Cultura

Escritora Irene Guerra Marques homenageada na livraria Mayamba

A escritora e professora Irene Guerra Marques foi homenageada na Livraria Mayamba, em Luanda, na primeira edição do projecto “Autora do Mês”, realizada sobre o lema “Aplausos à poesia”, durante um recital com poemas da homenageada e de outros poetas, que durou duas horas.

23/03/2023  Última atualização 11H55
Editora Mayamba reconheceu o empenho da escritora (ao centro) em prol da literatura © Fotografia por: Rafael Tati/Edições Novembro

Na actividade, que teve lugar na terça-feira, está inserida nos festejos do Dia Mundial da Poesia, comemorado na ultima terça-feira, vários poetas com destaque para Domingas Monte, João André, Mayela, Adilson Gonçalves, Agostinho João, Satchongo Tchiwale, Liliana Casimiro, Paulo Tatório, ao som da guitarra Max de Jesus, recitaram poemas da autora e de outros autores, como "Eu queria escrever uma carta”, "Filosofia”, "O teu sorriso”, "Sucata”, "Um pé no alto”, "Casaram-me com a tristeza” e "Cântico Poético”, enquanto o canto foi da responsabilidade do grupo Tinta Bunga que interpretou o tema "Ressurreição” de Elias  dya Kimuezo e outros de autoria de Lourdes Van-Dúnem.

O companheiro e amigo da escritora, Carlos Ferreira "Cassé” disse que a ligação com a professora vem de longe e que começaram a dar os primeiros passos na literatura depois da Independência de Angola e que os laços de amizade e admiração começaram a aprofundar-se.

"Hoje a Irene Guerra Marquês já é muito mais velha, mas que vários jovens inclinados na vida literária e artista, como cantores, editores e escritores passam pelas mãos da professora”, disse Cassé, acrescentando que "a nossa amizade estava sempre ligado ao cinema, à música, ao teatro, à dança e à política, mas sempre e cada vez mais à literatura, tanto é que em algumas vezes saímos de casa às 5h00 porque estávamos toda a noite a discutir um filme ou uma obra de um autor ou autora”, lembrou.

A professora Irene Guerra Marques demonstrou satisfação e alegria pela homenagem, tendo realçado ser uma alegria poder partilhar o conhecimento e conviver com os seus alunos da Universidade Agostinho Neto (UAN). "Fui professora nesta instituição durante 19 anos, e me sinto alegre em recordar momentos durante a minha estadia na Universidade, e sei que o meu trabalho vai servir de exemplo para muitos deles. Continuo a trabalhar e muitos deles ainda vão em minha casa e continuo ajuda-los sempre no que é necessário”, proferiu a escritora.

Irene Guerra Marques é natural de Luanda, licenciada em Filologia Românica pela Universidade de Coimbra. É co-fundadora da Academia Angolana de Letras. Membro honorário da União dos Escritores Angolano.

Foi professora de Literatura e Língua Portuguesa e, posteriormente, de Literatura Angolana, directora do Instituto de Línguas Nacionais e do Instituto Nacional de Formação Artística e Cultura do Ministério da Cultura de Angola. Foi distinguida com diploma de mérito da Faculdade de Letra da UAN.

Outorgada com a Ordem de Mérito Civil do Primeiro Grau pelo antigo Presidente da República de Angola, autora da primeira antologia da literatura angolana denominada "Poesia de Angola”, e das primeiras colectâneas intitulado "Textos Africanos de Expressão Portuguesa” e co-autora com Carlos Ferreira na obra "Entre a Lua, o Caos e o Silêncio: a flor”, tem vários artigos publicados em antologias e colectâneas.

O evento contou com a presença da vice-reitora para área académica, vice-decano para área académica, ambos da Universidade Agostinho Neto, do director-geral da Livraria Mayamba, escritores, professores e estudantes.

A Mayamba Editora é uma editora comercial de carácter generalista, criada a 8 de Março de 2010, provêm da língua kikongo, e tem o significado polissémico ou "Consenso”, nome dado ao antigo avó materno do editor fundador Arlindo Isabel, sendo uma homenagem pelo empenho que teve na educação e formação escolar e intelectual dos netos.

Em 13 anos de actividade, a Mayamba Editora tem mais de 300 títulos publicados, de autores angolanos e estrangeiros que escrevem sobre Angola e tem como lema "Ler é desvendar o mundo”.

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