Sociedade

Equipas médicas continuam a alertar para o aumento das vítimas de traumas

O número de pessoas que dão entrada nos hospitais de Luanda, principalmente no fim-de-semana, com traumas, resultantes de acidentes de viação, continua a preocupar as equipas médicas das unidades hospitalares.

23/03/2023  Última atualização 09H00

No Hospital Geral de Luanda, o director clínico, Magalhães Sobrinho, disse, ontem, que durante o fim-de-semana atenderam 773 vítimas de traumas, das quais 227 em consequência de acidentes de viação e 85 por atropelamento.

Outro facto preocupante, em relação aos traumas, é o número de pessoas que é atendida com lesões resultantes de quedas. Durante o fim-de-semana, adiantou, foram 369. "É preciso que as pessoas tenham mais atenção no que fazem. É muito preocupante as equipas médicas estarem constantemente a socorrer pessoas com tais traumas”.

Durante o fim-de-semana, acrescentou, as equipas médicas receberam 8.600 pacientes, dos quais 434 acabaram por ficar internados. Das patologias, a malária foi a que teve o maior registo, com 649 casos, seguida das doenças respiratórias agudas, com  388 ocorrências.

Para o médico Magalhães Sobrinho, apesar da malária estar entre as patologias de maior ocorrência, os síndromes febris também têm preocupado as equipas médicas. "No final de semana atendemos 379 pacientes com esses sintomas. São situações que podem ser invertidas, caso as pessoas cumpram com as medidas de prevenção”, ressaltou.

Contusões em Cacuaco

Os casos constantes de vítimas de acidentes de viação também estão a preocupar as equipas médicas do Hospital Municipal de Cacuaco, que socorreu, dos 3.869 pacientes atendidos, 90 por traumas.

A directora do hospital, Anizeth Kutatela, adiantou que o aumento dos casos de traumas, resultantes de acidentes de viação, são alarmantes. "É preciso continuar a alertar a sociedade. É uma forma de se evitar problemas maiores, especialmente essa semana que se avizinha um fim-de-semana prolongado”, aconselha.

Durante as consultas, explicou, atenderam, ainda, 394 pacientes com malária,  mas, para a médica, o número não é preocupante, uma vez que os casos de doentes com a patologia reduziram, se comparado com os números da semana anterior.

Os síndromes gripais, com 94 casos, e os febris, com 92, estão entre as patologias com maior registo de ocorrências do hospital, na semana finda.

Acidentes no Cazenga

Os casos de acidentes de viação têm aumentado consideravelmente no Hospital Municipal do Cazenga. A directora do hospital, Nilza de Sousa, sublinhou que, na semana passada, foram socorridos 135 casos, enquanto o balanço anterior descreveu 128 casos.

"Os casos de acidentes de viação só tendem a aumentar nos últimos dias”, disse a médica, acrescentando que todo o automobilista e peão devem redobrar o cuidado na via pública, de forma a reduzir o índice de sinistros.

A unidade hospitalar atendeu na semana transacta um total de 1.921 pacientes, sendo 771 no banco de urgência e 1.150 nas consultas externas.

Paludismo no Josina Machel

O Hospital Josina Machel atendeu, na semana passada, um total de 90 pacientes por malária, disse a directora clínica. Judith Van-Dúnem avançou que o hospital internou dez pacientes com essa patologia. "Os casos de malária requerem toda a nossa atenção, porque podem levar à morte”, disse.

O hospital atendeu, no período de 13 a 19 deste mês, 1.711 pacientes no banco de urgência, 1.526 nas consultas externas e internou 117 utentes, de acordo com o balanço apresentado, ontem, pela directora clínica.

Febres nos Cajueiros

Os síndromes febris continuam a ser das principais ocorrências atendidas no Hospital Geral dos Cajueiros, que durante a semana finda socorreu 921 pacientes com esses sintomas. "São situações frequentes sobre as quais temos falado constantemente com as pessoas. Porém, muitos continuam a agir de forma negligente, deixando tudo para quando o doente piora”, criticou o director clínico, Bernardo Teixeira, para quem é fundamental o cumprimento das medidas de profilaxia.

Além das febres, destacou, o hospital também tem vindo a registar um aumento dos síndromes gripais, com 664 casos registados. A malária, com 587 casos, a hipertensão arterial, com 251, e as doenças respiratórias agudas, com 204, perfazem a lista das principais patologias registadas ao longo da semana finda naquela unidade hospitalar.

Partos no Kilamba Kiaxi

As equipas médicas do Hospital Geral Especializado do Kilamba Kiaxi atenderam 568 parturientes, das quais 155 já tiveram os partos. "É um bom indicador”, disse a médica Rosa André, que destacou ainda o facto de não se ter registado nenhuma morte.

A directora clínica informou ainda que o hospital tem internadas 145 pacientes, assim como tiveram de fazer, ao longo da semana finda, 15 cesarianas e 14 abortos.

Entre as parturientes atendidas, contou, a maior preocupação continua a ser com as que padecem de hipertensão arterial, devido aos casos de pré-eclâmpsia, "que nesta semana foram dez”. "As mulheres, em especial as grávidas, com condições especiais, precisam de fazer, regularmente, as consultas de acompanhamento, de forma a evitarem situações piores no futuro”, apelou.

Malária no Mãe Jacinta

O número elevado de pacientes diagnosticados com malária continua a preocupar a equipa médica do Hospital Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino. A directora-geral, Filomena Bessa, disse que na semana passada foram atendidos 488 pacientes.

Dos 2.764 pacientes atendidos, 446 foram por doenças respiratórias agudas e 109 por doenças diarreicas agudas. O hospital, referiu, realizou ainda 86 partos e teve de internar 60 pacientes.

Redução no Ngangula

O Hospital Materno Infantil Augusto Ngangula registou uma baixa de 91 casos de pré-eclâmpsia, na semana passada, segundo a directora clínica, Kinfumu Balazao.

No balanço de ocorrências da semana passada, as equipas médicas do hospital atenderam 33 casos de pré-eclâmpsia. "No registo anterior, tivemos uma subida considerável, foram 124 casos, mas graças ao esforço feito pela equipa médica e à colaboração das pacientes, conseguiu-se inverter o quadro em tão pouco tempo”, afirmou a médica.

O hospital, avançou a médica, atendeu no serviço ambulatório 1.923 casos, no banco de urgência 490, dos quais 215 partos, 135 cirurgias e realizou 106 transfusões e sete hemorragias. "Em função da gravidade, foram internadas 96 pacientes”.

Hospital do Zango atende 721 doentes

O hospital municipal do Zango II atendeu, durante o fim-de-semana, um total de 721 pacientes, informou, ontem, a directora-geral da instituição.

Elsa Ambrósio disse que no banco de urgência foram atendidas 620 e na área de clínica geral 132 pacientes foram diagnosticadas com diversas patologias, com realce para 221 casos de malária e nove de doenças diarreicas agudas.

Na área de pediatria, continua, foram assistidas 169 crianças, das quais 140 por malária e cinco com doenças respiratórias agudas. 

No mesmo período, referiu, foram atendidos em Ortotraumatologia 100 pacientes, dos quais 36 por acidentes de viação e ferimentos por arma branca.

A directora-geral avançou que no banco  de urgência da maternidade deram entrada  139 parturientes, que resultaram em 30 nascimentos.

Neves Bendinha  assiste 39 vítimas

O banco de urgência do Hospital Neves Bendinha, especializado em queimaduras, atendeu, no último fim-de-semana, um total de  39 pacientes, informou ontem a directora clínica.

Antonieta Guilherme adiantou que entre os pacientes atendidos, 23 são crianças com casos graves de queimaduras e 16 adultos com casos leves.

O número de crianças por queimadura por líquidos quentes continua a preocupar  a instituição, lamentou,  tendo apontado que a carência alimentar é um dos factores que contribui para o aumento de casos.

"Há casos em que as crianças vão à cozinha sozinhas em busca de alguma coisa para comer, quando a refeição está atrasada, os casos em que a mãe colocou a comida na mesa, a criança com fome puxa a toalha da mesa, são esses casos que infelizmente temos recebido no hospital”.

A directora clínica pediu aos pais e encarregados de educação que evitem ao máximo a presença de crianças nas cozinhas durante a preparação dos alimentos, assim como manter a vigilância quando houver velas e candeeiros acesos.

Quanto ao número de internamentos, explicou, foram nove pacientes  internados , sendo três crianças e seis adultos, dos quais faleceram dois, uma criança de nove anos, que se encontrava há mais de cinco dias na unidade hospitalar com queimaduras avaliadas em mais de 35 por cento da superfície corporal queimada e um adulto de 28 anos com mais de cinco dias de internamento com 60 por cento da superfície corporal queimada.

Durante o fim-de-semana, disse, o banco de urgência do ambulatório atendeu um total de 145 pacientes, com casos de queimaduras por velas, candeeiros e de casos de linchamento na via publica.

Benguela lidera o número de ocorrências da semana

O Instituto Nacional de Emergências Médicas de Angola (INEMA) assistiu, na semana passada, 564 pacientes com diversas patologias, em todo o país, onde Benguela lidera o número de ocorrências.

O director-geral da instituição, Azevedo Ekumba, afirmou, ontem, em Luanda, que Benguela foi a província com mais casos registados, com um total de 85, sendo 40 casos de traumas, 37 clínicos, sete de gineco-obstetrícia e uma transferência inter-hospitalar.

Em todo o país, explicou, foram atendidos 158 casos de traumas, resultantes de acidentes de viação, atropelamentos, agressão física e outras patologias, 261 pacientes clínicos, 66 gineco-obstetras, 37 pediátricos e três psicológicos. Realizou, igualmente, 143 transferências inter-hospitalares e 11 transferências inter-provinciais.

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