onda de actos de vandalismo, provocada pela "febre" dos metais, está a atingir a EPAL?
Tivemos registos de ocorrências na urbanização Nova Vida, com o furto de vários contadores e a respectiva estrutura devido ao material utilizado que é o cobre, tido como muito atractivo para os meliantes. Quando este vandalismo ocorre, regista-se um enorme desperdício de água.
Que avaliação faz da qualidade técnica dos quadros da empresa? Há projectos de capacitação?
A EPAL tem bons quadros nas áreas técnicas, obviamente a aposta na capacitação é contínua. Existem programas de capacitação internos e externos. Esta é uma condição fundamental para que os quadros técnicos possam dar resposta às necessidades dos clientes.
Que EPAL podemos ter no futuro e o que os consumidores podem esperar da empresa?
Queremos ser uma empresa de referência nacional e regional no sector das águas, promovendo a continuidade e qualidade do serviço.
Quantos clientes a empresa tem, entre particulares e empresas?
A EPAL possui cerca de 406 mil clientes, dos quais 394.000 são particulares, os restantes estão distribuídos nos segmentos de comércio, indústria, serviços e Estado. Para atender à clientela, dispõe de uma rede de 21 agências físicas uma agência virtual e 13 postos de cobrança.
Em quanto está a dívida dos clientes incumpridores?
A divida actual acumulada ronda aos 114 mil milhões de kwanzas.
A maioria destes devedores são empresas públicas?
Não, os maiores devedores são os clientes particulares com cerca de 82 por cento da dívida.
O que tem sido feito para resolver esse assunto?
A EPAL tem realizado várias campanhas de sensibilização e cortes aos clientes devedores. Hoje temos os serviços da empresa disponíveis em várias plataformas digitais, para evitar a deslocação dos clientes. A consulta da divida e das facturas pode ser feita na Agência Virtual. Actualmente, os clientes da EPAL tem ao dispor meios eletrónicos para pagamentos, como ATM, Multicaixa Express, Internet Banking, Aki Paga e agentes autorizados. Prevê-se para este ano a instalação de 70.000 contadores pré-pagos.
Que avaliação faz da qualidade da água que chega até às casas dos angolanos para o consumo?
A qualidade da água produzida pela EPAL-EP obedece e satisfaz às exigências Internacional, definidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para água destinada ao consumo humano. Nas Estações de Tratamento de Água e Centros de Distribuição, a água sai com as condições exigidas de potabilidade. Porém no seu percurso ela sofre invasões, que afectam a qualidade.
Como funciona essas alterações?
A alteração da qualidade da água na torneira do consumidor pode ser derivada de diversos factores. A causa pode estar associada a ropturas por vandalismo ou descuido, envelhecimento da rede de distribuição, ou infiltração de água inquinada (salobra).
O que a EPAL tem feito para combater isso?
Quando ocorre, a EPAL tem uma equipa multifacética para diagnosticar e dar solução à situação.
Era comum, no passado termos reclamações quanto à qualidade. Cuidados a se ter com a água para o consumo, como ferver ou desinfectar? Ainda é preciso respeitar essas normas factualmente?
Sim, este cuidado deve-se manter devido aos factores acima mencionados.
Quantas estações de tratamento de águas a empresa tem?
A EPAL possui 15 Estações de Tratamento de Água e 32 Centros de Distribuição.
Estas estações têm os meios para termos a devida qualidade ou ainda há melhorias a serem implementadas?
As estações de Tratamento de Água possuem um laboratório de controlo da qualidade da água e avaliam periodicamente a eficiência e eficácia nas diferentes etapas do processo de tratamento. Mas existem novas tecnologias que podem ser implementadas para assegurar uma melhor qualidade.
Em relação à qualidade da água, quem faz a fiscalização, a EPAL ou uma outra instituição?
A EPAL encarrega-se de fazer a colheita para o monitoramento da qualidade em vários pontos para aferir a qualidade da água. A verificação da qualidade permite manter em condições adequadas a exploração feita pela estação de tratamento de água, vigiando os sistemas de produção, adução e de distribuição. Esta vigilância é contínua e paralelamente é feito também um controlo analítico dos parâmetros físico/químicos e microbiológicos, que vão desde a captação de água bruta até a torneira dos consumidores.
Porquê ainda ouvimos casos de bairros, municípios e até cidades, como o Kilamba ou o Sequele, onde a água chega com má qualidade? A quem devemos imputar responsabilidades?
A responsabilidade não é da EPAL, porque a alteração da qualidade da água na torneira do consumidor pode ser derivada de diversos factores.
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