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Energia da rede pública chega a Bolongongo

André Brandão | Ndalatando

A vila de Bolongongo, sede municipal com o mesmo nome, na província do Cuanza-Norte, tem, desde quinta-feira, pela primeira vez, energia eléctrica da rede pública, a partir da subestação de Pambos de Sonhe (Samba-Cajú).

08/02/2021  Última atualização 12H07
Sede municipal está mais iluminada, o que vai permitir diminuir a delinquência na região © Fotografia por: André Brandão/ Ndalatando
Numa primeira fase, foram efectuadas mais de 700 ligações domiciliares, das 9.000 previstas para este ano, bem como montados 120 postes de iluminação pública. O governador provincial, Adriano Mendes de Carvalho, disse, durante a inauguração, que as obras ficaram orçadas em sete milhões de euros.

Adriano Mendes de Carvalho acrescentou que a chegada da electricidade àquela localidade constitui um ganho importante para o desenvolvimento socioeconómico da região, uma vez que, desde a sua fundação, há 99 anos, Bolongongo nunca teve luz da rede.
Na opinião do administrador municipal de Bolongongo, Luís Coxi, a energia eléctrica impulsionará o sector industrial, dominado pela exploração e serração de madeira. Outro ganho apontado por Luís Coxe é a redução do consumo de gasóleo que alimenta os geradores, na ordem dos 20 mil litros mensais. Segundo o chefe de obras da construtora Elecnor - SA, Uiliam Lima Alves, os trabalhos duraram 50 dias e contaram com a participação de 55 trabalhadores, entre ajudantes, electricistas, encarregados de obras e seguranças.

Satisfação da população

A satisfação era visível no rosto da população. O soba grande de Bolongongo, Caxixi Mampidi Vunje, disse que o 4 de Fevereiro de 2021 ficará na sua memória para sempre e que, com energia, prevê-se melhorias no comércio, mais empregos e redução da delinquência juvenil. Francisco de Oliveira, gerente da única peixaria, considera ser uma mais-valia, pois vai passar a poupar cerca de 180 mil kwanzas por mês, na compra do combustível para o gerador. Para Samuel Vunje Francisco, proprietário de uma cantina, a inauguração do sistema de fornecimento de energia eléctrica é a maior oferta que o povo de Bolongongo recebe desde a Independência Nacional.

Projecto de expansão

O governador Adriano Mendes de Carvalho garante que depois de Bolongongo o próximo passo é fazer chegar a energia eléctrica a Banga e Ngonguembo, as únicas das dez municipalidades da província do Cuanza-Norte sem esse serviço. O director do Gabinete Provincial de Estatística e Planeamento do Governo Provincial do Cuanza-Norte, Edenildo Lopes Teixeira, disse que, no geral, a expansão da rede eléctrica no Cuanza-Norte está orçada em 88 milhões e 700 mil euros, financiados pelo Banco de Crédito Agrícola de França. O projecto abrange 35 mil ligações domiciliares, em 53 aldeias no Bolongongo, Banga e Ngonguembo.

A verba beneficia igualmente obras nas comunas de Danje-ya-Menha e São Pedro da Quilemba, no município de Cambambe, Canhoca, Kissecula e arredores de Ndalatando, no Cazengo. O projecto de transporte da energia eléctrica do Governo do Cuanza-Norte abrange 234 quilómetros em linha de média tensão e 54 em alta tensão, a executar em dois anos. Para o efeito, a subestação de Ndalatando será ampliada de 20 para 40 megawatts, com uma linha de 60 quilowatts, que conecta Ndalatando à vila do Golungo-Alto, e em carteira está também o programa de electrificação rural. Espera-se a criação de cerca de 300 postos de trabalho, dos quais 86 por cento mão-de-obra local.

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