Sociedade

Especialistas pedem reforço da atenção às mulheres por meio da sensibilização

Actualmente, apesar dos progressos, os Direitos Humanos e, particularmente, os sexuais e reprodutivos das mulheres continuam a ser sistematicamente violados em todo o mundo, o que para os especialistas demonstra a importância de maior mobilização, tanto dentro como além das comunidades, para se resistir aos retrocessos e avançar na luta pela justiça para todos.

29/05/2023  Última atualização 09H48
© Fotografia por: DR

O Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher, assinalado ontem, foi criado com o intuito de chamar a atenção e consciencializar a sociedade sobre os diversos problemas de saúde comuns na vida das mulheres, tal como o cancro da mama, a endometriose, infecção urinária, cancro do colo do útero, a fibromialgia, a depressão e a obesidade.

Desde 2020, quando a Women’s Global Network for Reproductive Rights assinalou a data sob o lema "Saúde da Mulher ainda importa!”, os especialistas do sector têm ponderado muito em relação ao impacto da actual crise económica mundial e da pandemia da Covid-19, em especial no acesso directo de meninas e mulheres aos serviços de saúde sexual e reprodutiva.

 

A data

O Dia Internacional de Acção pela Saúde da Mulher foi definido no IV Encontro Internacional Mulher e Saúde que ocorreu em 1984, na Holanda, durante o Tribunal Internacional de Denúncia e Violação dos Direitos Reprodutivos, ocasião em que a morte materna apareceu com toda a sua magnitude.

A partir dessa data, o tema ganhou maior interesse e no V Encontro Internacional Mulher e Saúde, realizado em São José da Costa Rica, a Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e das Caraíbas (RSMLAC), propôs que a cada ano, no dia 28 de Maio, uma temática nortearia as acções políticas que visassem prevenir mortes maternas evitáveis.

 

Indicador de saúde

A mortalidade materna é um importante indicador da qualidade de saúde ofertada para as pessoas e é fortemente influenciada pelas condições sócio-económicas da população. Em média, representam 40 por cento a 50 por cento das causas que podem ser consideradas evitáveis.

O atraso no reconhecimento de condições modificáveis, na chegada ao serviço de saúde e no tratamento adequado, está entre as principais causas das altas taxas de mortalidade materna ainda existentes em muitas unidades sanitárias.

O principal objectivo da atenção pré-natal e puerperal é garantir o bem-estar ma-terno e fectal. Para isso, as equipas de saúde da Atenção Primária devem acolher a mulher desde o início da gravidez (o mais precocemente possível, no início ou até antes da gestação, assim como devem reconhecer, acompanhar e tratar as principais causas de morbimortalidade materna e fetal.

 

O impacto e a abrangência da efeméride

Desde que em 1987 foi definido o 28 de Maio como o Dia Internacional de Acção pela Saúde da Mulher, várias actividades têm sido realizadas em todo o mundo por grupos de mulheres e especialistas em saúde para relembrar a importância e o impacto da efeméride.

Para a maioria dos especialistas, é uma data que visa celebrar os ganhos para a saúde das mulheres, bem como lembrar aos Ministérios da Saúde, governantes, parlamentares, as agências Internacionais e empresas da importância de se manter e respeitar os compromissos com a saúde e os direitos das mulheres.

A efeméride tem sido, igualmente, a plataforma de campanha para defender e avançar para o reconhecimento dos conceitos de sexualidade, direitos sexuais e reprodutivos e analisar o estado das estruturas de saúde a nível nacional, regional e internacional.

Por ocasião da data, milhares de vozes femininas de sucesso são unidas para mostrar às novas gerações os ganhos obtidos até ao momento e apontar os novos focos de luta.

A data serve, ainda, de alerta para a desigualdade entre mulheres e homens no acesso aos cuidados de saúde, assim como na importância da promoção da saúde feminina.

Por outro lado, especialistas acreditam que seja uma oportunidade para analisar o facto de que nos países em vias de desenvolvimento, muitas jovens e mulheres continuam a ser vítimas de discriminação no acesso aos cuidados de saúde, às vezes, com base em factores socioculturais.

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