Cultura

Escritor João Bernardo Miranda homenageado na Maka à Quarta

Elisabete Ferraz

Jornalista

O escritor João Miranda foi alvo de homenagem na tradicional rubrica “Maka à Quarta- Feira”, promovida pela União dos Escritores Angolanos (UEA), realizada na sua sede, em Luanda. O encontro teve como propósito abordar a figura da mulher a partir dos romances “O Reino das Casuarinas”, de José Luís Mendonça, e “Nova Evangelização, Precisa-se?”, da autoria de João Bernardo Miranda, ambos autores de referência da literatura angolana contemporânea. Realizado na quarta-feira, o evento foi animado pelo ensaísta e docente universitário Joaquim Martinho.

13/04/2024  Última atualização 10H40
As obras “Nambuangongo” e “Nova Evangelização, Precisa-se” foram motivo de debate © Fotografia por: DR

O docente  falou da dimensão social da narrativa de João Miranda, reflectida nos seus livros "'Nambuangongo” e "Nova Evangelização, Precisa-se?”.

 O prelector sublinhou que a obra "Nova Evangelização, Precisa-se?” aborda o conteúdo sociocultural e aprofunda a temática da igualdade de género, do plágio e a necessidade de se melhorar e reforçar os mecanismos legais da propriedade intelectual, do casamento costumeiro e moderno.

Emocionado pelo tributo nesta edição da Maka, João Miranda agradeceu a organização pelo evento, que avaliou como "uma merecida, cativante e significativa homenagem”.

O escritor referiu que esta foi a segunda vez em que é homenageado na "Maka à Quarta-Feira”, recordando que a primeira foi há 20 anos, aquando do lançamento do seu livro ''Nambuangongo''.

Sem avançar muitos detalhes, João Miranda revelou que está a trabalhar no seu próximo livro que será lançado em breve, tendo aproveitado a ocasião para apelar as pessoas a continuarem a dar a importância merecida à literatura angolana.

"É importante que as pessoas continuem a ler e entenderem o que lêem nos livros. Eu continuo a escrever, no momento certo vou anunciar a data de lançamento do meu novo livro'”, prometeu.

Entre os presentes na União dos Escritores Angolanos, o escritor Lucas Cassule disse que o debate foi muito produtivo, acrescentando que o prelector Joaquim Martinho explicou detalhadamente como a mulher angolana está representada na obra de João Miranda.

Várias figuras ligadas à literatura, música, dança e outras artes marcaram presença, nomeadamente David Kapelenguela, secretário-geral da União dos Escritores Angolanos, Kanguimbo Ananás, Agnela Barros, Lucas Cassule, Emanuel Mendes, António Quino e João Papelo. A sessão foi aberta com a declamação da poetisa Estrela  Peregrinante, que apresentou  "Memória Acordada de 1975”. O escritor José Luís Mendonça não esteve presente. 

João Miranda tem várias obras publicadas, entre as quais "Nambuangongo” (1998), um romance sobre a guerra no Norte de Angola, na província do Bengo, ocupada pelos nacionalistas angolanos no início da guerra anticolonial, em 1961. Conta ainda com Pathelo-a-Kuma - "O menino inteligente” (2003), levada à cena em Portugal, no Porto, pelo encenador João Luiz. Em 2012, publicou o romance "Hebo”.

João Bernardo de Miranda nasceu a 18 de Julho de 1953,  no Dande, província do Bengo. É membro fundador da União dos Jornalistas Angolanos (UJA) e da União dos Escritores Angolanos (UEA).

A União dos Escritores Angolanos (UEA) é uma associação de utilidade pública, fundada a 10 de Dezembro de 1975. Actualmente, tem como secretário-geral o poeta David Kapelenguela.

A UEA persegue, entre outros fins, promover a defesa da cultura angolana como património da nação, incentivar a criação literária dos seus membros, proporcionando-lhes condições favoráveis ao seu trabalho intelectual e à difusão das suas obras, bem como propiciar a revelação de novos escritores, orientando os seus esforços e dando-lhes o necessário apoio.

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