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Estados Unidos querem aumentar investimentos na Saúde e na Educação

A probabilidade de crescimento dos investimentos feitos pelos Estados Unidos da América (EUA) nos sectores da Educação e da Saúde em Angola dominou, ontem, na Cidade Alta, a audiência concedida pela ministra de Estado para a Área Social, Dalva Ringote, ao embaixador americano no país, Tulinabo Mushingi.

01/02/2023  Última atualização 08H25
Embaixador norte-americano, Tulinabo Mushingi, trocou impressões sobre as relações bilaterais com a ministra de Estado para Área Social, Dalva Ringote © Fotografia por: Edições Novembro
Do encontro de trabalho, a que se seguiram outras três audiências, em separado, ao embaixador de Portugal, dos Emirados Árabes Unidos, e ao presidente da Câmara de Comércio AmCham-Angola, as grandes prioridades do país para o sector social incidiam, segundo o diplomata norte-americano à saída da reunião, na abordagem feita à ministra angolana de Estado.

Tulinabo Mushingi esclareceu ter batido à porta de Dalva Ringote para, entre outros assuntos, ter a certeza de que as prioridades dos EUA estavam alinhadas àquelas definidas por Angola, tendo em vista o objectivo comum de fazer crescer a relação bilateral.

"A nossa relação com Angola data de mais ou menos 30 anos e estamos a tentar procurar outras áreas de cooperação, como continuar a crescer esta relação bilateral. Por isso, discutimos muitos assuntos”, esclareceu o em-baixador dos EUA.

Sublinhou ter discutido com a ministra de Estado os impulsos a dar às questões ligadas à área da Saúde, tendo assegurado haver um trabalho conjunto no sector de há muito tempo. Em específico, esclareceu que o seu país tem a intenção de aumentar a cooperação a este nível, dentro do Programa de Combate à Malária, cujo investimento americano anual ronda os 19 milhões de dólares.

O grande desafio, de acor-do com o diplomata, é dar sequência ao "excelente trabalho realizado”, nos anos anteriores, em seis diferentes províncias e que garantiu ter produzido resultados muito satisfatórios. Como prova disso, frisou, as mortes ligadas à malária baixaram 10 por cento.

Acrescentou, por outro lado, que em algumas províncias onde o investimento norte-americano ainda não se faz sentir, "as mortes aumentaram 20 por cento”, facto que, referiu ser um "indicativo de que o nosso programa está a produzir resultados positivos em Angola”. 

Tulinabo Mushingi ressaltou, ainda no capítulo da Saúde, a continuidade de programas de investimento, tendo em vista as campanhas de prevenção e combate ao VIH-SIDA.

Fruto do Programa dos Agentes de Desenvolvimento Comunitário, anunciou, os EUA estão a investir 13 mi-lhões de dólares, mas assegurou ter a garantia de que pode crescer.

"Queremos trabalhar com a ministra, ver como podemos aumentar estes programas”, reforçou, realçando que para a Educação está em projecção a "parceria entre as diferentes instituições de educação em Angola e outras áreas em que podemos desenvolver”, incluindo infra-estruturas, com a probabilidade de envolvimento de voluntários americanos, que "podem vir para aqui trabalhar com o povo angolano”.

Diplomacia económica

Num outro momento, a ministra de Estado recebeu Pedro Godinho, presidente da Câmara de Comércio AmCham-Angola, com quem abordou questões relativas à diplomacia económica.

O encontro, segundo fez questão de assegurar o em-presário à saída da audiência, serviu, igualmente, para uma abordagem sobre os resultados da última Cimeira EUA – África, realizada em Dezembro do ano passado, em que "houve muitas questões que devem ser tratadas com alguma celeridade em relação a Angola”.

Um dos aspectos que me-rece destaque, confessou, prende-se com a diplomacia económica desenvolvida pelo Presidente João Lourenço, tendo sustentado que o G7, a 25 de Junho, colocou à disposição do continente africano 600 biliões de dólares e deste valor os EUA estão interessados em financiar 200 biliões, para o desenvolvimento do continente africano.

Elucidou, no entanto, que o facto de o continente estar constituído por 50 países beneficia a África a maior fatia, pelo que, defendeu, os que fizerem o seu trabalho de casa devem merecer maior apoio.

E, nesse particular, garantiu que a Câmara de Comércio AmCham-Angola identificou alguns projectos, que "podem contribuir neste sentido”, tendo destacado os dos sectores Sociais, como a Educação e Cultura, mas também projectos na área de "Infra-Estruturas e Energias Renováveis”.

Disse, a finalizar, que as cimeiras ocorrem, mas a obtenção de resultados exige muito trabalho, dedicação e entrega, por esta razão, acrescentou Pedro Godinho: "Viemos pedir um aconselhamento à senhora ministra de Estado em relação a estes temas, do qual tivemos muitas ideias brilhantes para materializá-las”, pois acredita que se "pode dar uma grande contribuição ao país e numa perspectiva de desenvolvimento e bem-estar do povo”.

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