O músico Justino Handanga morreu, esta segunda-feira, em Luanda, vítima de doença, aos 56 anos, confirmou uma fonte oficial à ANGOP.
“O Funge para acabar depende do molho", é o título do mais recente livro da autoria do escritor Kudijimbe, que vai ser apresentado, na próxima sexta-feira, às 16h30, numa venda e sessão de autógrafos, na União dos Escritores Angolanos (UEA), em Luanda.
Escritores e poetas no Cunza-Norte afirmam ser necessário a criação de oficinas literárias e produção artística nos diferentes estabelecimentos de ensino, unidades militares e policiais, com vista a estimular hábitos de leitura e escrita.
No entender dos amantes da poesia e literatura, o espaço, além de albergar as representatividades artísticas, serviriam igualmente, como um fórum privilegiado para a promoção das manifestações culturais contribuindo, assim, para a valorização dos artistas.
Falando ao Jornal de Angola, por ocasião do 21 de Março, Dia Mundial da Poesia, o artista Damião Paulo, 27 anos, tem textos e poemas publicados em livro físico e digital, intitulados "Fotografando Ausências” e "Filhos Pedem Pão”, pretende continuar a trabalhar.
O livro físico contém 33 páginas, enquanto o digital, que foi reproduzido em Pen Drives, contém 8 poemas. Damião Paulo, conhecido por Poeta Rasgado, é artista, actor, declamador e director de arte.
Poeta Rasgado é o único do ramo inscrito na direcção local da Cultura. Ele é igualmente coordenador e fundador do Movimento Literário e Cultural Lev’Arte na província, que actualmente conta com mais de 40 membros inscritos entre crianças, jovens e adultos. Começou a sua actividade em 2012, e na primeira edição do seu livro, "Fotografando Ausências” e do CD, "Filhos Pedem Pão”, só foi possível tirar por cada um, 100 exemplares que esgotaram em menos 15 dias de venda. O livro foi vendido por quatro mil kwanzas e o CD por apenas dois mil kwanzas.
Segundo ele, a falta de apoios tem sido o maior problema que os artistas enfrentam na província. "Eu gostaria de fazer a segunda edição do meu livro e do CD de poesias, mas a exiguidade financeira me impossibilita. Se tivesse os apoios necessários eu viveria disso, mas infelizmente luto sozinho”, afirmou.
A nível da província quando é possível, apresenta os seus trabalhos em eventos e festivais organizados por instituições públicas e privadas, para além de participar em actividades do Governo local, em que é convidado. Por outro lado, já representou a província quatro vezes no Festival Nacional de Poesia na província do Huam-bo, duas vezes no FENACULT e no Festival de Poesia e Letras, em Luanda.
"De 14 a 16 do próximo mês de Abril estarei em Luanda no Festival Angojaz, a acontecer no Palácio de Ferro. A ideia é mostrar o envolvimento da poemas com a performance, que é um espaço autónomo e capaz de se relacionar com todas as artes”, disse o Poeta Rasgado, relacionando a linguagem em que cada um dos intervenientes actua individualmente com a poesia na alma e no coração.
O trovador clama por mais valorização e apoio às artes na província do Cuanza-Norte, assim como a criação de espaço para o ensaio.
Por sua vez, o poeta Felizardo Francisco, 26 anos, de nome artístico "Poeta Galileu”, está há seis anos na arte, manifestou a sua preocupação devido a falta de espaços na região para a massificação de actividades culturais.
O Poeta Galileu tem já 50 poemas escritos e espera lançar um livro no final deste ano ou mesmo no princípio de 2024, mas precisa de apoios para concretizar o seu sonho, uma vez que não tem condições financeiras para pagar as editoras.
É de opinião que o Governo e outros parceiros sociais, prestassem mais atenção aos fazedores desta arte, a exemplo do que acontece na música, deve-se criar uma casa do artista para acomodar todas as organizações artísticas locais.
O escritor e poeta João de Andrade António Gabriel, 38 anos, disse que despertou o gosto de escrever e declamar poesias desde muito cedo, embora o desejo de traduzir os seus escritos em livro tenha surgido tarde.
João António Gabriel, que escreve poesias líricas, traz ao leitor assuntos do dia-a-dia, cuja realidade é tocar a sensibilidade das pessoas. Os seus poemas retratam as mais diversas formas de manifestação do amor ao próximo.
Com três livros escritos que espera publicar, sendo dois de poesia e um romance "Lágrimas do Amor Perplexo”, que já se encontra no mercado, tem como fontes de inspiração o escritor angolano Fridolin Kamolakamue e o brasileiro Augusto Cury.
Acrescentou que as dificuldades dos escritores e poetas são várias, desde a falta de financiamento, pois os serviços editoriais em Angola ainda são caros e nunca beneficiou de nenhum incentivo do Governo.
De acordo com o chefe de departamento da Acção Cultural do Gabinete provincial da Cultura, Juventude e Desportos, Olímpio Ramiro Marques, aquele órgão controla, a nível da província, mais de dez poetas, dos quais apenas um encontra-se com o processo de legalização na União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC).
Olímpio Ramiro Marques avançou que os apoios são apenas institucionais, visto que o Gabinete não tem uma rubrica financeira para o efeito e as suas actuações têm sido por iniciativas próprias ou por convites em determinados eventos realizados pelo Governo e outros parceiros.
"Dadas as dificuldades que os mesmos têm enfrentado, temos dado sempre uma palavra de apreço, visto que a poesia alimenta a alma, não só para o fazedor, mas também para quem a consome”, realçou.
Manuel Fontoura e André Brandão | Ndalatando
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Vários fazedores de cultura mostraram-se, esta segunda-feira, profundamente abalados, ao despertar o dia, com a notícia que dá conta da morte do conceituado músico Justino Handanga, vítima de doença, ocorrida no Complexo Hospitalar Cardiopulmonar Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, em Luanda, de onde havia sido transferido na última semana.