Cultura

Escritora Eliete Mendes defende valorização dos costumes nas escolas

A preservação dos costumes deve continuar a ser incentivada nas escolas, de maneira a incutir nas crianças a necessidade de criação de factos socioculturais, defendeu, sexta-feira, em Luanda, a autora do livro “Nvula”, Eliete Mendes, que em português significa chuva.

14/01/2023  Última atualização 08H10
Escritora promove vários encontros em que aborda temas diversos da cultura angolana © Fotografia por: Edições Novembro
Em declarações ao Jornal de Angola, Eliete Mendes disse que no livro explora um tema muito importante sobre a estabilidade e o equilíbrio do género. Durante o balanço das actividades até agora desenvolvidas desde o lançamento do "Nvula”, a 10 de Novembro, na Casa de Cultura Brasil-Angola, em Luanda, ressaltou que as críticas têm sido positivas.

De acordo com Eliete Mendes, "Nvula” retrata a necessidade de se dar espaço para o diálogo geracional, sobretudo pela importância da transmissão de conhecimentos sobre os costumes endógenos dos povos africanos, no geral, e em particular, dos angolanos. "Procuro abordar sobre as crenças e mitos como forma da juventude compreender o impacto da transmissão de valores na preservação da cultura nacional”.

Se as novas gerações não terem o domínio sobre a ancestralidade, ressaltou, dificilmente, o país poderá ter jovens incapazes de defender os ideais e a matriz cultural angolana. "O livro conta com subtemas relacionados a questões da preservação dos valores familiares, ancestralidade, identidade, questões sobre angolanidade e da necessidade de resgatar os valores positivos”, destacou.

O principal objectivo do livro, explicou, é de abrir um espaço de diálogo, entre pais e filhos, para que percebam a necessidade de se transmitir a herança cultural de geração a geração. "Procuro apresentar soluções que possam trazer o desenvolvimento sociocultural das comunidades angolanas”, salientou. Eliete Mendes contou que a inspiração para escrever o "Nvula" surgiu do contacto directo mantido com as crianças, por isso, as explora como fonte de inspiração. Nascida num ambiente ligado à conservação dos valores tradicionais, explica que o contacto com as crianças das aldeias influenciou na escrita da prosa. "O meu amor pela natureza e as vivências do interior, as considero como factores identitários e de fontes de inspiração à criação”.

Por outro lado, Eliete Mendes procura elevar a personagem "Nvula” a força e o poder da chuva, na perspectiva da criação de uma grande heroína. "Foi necessário para mim mostrar que as mulheres no mundo actual têm o direito de exprimir os sentimentos renegados ao longo dos tempos. Nvula é uma rapariga com direito à voz dentro da sua comunidade”, destacou.

O livro, disse, também, promove o diálogo entre família, apresenta questões e sugestões, para além de incentivar os hábitos de leitura, necessário para o desenvolvimento do intelecto e pensamento crítico da criança”, realçou. Eliete Mendes disse que a escolha dos nomes em línguas nacionais, foi propositada, por formas a valorizar a herança e matriz cultural nacional, visto que a identidade de um indivíduo começa pelo seu nome.

"As dificuldades que tive ao longo do processo de escrita, foi encontrar pessoas dispostas a fazer uma combinação perfeita entre o texto e as imagens necessárias para o livro, encontrar uma gráfica, que respondesse às minhas expectativas”.

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