Economia

Especial/ 1º de Maio: Criação de seis milhões de empregos atinge a Agricultura

Edna Mussalo

Jornalista

Os resultados do Inquérito do Emprego em Angola sobre a população empregada, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), indicam a criação de mais de seis milhões de postos de trabalho no ano passado.

01/05/2021  Última atualização 10H45
© Fotografia por: Contreiras Pipa | Edições Novembro
Durante o quarto trimestre de 2020, num universo de 15.497.110 pessoas consideradas economicamente activas, maiores de 15 anos, 10.749.488 foram declaradas empregadas e 4.747.622 desempregadas.

Do total da população declarada empregada, mais de metade (56,1 por cento) se encontra a praticar agricultura, produção animal, caça, actividade florestal e pesca, o que representa, em termos numéricos, 6.034.744 pessoas, seguindo-se o comércio a grosso e a retalho, com 19,4 por cento, ou seja, 2.087.546 pessoas empregadas. O sector que menos emprega é o de actividades financeiras, imobiliária e de consultoria, com 0,6 por cento, mantendo um total de 60.296 empregos. Neste contexto, os mais de seis milhões referem-se à população declarada empregada nas áreas acima referidas e não com base na criação de novos postos de trabalho.
Programas do Executivo

Segundo o secretário de Estado do Trabalho e Segurança Social, Pedro Filipe, o Executivo assumiu, como um dos eixos de actuação, a implementação de programas que visam o aumento dos níveis da empregabilidade, como mecanismo de combate à pobreza e à exclusão social.Pedro Filipe disse que o Plano de Acção para a Promoção da Empregabilidade (PAPE) já inseriu 6.726 cidadãos no mercado de trabalho. Explicou que o plano foi criado pelo Decreto Presidencial n.º 113/19, de 16 de Abril, como um mecanismo de apoio às acções de fomento à empregabilidade, dirigidas, especialmente, a jovens entre os 17 e 40 anos, mulheres, população rural, portadores de deficiência e a outros grupos vulneráveis.

O dirigente disse que, estrategicamente, o PAPE está alinhado com as iniciativas do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI), Programa da Reconversão da Economia Informal (PREI), inseridos na estratégia nacional de redução dos níveis de informalidade, em alinhamento com o Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).

"Com a implementação do PAPE, estão também a ser construídos, reabilitados e apetrechados diversos centros de formação profissional, sendo mais uma fonte de geração de emprego, por esta via”, esclareceu.O secretário de Estado lembrou que o PAPE beneficia mais os jovens que procuram pelo primeiro emprego, formados com a intenção de obterem equipamentos e ferramentas, para o exercício de uma actividade geradora de emprego e renda, bem como os que já exercem uma actividade profissional e que  precisam de reforço com equipamentos e ferramentas ou exerçam actividade profissional e carecem de aprimoramento técnico e capacitação no domínio da gestão.Pedro Filipe disse que o plano contempla também cidadãos empreendedores com ideias de negócio, que pretendam criar o seu negócio, profissionais que necessitam de um espaço condigno para a realização das suas actividades e mulheres das zonas peri-urbanas e urbanas.

O PAPE fomenta e apoia o espírito de iniciativa na juventude, desde os empreendedores já estabelecidos aos emergentes. Também, forma jovens nos domínios técnico-profissional e de gestão de pequenos negócios e contribui para o processo de promoção da inclusão financeira, fiscal e social.O plano contribui ainda para a melhoria do rendimento familiar e, na sequência, o crescimento e desenvolvimento socioeconómico do país, fomentando o cooperativismo e o associativismo juvenil, de modo a contribuir para o processo de combate à fome e à pobreza.

O PAPE valoriza o exercício das profissões/ocupações úteis à sociedade, contribui para a bancarização e educação financeira das famílias e para o processo de reconversão da economia informal para a formal.Pedro Filipe esclareceu que, no âmbito da criação de emprego, o PAPE estima abranger 83.500 jovens, distribuídos na concepção de 10 mil micro-créditos. Prevê, ainda, a distribuição de 42.000 kits profissionais, garantir a inserção de 30 mil jovens no mercado formal, através do fomento ao emprego, e formar 1.500 jovens nos níveis 3 e 4 de formação profissional, para serem inseridos em programas de estágio profissional.
Data histórica
Desde 1886, o 1 de Maio é assinalado por ocasião de uma greve iniciada na cidade norte-americana de Chicago, que exigia melhores condições de trabalho, principalmente a redução da jornada diária, que chegava a 17 horas, para oito horas. Milhares de trabalhadores reivindicaram sobre os seus direitos e melhorias de condições e a manifestação terminou em confrontos com polícias, que resultou em prisões e mortes.

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