Os enfermeiros, que aderiram à greve de dois dias, retomaram aos postos de trabalho em número considerável, nos principais hospitais de Luanda.
Contactados pela equipa de reportagem, enfermeiros explicaram que a pouca adesão de pacientes às unidades hospitalares pode ter alguma relação com o facto de a greve ter sido levantada à madrugada e muitos podem não ter domínio dessa informação.
Por exemplo, um cenário incomum foi, por volta das 10h00, à entrada do Banco de Urgência do Hospital Josina Machel não se constatarem enchentes. Nos assentos ali disponíveis tinha poucos pacientes, o que afogou as correrias dos profissionais da unidade.
A directora clínica do Hospital Josina Machel, Maria Judith Pêlo, confirmou que os serviços dos enfermeiros retomaram normalmente e sem sobressaltos.
Garantiu que os serviços de Enfermagem não ficaram parados, no período da greve, uma vez que o hospital tinha 50 por cento da força de trabalho, daí que todas as áreas estavam a funcionar, sem quaisquer constrangimentos.
Maria Judith Pêna afirmou que, durante a greve, não houve registo de casos de morte, nem de falta de assistência médica aos pacientes, sendo que o fluxo do Banco de Urgência tem sido de 80 casos diários.
Neste momento, segundo a médica, o atendimento no hospital é garantido por um grupo de mais de 800 enfermeiros.
Pedido menos tempo no atendimento
Apesar da pouca agitação, no Banco de Urgência do Hospital Josina Machel, pacientes pedem que se mude a forma de atendimento, para que os doentes fiquem menos tempo para ser assistidos.
É o caso de Cecília Martins, de 52 anos, que se queixava de dores na zona da nuca, onde lhe cresceu um furúnculo, que não a deixa confortável.
A paciente disse que estava no hospital, desde às 8h00. Dias antes, tinha estado na unidade clínica, onde apanhou uma injecção para atenuar as dores, mas alega que a pica pode ter sido mal aplicada e provocado uma inflamação na perna.
Cecília Martins vive no bairro Calemba II. Em função da dificuldade que tinha para andar, foi obrigada a alugar uma viatura, tendo antes ido ao Hospital da Vila de Viana, mas não teve sucesso, por falta de condições no atendimento.
Outro paciente, que reclamava da demora no atendimento, era Domingos Ngola, de 76 anos. O idoso foi dar ao Banco de Urgência do Josina Machel, por causa de uma inflamação nos pés.
Residente na Petrangol, apelou que se reforce os recursos humanos do hospital, para que o atendimento seja mais célere.
Momentos de reclamações também foram registados no Hospital Américo Boavida, onde Fátima Alberto, de 28 anos, que foi acompanhar o irmão, por causa de um corte nos dedos, pedia que a Urgência tinha de ser dinamizada, com vista a encurtar o tempo de espera dos pacientes.
"Estamos aqui, desde às 18h00 do dia anterior e, até agora, depois das 11h00, ainda não fomos atendidos”, queixou-se Fátima André, moradora de Viana.
Um dos responsáveis do Banco de Urgência do Hospital Américo Boavida, que se reservou no anonimato, esclareceu que o Bloco Operatório está congestionado, por isso, o paciente com corte nos dedos teve de ficar à espera por muito tempo.
Em relação à fraca presença de pacientes no hospital, a fonte justificou que se deve à falta de conhecimento de alguns cidadãos do fim da greve.
Sindicato quer cumprimento em 15 dias
O Sindicato Nacional dos Enfermeiros de Angola suspendeu, na madrugada de terça-feira, a greve, na sequência da ronda de negociações que manteve com o Ministério da Saúde, durante 11 horas.
Nas negociações, em que participaram as delegações do Ministério da Saúde, encabeçada pela titular da pasta, Sílvia Lutucuta, e do Sindicato dos Enfermeiros, representada pelo secretário-geral, Cruz Matete, ficou acordado que a resolução dos problemas tinha de ser feita dentro de 15 dias.
Entre os pontos que estiveram em discussão, durante a reunião, constam os subsídios de risco, que, segundo os profissionais de saúde, devem sofrer um incremento na ordem dos 60 por cento, pagamento dos subsídios da Covid-19 e a progressão de carreiras.
Depois do encontro, a ministra da Saúde garantiu que o Governo vai envidar esforços para começar a atender as preocupações dos enfermeiros, no prazo de 15 dias.
Em relação ao pagamento dos subsídios da Covid-19, Sílvia Lutucuta assegurou que estes já foram pagos a cerca de 30 mil profissionais e os que ainda não receberam, se estiverem devidamente identificados, serão contemplados.
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