Cultura

Especialistas defendem construção de salas de espectáculos nos bairros   

Mário Cohen

Jornalista

A escritora Marta Santos e o professor de arte Filipe Vidal defenderam a necessidade de se construir salas de espectáculos para as diversas disciplinas de arte, como teatro, exposição de artes plásticas, cinema, música e dança nas comunidades, dentro do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), com finalidade de desenvolver as habilidades culturais nos bairros.

13/01/2023  Última atualização 08H50
Ensaísta Filipe Vidal foi um dos prelectores da mesa-redonda © Fotografia por: DR
Sob lema "A Cultura Faz-se nos Municípios, Vamos Valorizar e Fortalecer como factor Importante no Desenvolvimento Cultural”, o encontro aconteceu na quarta-feira, na Associação Cultural e Recreativa Chá de Caxinde, em Luanda, no âmbito do festejo do Dia da Cultura Nacional, assinalado no dia 8 deste mês.

A autora da obra "A Biografia de Elias dyaKimuezo - A voz e o Percurso de um Povo”, disse que a cultura está transformada em um evento, assegura, a cumplicidade de gente nas criações artísticas pode criar condições para as práticas culturais, evitando morte de identidade , assim como "podemos transformar  esses actos isolados em colectivos porque, efemérides são hábitos que fazem parte da cultura angolana”. 

"Já é altura para olhar a cultura como algo que transforma e enriquece o indivíduo, tanto individual como  colectivo, por isso não deve ser vista como parente pobre”, sublinha.

A escritora aponta que toda as mãos são necessárias para a luta pelo desenvolvimento na afirmação de comunidades ricas em cultura. A dinâmica do mercado, explica, pode criar outras fontes culturais,dando espaços às pequenas indústrias da música, casas de espectáculos, televisão, rádios e centros culturais.

"É preciso ter em conta que os pequenos empreendimentos culturais são também um espaço de edução, sendo assim,não é apenas a edução que deve ser apontada como base para o desenvolvimento de um país. A cultura tem a sua importância”, defende.     

Para Filipe Vidal, outro convidado ao encontro no Chá de Caxinde, para falar sobre "A Cultura Faz-se nos Municípios”, a cultura não deve ser entendida como simples divertimento ou mero  espectáculo der dança ou folclore.  O professor revelou que a cultura se define em três pontos essências, o nome, a língua e a tradição disse ainda que a cultura é politica, religião, economia, assim como as artes no seu mais alto nível.

"O país tem escolas de arte média e superior, mas sem nenhuma língua nacional, sinal de que o subsistema de ensino na nossa sociedade ainda não contempla a cultura na sua plenitude" lamentou.

Para o professor do Complexo de Escolas de Arte - CEART, a cultura poderia estar mais presente nos bairros, se dentro das prioridades do PIIM fossem construídas muitas infraestruturas que incluíssem salas de espectáculos nos municípios.  

 "Os nos nacionalistas combateram também a opressão colonial através da cultura, e temos exemplos como Agostinho Neto, António Jacinto, Liceu Viera Dias, UenhengaXitu, Pepetela, João Maiomona, entre outros, que clamaram pela dignidade e liberdade angolana através das suas obras literárias”, afirma.

O músico Urbanito Filho disse que não se consegue fazer espectáculos nos bairros por falta de salas onde os artistas desenvolvam as suas actividades.

 

 

44 grupos dançam carnaval

 

O desfile da fase provincial do Carnaval no Huambo regressa, este ano, à pista de dança com 44 grupos, entre infantis, tradicionais e de adultos, depois das limitações impostas pela Covid-19, soube a ANGOP, esta quarta-feira.

Trata-se de 13 grupos carnavalescos de adultos, 12 infantis, igual número de dança tradicional, seis blocos de animação e um convidado, proveniente da província do Zaire, denominado "Tumueno”.

Com palco na avenida Alioune Blond Beye, no bairro Académico, centro da cidade do Huambo, os desfiles acontecem em Fevereiro próximo, concretamente nos dias 18 (infantil) e 20 (tradicionais e adultos), sob o lema "Com o Carnaval massifiquemos e fortaleçamos a nossa cultura”.

O chefe do departamento da Acção Cultural na província do Huambo, Pascoal Pedro Nhanga, que falava à ANGOP, disse que as inscrições decorreram entre 5 de Dezembro de 2022 e 5 do corrente mês, nas 37 comunas e nas 11 sedes dos municípios.

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