A primeira pedra para a construção da Casa do Artista e Palácio da Música e do Teatro, na antiga instalação da Assembleia Nacional, em Luanda, foi lançada, sexta-feira, pelo ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, marcando, desta forma, o início das obras daquele espaço cultural.
O artista angolano Barceló de Carvalho, Bonga Kwenda, recebeu, na noite de quinta-feira, em Paris, o Grande Prémio da Música do Mundo, durante um espectáculo integrado na cerimónia anual da entrega de prémios da Sociedade Francesa de Direitos de Autor (SACEM).
Um dos filhos do compositor cabo-verdiano B.Léza admite que o espólio do músico, com centenas de peças que reúne há décadas, possa nunca ir para Cabo Verde, que continua sem recuperar para museu a casa onde o músico nasceu.
"O espólio está à espera há mais de 20 anos que os governos de Cabo Verde, os vários ministros da Cultura e várias câmaras municipais se decidam a reparar a casa do B.Léza, que é camarária, e façam lá o museu B.Léza, para se poder entregar o espólio, senão o espólio fica em Portugal ou vai para o Brasil”, disse à Lusa Veladimir Romano Calado da Cruz.
Em entrevista à agência Lusa, o filho de Francisco Xavier da Cruz, conhecido como B.Léza, que morreu em 1958 no Mindelo, na ilha cabo-verdiana de São Vicente, lamentou o desinteresse que alegadamente quem decide tem dado à memória do autor de mornas como Miss Perfumado, Eclipse ou Luísa.
"A casa ainda lá está, eu estive lá em 2008 e chamei a atenção da câmara municipal para que devia ser um património, um museu ou uma casa da música”, indicou Veladimir Romano Calado da Cruz.
Segundo afirmou, o espólio tem muitas peças, as suficientes para encher um museu, e inclui uma cama, baús, peças de porcelana, canetas, botões de punho e centenas de livros.
"Só livros são mais de 300, livros importantes, que o B.Léza herdou do pai, que era um revolucionário, um anarca, contramestre dos navios alemães”, contou.
Como o pai de B.Léza viajava muito, trazia com frequência artigos do estrangeiro e, por essa razão, o primeiro violão do compositor nem sequer foi um violão, era uma balalaica, que o pai lhe trouxe da Rússia, para onde viajava muito.
"Ele andava agarrado à balalaica quando ia para Santo Antão e tentava imitar as festas que se faziam, as tocatinas”, referiu.
Veladimir deixa o aviso: "Não vou entregar património a ninguém até alguém em Cabo Verde ter a inteligência suficiente e o patriotismo de dizer não, aquela casa do B.Léza vai virar museu, que venha o espólio”.
Para já, o filho mais velho de B.Leza, com 74 anos, está a organizar parte do espólio para mostras itinerantes nos municípios portugueses geminados com municípios de Cabo Verde, "para ver se aqueles em Cabo Verde conseguem despertar a memória e ver o que está aqui em Portugal”.
"Temos mais de 60 câmaras municipais geminadas com Cabo Verde, estou a contactar com algumas. É uma logística grande”, disse, classificando o espólio de B.Léza como "muito interessante”, tendo em conta que se trata de um artista multifacetado.
B.Léza escreveu "pedagogia ambiental no seu tempo. Só se fala do Jorge Barbosa e do seu Ambiente [publicado na Praia, Santiago, em 1941], mas o B.Léza também escreveu”, disse.
E exemplifica com o "Passo-pinto e o Passarão” – um conto infantil pedagógico-ambiental, da autoria de B.Léza e que contém críticas aos serviços camarários sobre a sujidade urbana do Mindelo – ou o romance infantil "Os meninos do Lombo”.
Entre o espólio consta o Bronze, o violão icónico do compositor, por ele pensado e desenhado e que conta com 90 anos de idade, mas ainda toca, após ter sido restaurado pelo guitarrista cabo-verdiano Armando Tito, que privou com B.Léza em criança.
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