Mundo

Especialistas começam a deixar a China sem resultados conclusivos

Os especialistas da missão da Organização Mundial da Saúde (OMS) encarregados de investigar as origens do novo coronavírus começaram a deixar a China, país que consideram o "início do caminho" para desvendar a origem da Covid-19.

12/02/2021  Última atualização 19H02
"A equipa está a trabalhar até sair (da China). © Fotografia por: DR
"A equipa está a trabalhar até sair (da China). Este é apenas o início do caminho, com muito trabalho a ser feito, seguindo as pistas dos nossos colegas chineses", afirmou quarta-feira o britânico Peter Daszak, membro da missão, na rede social Twitter.
"Muito orgulhoso das nossas conquistas e realista sobre o percurso que nos espera", acrescentou.

Também Marion Koopmans, virologista holandesa, declarou-se "exausta", mas comemorou a missão de 27 dias em Wuhan, a cidade chinesa onde foram diagnosticados os primeiros casos de Covid-19. "Estou realmente ansiosa para dar os próximos passos", escreveu no Twitter.

A epidemiologista dinamarquesa Thea K. Fischer, que considerou, na mesma rede social, que a missão foi uma "experiência única", apontou duas teorias preliminares sobre as origens do vírus: através de um animal que serviu de hospedeiro intermediário para humanos ou através de algum alimento congelado.

Esta segunda teoria tem sido defendida pela China, repetidamente, nos últimos meses, após a detecção de vestígios do vírus em alguns produtos congelados importados pelo país asiático. A investigação é extremamente sensível para o regime comunista, cujos órgãos oficiais têm promovido teorias que apontam que o vírus teve origem em outros países.
A administração do ex-Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou o Instituto de Virologia de Wuhan de ter deixado o vírus escapar, voluntariamente ou não.

Peter Daszak admitiu que a equipa teve de realizar as suas investigações num ambiente de pressão política. O chefe da missão, o especialista em zoonose dinamarquês Peter Ben Embarek, descartou que o vírus tenha tido origem num laboratório e considerou a possibilida-de de que tenha chegado à China por meio de produtos congelados.
"Tudo continua a apontar para um reservatório deste vírus, ou um vírus semelhante, nas populações de morcegos", seja na China, em outros países asiáticos ou mesmo em outros lugares, defendeu.
O especialista disse que rastrear o percurso do vírus ainda é um "trabalho em andamento".

UE ultrapassa as 500.000 mortes

Mais de 500.000 mortes ligadas à Covid-19 foram oficialmente registadas na União Europeia, onde a situação parece estar a melhorar em vários países, de acordo com uma contagem feita pela agência France-Press, a partir de dados fornecidos pelas autoridades.
O marco simbólico das 500.000 mortes foi ultrapassado na noite de terça-feira na União Europeia. Na quarta-feira, a UE registava um total de 501.531 óbitos para 50.548.666 casos relatados. A UE tem alguns dos países mais afectados pela pandemia no mundo, mas, nos últimos dias, a tendência parece melhorar.

Durante a semana de 3 a 9 de Fevereiro, 103.250 novos casos de Covid-19 foram registados diariamente, em média, nos 27 países do bloco, menos 16% do que na semana anterior. A média do número de óbitos registados a cada dia foi de 3.137, menos 7%.
Entre os países europeus mais afectados pela pandemia, a Espanha apresenta a maior redução de novos casos registados diariamente, em média, nos últimos sete dias (21.945, uma queda de 31%).

Esta tendência de queda continua também na Alemanha, com 9.120 (menos 20%), em França, 19.348 (menos 7%), e na Suécia, 2.795 (menos 4%). Em Itália, a situação permanece estável, com 12.012 casos registados diariamente em média.
Em termos de mortes, a Suécia registou uma descida acentuada com 53 mortes diárias, em média, menos 34% do que na semana anterior.

Na Alemanha, esse número desceu para 596 (menos 16%), em Itália para 380 (menos 9%) e em França para 416 (menos 7%). Por outro lado, a Espanha viu esse valor aumentar ligeiramente, com 465 (mais 8%).
Fora da UE, o Reino Unido viu o número médio, em sete dias, de casos registados diariamente a cair 27%, para 17.075, com a média de mortes diárias também a cair 26%, para 834 no mesmo período.

Na quarta-feira, o Reino Unido, o quinto país mais afectado no mundo em número absoluto de mortes, tinha um total de 113.850 óbitos ligados à Covid-19, para 3.972.148 casos positivos, a França 70.147 (3.360.235), Espanha 63.061 (3.005.487), Itália 92.002 (2.655.319), Alemanha 62.969 (2.299.996) e a Suécia 12.188 mortes (596.174).
Na região da Europa mais alargada, compreendendo 52 países e territórios, foram registados 34.902.124 casos de Covid-19 à data de 10 de Fevereiro. Com 785.106 óbitos, a Europa é a região mais afectada do mundo, à frente da América Latina e Caraíbas (624.952) e dos Estados Unidos e Canadá (489.091).

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Mundo