Política

Entrada em funcionamento do Angosat-2 é determinante para o desenvolvimento

César Esteves

Jornalista

A entrada em funcionamento do satélite Angosat 2 vai determinar, daqui para frente, o desenvolvimento de Angola, permitindo-o atingir ganhos em vários domínios, assegurou, esta sexta-feira, o Presidente da República, João Lourenço, depois de inaugurar, na comuna da Funda, em Luanda, o Centro de Controlo e Missão de Satélites, instituição que vai controlar e monitorar o aparelho a partir da terra.

28/01/2023  Última atualização 08H46
© Fotografia por: Kindala Manuel | Edições Novembro

O Presidente da República, que se deslocou, ontem, por terra, para aquela localidade, que dista a 44 quilómetros do centro da cidade, debaixo da forte chuva, referiu que os serviços do satélite Angosat 2 vão contribuir para o melhoramento das telecomunicações do país, da Comunicação Social (voz e imagem), da Agricultura, Ciência, de uma forma geral, e da Educação.

De modo a garantir que as Telecomunicações continuem a desempenhar o seu papel, com a melhor qualidade no processo de desenvolvimento do país, o Presidente João Lourenço, que falava à imprensa, deu a conhecer que vão ser feitos outros investimentos no sector, que estarão ao serviço da economia e da sociedade.

"Tem que haver uma combinação de fontes de transmissão dos sinais de voz e imagem por via satélite, via cabo e outras formas de transmissão”, realçou o Presidente, lembrando que o país já fez um forte investimento em fibra óptica, que permite, hoje, estar ligado, por esta via, com a vizinha República Democrática do Congo (RDC).

À pergunta se o país terá capacidade financeira para suportar, no futuro, o custo da construção de outros satélites – tal como já foi manifestado – o Presidente respondeu que, dada a importância dos serviços do satélite para o desenvolvimento do país, a capacidade financeira vai ser arranjada.

"Os outros dois vão ter que ser adquiridos ao longo do tempo. É uma questão de programação. Se não houver capacidade hoje, haverá amanhã. O que vale é a intenção de completar o projecto, que ainda não está completo”, destacou o Chefe de Estado, garantindo que o mesmo vai ser finalizado, não importando quanto tempo levará.

"Eu acho que o mais importante é assegurar a qualidade, assegurar que a ligação seja ininterrupta e o satélite dá-nos esta garantia”, concluiu.

Antes de descerrar a placa do edifício e cortar a fita, simbolizando a inauguração, o Presidente da República recebeu uma lembrança do ministro Mário Oliveira em forma de miniatura do foguete Angosat-2, tendo mais tarde, na ocasião, assistido ao funcionamento do satélite, interagindo, em simultâneo, com as províncias da Huíla, Cabinda e Moxico.

Depois da inauguração do edifício, o Presidente efectuou, na companhia de vários membros do Executivo, uma visita guiada a alguns compartimentos da instituição, a fim de se inteirar do seu funcionamento.

 

EUA felicita Angola pela conquista

O embaixador dos Estados Unidos da América em Angola, Tulinabo Mushingi, considerou a entrada em funcionamento dos serviços do Angosat 2 um grande ganho para o país. "Mostra a ambição de Angola em querer fazer parte do mundo espacial”, referiu o diplomata norte-americano, que, em seguida, felicitou os angolanos por esta conquista.

Tulinabo Mushingi salientou que este paço marcado por Angola representa muito para o seu desenvolvimento, numa altura em que a massificação e inclusão digital se encontram na ordem do dia.

"O satélite ajuda a resolver a problemática da seca, da migração, agricultura e de outras áreas”, frisou. O embaixador dos Estado Unidos da América fez saber que a NASA vai continuar a apoiar o país nessa aposta feita ao mundo espacial.

 

Primeiro país africano com este tipo de satélite

O embaixador da Rússia em Angola, Vladimir Tararov, disse que Angola é o primeiro país africano com este tipo de satélite, que, como sublinhou, pode ser usado para as telecomunicações e resolução de diferentes situações.

"A inauguração do Centro representa um passo muito importante não só para Angola, mas para toda a África e o mundo”, afirmou o diplomata russo, para quem os serviços do Angosat 2 não serão usados apenas em Angola, como em toda a sua região.

Vladimir Tararov ressaltou que a Rússia vai continuar a apoiar Angola, na área espacial, tendo, a título de exemplo, anunciado a disponibilização, este ano, de 300 bolsas de estudos para o país, nesta área, cujas formações serão feitas no seu país.

"Entendemos que Angola vai necessitar dos quadros específicos nesta área”, aclarou.

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