Espanha admite a possibilidade de reconhecer o Estado palestiniano até ao mês de Julho, partilhou o Primeiro-Ministro, Pedro Sánchez, que espera novidades sobre o assunto da parte de instâncias como a Organização das Nações Unidas (ONU).
Sánchez fez estas considerações, na segunda-feira, numa "conversa informal" com jornalistas a bordo do avião oficial, na viagem à Jordânia, onde iniciou um périplo por três países do Médio Oriente para abordar a situação na Faixa de Gaza e o conflito israelo-palestiniano.
O Primeiro-Ministro espanhol, reconduzido em Novembro do ano passado, já tinha dito, em diversas ocasiões, que avançaria com o reconhecimento do Estado da Palestina na actual legislatura, indicam meios de comunicação social espanhóis, citado pelo Notícias ao Minuto.
Na semana passada, Espanha, Malta, Eslovénia e Irlanda afirmaram que estão prontas para reconhecer o Estado da Palestina e insistiram que é necessário um "cessar-fogo imediato" na Faixa de Gaza.
Os quatro países esperam que tal posição "se traduza numa contribuição positiva para os palestinianos". Na conversa com jornalistas, Sánchez afirmou que o reconhecimento do Estado palestiniano, antes do fim do primeiro semestre deste ano, pode ser feito com uma decisão do Conselho de Ministros, sem passar necessariamente pelo Parlamento espanhol.
O Primeiro-Ministro está convencido de que entre Abril e Junho haverá novidades relevantes no cenário internacional, sobretudo dentro das Nações Unidas, relacionadas com o actual conflito entre Israel e o grupo radical Hamas, que controla o território palestiniano da Faixa de Gaza.
Pedro Sánchez reiterou que o objectivo é que o reconhecimento do Estado palestiniano por Espanha não seja um acto isolado e que um grupo de países faça o mesmo, e que essa decisão ajude a resolver o conflito.
O Primeiro-Ministro espanhol vai abordar o assunto durante as visitas à Jordânia, Arábia Saudita e Qatar. Acrescentou que o objectivo é alinhar a posição de Espanha com estes países árabes, no quadro das propostas que pretendem apresentar e de que forma podem reforçar a iniciativa espanhola.
Prometeu reforçar um cessar-fogo, que acabe com a catástrofe humanitária em Gaza, promover uma conferência de paz que facilite a adopção da designada solução dos dois Estados (Israel e Palestina). Sánchez pretende, ainda, apoiar a agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês) e exigir a libertação pelo Hamas dos reféns israelitas que mantém em cativeiro.
O Primeiro-Ministro espanhol é um dos líderes europeus que mais tem insistido no reconhecimento do Estado palestiniano e que mais tem criticado a actuação de Israel na Faixa de Gaza. Fontes do Governo espanhol destacaram que a Jordânia, Arábia Saudita e Qatar, actores fundamentais no Médio Oriente, estão empenhados na busca de uma solução para o conflito israelo-palestiniano. Também têm "relações bilaterais estratégicas" com os Estados Unidos.
Segundo as mesmas fontes, o objectivo de Espanha é facilitar uma ponte entre os países árabes e os da UE.
Kitchen suspende apoio em Gaza
A Organização Não-Governamental World Central Kitchen anunciou, ontem, a suspensão das actividades na Faixa de Gaza, após a morte de sete funcionários num ataque aéreo israelita.
"A World Central Kitchen [WCK] está desolada por confirmar que sete membros da nossa equipa foram mortos em Gaza num ataque das Forças de Defesa de Israel", disse a ONG.
Entre as vítimas estão cidadãos da "Austrália, Polónia, Reino Unido, um cidadão com dupla nacionalidade norte-americana e canadiana e três palestinianos", afirmou a organização, em comunicado.
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