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Estados Unidos suspendem participação no Tratado Start

O Departamento de Estado norte-americano chamou, ontem, a imprensa para comunicar que iria suspender a sua participação no Tratado do Novo START, que permitia a troca de informação sobre armas nucleares entre os Estados Unidos e a Rússia.

03/06/2023  Última atualização 07H55
Inspecção de armas nucleares © Fotografia por: DR
A decisão chega três meses depois de Moscovo, através do seu Presidente, Vladimir Putin, ter suspendido a participação russa no Tratado.

Com a medida, o Departamento do Estado norte-americano, anunciou, igualmente, a revogação dos vistos dos inspectores russos. 

"Washington parou de facilitar as inspecções do Novo START no seu território, revogando vistos emitidos para inspectores russos”, disse o Departamento de Estado em comunicado.

"A partir de hoje (1 de Junho de 2023), os EUA recusam-se a notificar a Rússia conforme exigido pelo Tratado, inclusive fornecer actualizações sobre o status ou localização de armas cobertas pelo Tratado, como mísseis balísticos  e lanaores”, lê-se, igualmente, no comunicado.

Ao mesmo tempo, o Departamento de Estado indicou que o Governo norte-americano "está a abster-se de facilitar as actividades de inspecção do Tratado Novo START no seu território, especificamente revogando os vistos existentes emitidos para inspectores russos e membros da tripulação aérea, negando pedidos pendentes para tais vistos e revogando os números de autorizações diplomáticas permanentes emitidos para aviões russos de inspecção do Tratado”.

"O direito internacional permite a possibilidade de usar tais medidas para induzir outro Estado a regressar  ao cumprimento das suas obrigações internacionais”, refere o comunicado.

O Novo START é um tratado assinado pela Rússia e os Estados Unidos, em 2010, e que prevê inspecções mútuas das instalações nucleares estratégicas dos dois países.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse, durante o discurso anual no Parlamento russo na época, que Washington exigiu que a Rússia cumprisse incondicionalmente as obrigações sobre o Tratado, embora fosse arbitrária sobre as suas próprias obrigações.

 

Declínio americano devido à guerra na Ucrânia

Os Estados Unidos começaram a perder a hegemonia mundial devido ao conflito na Ucrânia, segundo o historiador e cientista político norte-americano Aaron Good, num artigo publicado no site do jornal chinês Global Times.

"O pior pesadelo geopolítico de Washington pode tornar-se uma realidade devido ao conflito na Ucrânia”, defendeu Good.

Segundo o especialista, os EUA entraram numa fase de declínio, estando a perder a liderança global. A razão foi a decisão da Casa Branca de desencadear o conflito na Ucrânia e forçar a Rússia a combater.

"Os líderes dos EUA só se podem culpar a si mesmos. A busca pela primazia global ilimitada sempre foi uma loucura”, notou Good.

Os EUA avaliaram tão mal os aspectos militares, económicos e diplomáticos do conflito na Ucrânia que Washington apenas acelerou o processo de perda da hegemonia. Os planos iniciais dos norte-americanos eram o de enfraquecer a Rússia, mas aconteceu exactamente o oposto.

Enquanto os EUA estão a lutar para manter a influência no Global Sul, o bloco dos BRICS, com Rússia, China, Índia, Brasil e África do Sul, está em ascensão.

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